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O Novo Testamento: Vida do Pai

A Carta aos Hebreus

Novo Testamento Vida do Pai, Bíblia Grátis, Traduzida por David W. Dyer

Publicação Grão de Trigo

Traduzido por David W. Dyer

ÍNDICE

A Carta de Paulo a Filemom

A Carta de Tiago


A Carta aos Hebreus

CAPÍTULO 1

1:1Em muitas ocasiões e de várias maneiras, Deus, tendo falado há muito tempo aos pais através dos profetas, 1:2nestes últimos dias nos tem falado por meio de seu Filho – a quem ele designou herdeiro de todas as coisas e através de quem também fez o universo.

1:3O qual, sendo o resplendor de sua glória e a imagem exata de sua essência – aquele que sustenta todas as coisas pelo poder da sua palavra –, quando, por si mesmo, fez a purificação de nossos pecados, sentou-se no lugar de suprema honra e autoridade da Majestade nas alturas, 1:4tendo-se tornado bem superior aos anjos, visto que herdou maior e mais elevado nome do que eles.

1:5Pois a qual dos anjos ele disse em qualquer momento: “Você é meu Filho, hoje eu o gerei”? (Sl 2:7). E novamente: “Eu lhe serei Pai e ele me será Filho”? (2 Sm 7:14). 1:6E novamente, quando trouxe o primogênito ao mundo, ele disse: “Deixe que todos os anjos de Deus o adorem”. 1:7Por um lado, em relação aos anjos, ele disse: “O qual faz de seus anjos espíritos, e de seus ministros uma chama de fogo” (Sl 104:4).

1:8Mas, por outro lado, disse em relação ao Filho: “Seu trono, ó Deus, é para todo o sempre e o cetro do seu reino é o cetro da justiça. 1:9Você amou a retidão e odiou o pecado. Portanto, Deus, o seu Deus, o ungiu com o óleo de extrema alegria na presença dos seus companheiros” (Sl 45:6,7).

1:10“Você Senhor, no princípio, lançou os fundamentos da terra. E os céus são as obras das suas mãos. 1:11Eles serão destruídos, mas você permanecerá. Todos envelhecerão como roupas, 1:12você os enrolará como um manto, e eles serão trocados. Mas você permanece o mesmo e seus anos jamais findarão” (Sl 102:25-27).

1:13Mas a qual dos anjos ele disse em qualquer tempo: “Sente-se aqui neste lugar de honra e autoridade até que eu faça seus inimigos o estrado dos seus pés”? (Sl 101:1). 1:14Não são todos espíritos ministradores, enviados a servir aqueles que estão prestes a herdar a culminação de nossa salvação?*

CAPÍTULO 2

2:1Por isso é extremamente importante guardarmos as coisas que ouvimos, para que, de maneira nenhuma, abramos mão delas descuidadamente.

2:2Pois, visto que a palavra falada através dos anjos era imutável e todo pecado e desobediência recebeu uma justa recompensa, 2:3como poderemos escapar de um julgamento semelhante, caso negligenciemos tão grande salvação? A qual foi inicialmente recebida através das palavras do Senhor, sendo-nos confirmada por aqueles que o ouviram? 2:4Deus também “testemunhou” a verdade de suas palavras através de sinais e maravilhas, através de várias operações de poder e através de distribuições do Espírito Santo, tudo de acordo com a sua própria vontade.

2:5Pois ele não colocou o habitável mundo futuro, sobre o qual falamos, em sujeição aos anjos. 2:6Mas alguém testificou em algum lugar dizendo: “O que é o homem para que pense sobre ele? Ou o filho do homem para que o tenha escolhido? 2:7Você o fez um pouco inferior do que os anjos. No entanto, você o coroou de glória e honra e colocou-o sobre as obras de suas mãos. 2:8Colocou-lhe todas as coisas sujeitas debaixo dos seus pés” (Sl 8:4-6).

Pois visto que ele lhe sujeitou “todas as coisas”, não deixou nada que não lhe fosse sujeito. Mas ainda não vemos todas as coisas sujeitas a ele. 2:9Mas vemos aquele que foi feito um pouco inferior do que os anjos, o próprio Jesus, o qual porque esteve disposto a suportar o sofrimento da morte – de modo que pela graça de Deus ele experimentasse a morte por todos –, está agora coroado de glória e honra.

2:10Pois pareceu certo a ele – para o qual são todas as coisas e por meio do qual são todas as coisas –, conduzir muitos filhos a um glorioso esplendor, completar a experiência humana do autor da salvação deles através desses sofrimentos.

*Essa “culminação” da nossa salvação é a glorificação do nosso corpo.

2:11Agora tanto o que faz santo como os que estão sendo feitos santos são todos de uma única Fonte. Esta é a razão pela qual ele não se envergonha de chamá-los de “irmãos”, 2:12dizendo: “Eu declararei seu nome a meus irmãos. No meio da assembleia, cantarei louvores a você” (Sl 22:22). 2:13E novamente, “Eu confiarei nele”. E mais, "Veja, sou eu e os filhos que Deus me deu” (Is 8:17,18).

2:14Visto então que os filhos são semelhantes em ter carne e sangue, da mesma maneira ele também se tornou participante disso com eles, de modo que, pela morte, tornasse impotente aquele que tem o domínio da morte, que é o diabo, 2:15e libertasse todos aqueles que, por causa do medo da morte, estavam cativos por toda vida.

2:16Porque, na verdade, ele não assumiu a semelhança dos anjos, mas assumiu a semelhança da semente de Abraão. 2:17A razão para isso é que ele foi obrigado a ser feito como seus irmãos em todos os sentidos, para que ele pudesse se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas pertencentes a Deus a fim de ser habilitado a expiar os pecados do povo.

2:18Pois, visto que ele mesmo sofreu enquanto foi provado, está habilitado a socorrer aqueles que agora estão sendo provados.

CAPÍTULO 3

3:1Portanto, santos irmãos que participam de um chamado do céu, contemplem cuidadosamente o Enviado e Sumo Sacerdote do nosso pacto com Deus, Jesus, 3:2o qual foi fiel Àquele que o nomeou, assim como Moisés também foi fiel em tudo relacionado ao lugar de habitação de Deus.

3:3Mas ele tem sido considerado digno de maior glória do que Moisés, da mesma maneira que aquele que constrói uma casa tem mais honra do que a casa. 3:4Porque toda casa é construída por alguém, mas Aquele que fez tudo é Deus.

3:5E Moisés, por um lado, foi fiel sobre toda a casa de Deus como um servo, como um testemunho daquelas coisas que posteriormente seriam faladas. 3:6Mas o Ungido, por outro lado, foi fiel como um Filho sobre a sua casa, a qual somos nós, se firmemente mantivermos nossa confiança e o júbilo da nossa esperança até o fim.

3:7Portanto, como disse o Espírito Santo: “Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, 3:8não endureçam seus corações, como na ‘provocação’, no tempo de provação no deserto, 3:9onde seus pais me testaram e me tentaram enquanto viam minhas obras por quarenta anos. 3:10Por isso estava enojado com aquela geração e disse: ‘Eles sempre erram em seus corações e não entendem meus caminhos’. 3:11Então jurei na minha ira que eles não entrariam no meu descanso” (Sl 95:7-11).

3:12Tenham clara compreensão disso, irmãos, para que não haja em nenhum de vocês um coração doentio de incredulidade, fazendo com que se afastem do Deus vivo. 3:13Mas encorajem uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, para que nenhum de vocês fique endurecido pela ilusão do pecado.

3:14Porque nos tornaremos co-participantes com o Ungido no seu Reino vindouro e glória, se nos agarrarmos fortemente à nossa inicial confiança até o fim. 3:15Como está dito: “Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam seus corações como os judeus fizeram no tempo em que provocaram a Deus” (Sl 95:7,8).

3:16Porque alguns deles, mesmo tendo ouvido, rebelaram-se. De fato, não foi assim com todos aqueles que saíram do Egito por meio das obras de Moisés? 3:17E com os quais ele se aborreceu por quarenta anos? Não foi assim com todos os que pecaram, cujas carcaças caíram no deserto? 3:18E a quem ele fez um juramento de que não entraria em seu descanso, senão aos que foram desobedientes? 3:19Então vemos que eles não foram autorizados a entrar no “descanso” que Deus havia planejado por causa da desobediência {ou, incredulidade}.

CAPÍTULO 4

4:1Portanto, visto que temos reservada a nós a promessa de estar entrando em seu descanso, vamos temer reverentemente, para que nenhum de nós seja julgado por estar falhando em entrar nele.

4:2Pois também tivemos boas novas anunciadas a nós, bem como eles tiveram, mas a palavra do relatório dos espias* que ouviram não os beneficiou, já que não foi combinada com a fé naqueles que a ouviram.

*Esses são aqueles que, a pedido de Moisés, espiaram a terra prometida (Dt 1:22-46).

4:3Porque nós, que estamos crendo, podemos entrar nesse descanso tal como demonstrado quando ele disse: “Como eu jurei na minha ira, eles não entrarão no meu descanso, embora as obras estivessem finalizadas desde a fundação do mundo”.* 4:4Pois ele tinha dito em algum lugar nas Escrituras sobre o sétimo dia (o descanso do sábado) o seguinte: “E Deus descansou no sétimo dia de todas as suas obras” (Gn 2:2). 4:5E sobre esse assunto novamente ele diz: “Eles não entrarão no meu descanso!” (Sl 95:11).

4:6Visto então, que permanece claro que alguns pode entrar nele e que aqueles a quem as boas novas foram anteriormente anunciadas falharam em entrar por causa da desobediência, 4:7ele novamente confirma um certo dia, ou seja, “Hoje”, como o tempo no qual devemos entrar nele. Ele afirma isso ao dizer através de Davi muito tempo depois (tal como havia sido dito antes): “Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam os seus corações” (Sl 95:7,8).

4:8Pois se Josué lhes tivesse dado descanso, ele (Deus) não teria falado mais tarde de um “outro dia”. 4:9Portanto é claro que uma espécie de “descanso do sábado” permanece disponível para o povo de Deus. 4:10Pois aquele que entrou no descanso de Deus também cessou de fazer as suas próprias obras, assim como Deus das suas. 4:11Portanto devemos ser diligentes para entrar nesse descanso a fim de que ninguém caia sob juízo, seguindo o mesmo padrão de desobediência!

4:12Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, por penetrar até mesmo ao ponto da separação da alma e do espírito, tanto das “articulações quanto da medula”, e é capaz de discernir os pensamentos e as meditações dos nossos corações.

4:13E não há um ser criado que não seja transparente à sua vista, mas todas as coisas são descobertas e expostas diante dos olhos Daquele a quem vamos prestar contas.

4:14Tendo, então, um grande sumo sacerdote que entrou os céus, Jesus o Filho de Deus, mantenhamos nosso acordo com Deus!** 4:15Porque não temos um sumo sacerdote que não seja capaz de compreender nossas fraquezas, mas um que foi provado em todos os aspectos da vida tal como nós o somos, ainda que sem pecado. 4:16Vamos nos aproximar, portanto, do trono da graça com confiança para que possamos receber misericórdia e encontrar graça para nos ajudar no devido tempo.

*Isso demonstra que um “descanso” ainda está disponível, visto que aqueles, daquela época, não teriam entrado nele (Sl 95:11).

**Esse nosso “acordo” com Deus é algo extremamente sério. É a aliança selada pelo sacrifício de sua própria vida

CAPÍTULO 5

5:1Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é por eles apontado para cuidar das coisas relativas a Deus a fim de que ofereça tanto ofertas como sacrifícios pelos pecados. 5:2Visto que ele também está emaranhado com fraquezas, ele pode ser compassivo com os ignorantes e errantes. 5:3E também por isso deve realizar ofertas pelos seus próprios pecados, bem como pelos do povo.

5:4Entretanto, ninguém toma essa honra sobre si mesmo, mas deve ser chamado por Deus, assim como Arão o foi. 5:5Da mesma maneira, o Ungido também não se glorificou para ser sumo sacerdote, mas foi feito por Aquele que falou a ele: “Você é meu Filho, hoje eu o gerei” (Sl 2:7). 5:6E em outro lugar ele também diz: “Você é sacerdote para sempre, segundo a ordem sacerdotal de Melquisedeque” (Sl 110:4).

5:7O qual, nos dias em que estava em um corpo físico, tendo oferecido pedidos e fervorosas súplicas – com intenso clamor e lágrimas Àquele que era capaz de livrá-lo da morte –, foi ouvido por causa de sua reverência.

5:8Embora fosse Filho, ele aprendeu o que significa sofrer através da sua obediência. 5:9Assim sua experiência humana sendo feita completa através dessas provações, tornou-se a fonte da salvação eterna a todos os que estão lhe obedecendo, 5:10tendo sido chamado por Deus como sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.

5:11É sobre ele que temos muitas coisas a dizer, as quais são difíceis de explicar, uma vez que se tornaram tardios para entender o que ouvem. 5:12Pois, embora por este tempo já devessem ser professores, novamente necessitam que alguém lhes ensine os princípios básicos dos pronunciamentos originais de Deus, e se tornaram como aqueles que precisam de leite, e não de nutrição sólida.

5:13Pois todo o que bebe “leite” é inexperiente com a palavra da justiça, pois é um bebê. 5:14Mas nutrição espiritual sólida é para adultos, aqueles que, por meio do uso, tiveram suas faculdades de percepção espiritual treinadas para discernirem entre o que é excelente e o que é errado.

CAPÍTULO 6

6:1Portanto, avançando para além das instruções elementares sobre o Ungido, devemos progredir à perfeição, não lançando novamente um fundamento de arrependimento de atos que levam à morte e a fé para com Deus, 6:2do ensino sobre batismos, de imposição das mãos, da ressurreição dos mortos e do julgamento que dura para a era vindoura. 6:3Claro faremos isso conforme Deus nos guie.

6:4Mas, em relação aos que uma vez foram iluminados, provaram do dom celestial, foram feitos participantes do Espírito Santo, 6:5os quais também experimentaram a boa palavra de Deus e os poderes da era que está por vir* 6:6e depois desviaram, é impossível restaurá-los ao arrependimento, visto que eles próprios re-crucificam o Filho de Deus, ou seja, expondo-o à desgraça pública por meio das ações deles.

6:7Porque o solo que bebe a chuva, que frequentemente vem sobre ele, compartilha a bênção de Deus se produz ervas para aqueles que o cultivam. 6:8Mas, se produz espinheiros e urtiga, é rejeitado e em breve será amaldiçoado – cujo fim é ser queimado!

6:9Mas quanto a vocês amados, estamos convencidos de coisas melhores do que estas, até mesmo que estejam tomando posse de sua crescente salvação, embora falemos assim. 6:10Pois Deus não é injusto para se esquecer da obra e do trabalho de amor que demonstraram em seu nome, no qual serviram aqueles que foram separados por Deus e, de fato, ainda os estão servindo.

6:11Mas queremos que cada um de vocês demonstre sua diligência até o fim, sendo inspirado pela certeza da esperança de ser glorificado. 6:12Também queremos que não se tornem inativos, mas sim, tornem-se imitadores daqueles que, através da fé e da perseverança, estão herdando as promessas.

6:13Pois quando Deus fez sua promessa a Abraão, visto que não podia fazer um juramento por alguém maior, jurou por si mesmo 6:14dizendo: “Certamente com bênçãos o abençoarei e o multiplicarei” (Gn 22:16,17). 6:15Então, por meio de paciente perseverança, ele obteve a promessa.

*A “era porvir” é a era do Reino também conhecida como o milênio, não a eternidade.

6:16Porque os homens fazem um juramento por algo superior e, em todas as suas disputas, o juramento deles é dado como uma confirmação final. 6:17Da mesma maneira, Deus comprometeu a si mesmo com um juramento, desejando mostrar claramente a imutabilidade do seu propósito aos herdeiros da promessa.

6:18Foi assim que, por duas coisas imutáveis – uma das quais sendo esta: que é impossível para Deus mentir* – nós que corremos para o refúgio podemos ter um forte encorajamento em nos agarrar à esperança de sermos glorificados, a qual está posta diante de nós.

6:19Temos essa esperança como uma âncora da alma, a qual é tanto inabalável como confiável, que está fixada dentro do véu interior do santo dos santos celestial, 6:20onde Jesus como um precursor entrou por nós, tendo-se tornado um sumo sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque.

CAPÍTULO 7

7:1Pois esse Melquisedeque era o rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo – o qual se encontrou com Abraão retornando da matança dos reis e o abençoou, 7:2a quem também Abraão deu uma décima parte de todos os despojos – (sendo primeiramente traduzido: “Rei de justiça” e depois também “Rei de Salém”, que significa “Rei de paz”).

7:3Ele era sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo início de dias nem fim de vida, todavia era a exata imagem do Filho de Deus e, como tal, permanece sacerdote para sempre.

7:4Agora considere o quão grande era esse homem, a quem mesmo Abraão, o patriarca, deu um décimo dos despojos mais desejáveis. 7:5E, verdadeiramente, os que são dos filhos de Levi, que recebem o ofício sacerdotal têm mandamento de acordo com a lei para receberem dízimos do povo, isto é, dos seus irmãos, embora também são descendência de Abraão.

7:6Mas ele, que não descende da linhagem deles, recebeu dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. 7:7E, sem dúvida, é sempre o menos importante que é abençoado pelo mais importante. 7:8Aqui homens mortais recebem dízimos, mas naquele caso, alguém os recebeu, a respeito do qual se testifica que está vivo. 7:9E então, em uma maneira de falar, mesmo Levi, que recebia dízimos tinha pago dízimos por meio de Abraão, 7:10uma vez que ele ainda estava “nas partes íntimas” de seu pai Abraão quando Melquisedeque se encontrou com ele.

*A outra “coisa imutável” é a própria santidade de Deus (Sl 89:35).

7:11Agora, se a perfeição fosse alcançada através do sacerdócio levítico (pois, sob ele, o povo recebeu a lei), que outra necessidade havia para que outro sacerdote se levantasse segundo a ordem de Melquisedeque o qual não fazia parte da ordem de Arão? 7:12Porque, quando há mudança de sacerdócio, torna-se necessário mudar a lei também.

7:13Pois aquele sobre quem essas coisas são ditas pertence a uma outra tribo, da qual nenhum homem serviu no altar. 7:14Pois é evidente que o nosso Senhor surgiu da tribo de Judá, uma tribo sobre a qual Moisés não falou nada a respeito de sacerdotes.

7:15E o que é ainda mais claro é que outro sacerdote se levante tal como Melquisedeque, 7:16o qual não foi feito sacerdote pela lei – constituída por mandamentos a fim de governar as atividades humanas –, mas através do poder de uma vida indestrutível. 7:17Pois isto foi testemunhado a respeito dele: “Você é sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110:4).

7:18Porque nesse pronunciamento há uma anulação do mandamento anterior por causa de sua fraqueza e ineficácia 7:19(pois a lei foi incapaz de tornar qualquer um aperfeiçoado). Mas agora uma esperança melhor foi introduzida através da qual podemos nos aproximar de Deus e ser aperfeiçoados.

7:20Mas, neste caso, isto não foi feito sem uma importante palavra de juramento. 7:21Pois, por um lado, eles foram feitos sacerdotes sem a palavra de um juramento, mas ele, por outro lado, tornou-se sacerdote com um juramento feito por Aquele que lhe disse: “O Senhor fez um juramento e não mudará sua decisão: ‘Você é sacerdote para sempre, de acordo com a ordem de Melquisedeque’”. 7:22Foi através desse juramento então, que Jesus se tornou o fiador de uma aliança muito melhor.

7:23Por necessidade, aqueles sacerdotes eram mais numerosos, pois a morte os impedia de continuarem indefinidamente. 7:24Mas ele, porque existe eternamente, tem um sacerdócio que é imutável.

7:25Portanto ele também é capaz de salvar completamente {aperfeiçoar} aqueles que continuamente estão se aproximando de Deus por meio dele, já que está sempre vivo a fim de interceder por eles. 7:26Pois vimos claramente um sumo sacerdote tal como esse, que uma vez que é santo, sincero, puro, separado dos pecadores e feito mais alto que os céus, 7:27não tem uma necessidade diária, como aqueles outros sumos sacerdotes, de oferecer sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo. Pois ele fez isso uma única vez, quando ofereceu a si mesmo.

7:28A lei apontava como sumos sacerdotes homens que possuíam fraquezas, mas a palavra do juramento que foi após a lei completou todas as coisas ao apontar um Filho que é eterno.

CAPÍTULO 8

8:1Portanto a soma de tudo o que estamos dizendo é isto: temos um sumo sacerdote tal que se assentou no lugar de suprema honra e autoridade no trono da Majestade nos céus (Ap 3:21), 8:2um sacerdote do mais santo lugar, do verdadeiro tabernáculo que o Senhor ergueu, não o homem.

8:3De fato, todo sumo sacerdote é designado para oferecer ofertas e sacrifícios. Portanto é necessário que este sumo sacerdote também tenha algo a oferecer.

8:4Agora, se ele estivesse na terra, não seria sacerdote, visto que aqui existem aqueles que oferecem as ofertas de acordo com a lei, 8:5os quais servem no que é apenas uma cópia terrestre e uma sombra das coisas celestiais. Isso está de acordo com aquilo de que Moisés foi alertado por Deus quando estava prestes a fazer o tabernáculo. “Agora seja cuidadoso,” ele disse, “para que faça todas as coisas de acordo com o padrão daquilo que lhe foi revelado na montanha” (Ex 25:40).

8:6Mas agora ele obteve um ministério superior, visto que ele também é o mediador de uma aliança melhor, a qual foi estabelecida sobre promessas melhores. 8:7Pois se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeitos, então não haveria razão para se procurar um lugar para uma segunda. 8:8Mas, encontrando falta nela, ele disse: “Veja, estão chegando os dias, diz o Senhor, em que eu farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá.

8:9Ela não será de acordo com as linhas da aliança que fiz com os pais deles no tempo em que os tomei pela mão para liderá-los para fora da terra do Egito. Mas eles não aderiram à minha aliança e assim me afastei deles, diz o Senhor. 8:10Todavia esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor. Eu colocarei minhas leis em seus pensamentos e também as gravarei em seus corações. E eu serei Deus para eles e eles serão um povo para mim.

8:11Além disso, de modo algum alguém ensinará ao seu próximo nem alguém ensinará ao seu irmão dizendo: ‘Conhece o Senhor’, pois todos me conhecerão, do menor ao maior. 8:12Porque eu serei misericordioso em relação aos seus erros e não me lembrarei mais dos seus pecados” (Jr 31:31-34).

8:13Ao dizer “uma nova aliança”, ele tornou a primeira obsoleta. E aquilo que é obsoleto está envelhecendo cada vez mais e está perto da extinção.

CAPÍTULO 9

9:1O primeiro tabernáculo tinha, de fato, um conjunto de regras do serviço divino e do santuário terrestre. 9:2Pois a primeira parte do tabernáculo, que é chamada o Lugar Santo, foi cuidadosamente equipada, com o candelabro e a mesa para os pães da proposição.

9:3E depois do segundo véu, havia uma parte interna chamada o Santo dos Santos, 9:4tendo um incensário* dourado e a arca da aliança coberta por dentro e por fora com ouro, dentro da qual havia um vaso de ouro contendo o maná, a vara de Arão que floresceu e as tábuas da aliança.

9:5E em cima dela estavam os querubins da glória lançando suas sombras sobre a tampa propiciatória, que são coisas sobre as quais não falaremos com grande detalhes no momento. 9:6Agora, sendo essas coisas cuidadosamente preparadas dessa maneira, os sacerdotes continuamente vão à primeira parte do tabernáculo cumprindo os serviços. 9:7Mas o sumo sacerdote vai sozinho à segunda parte, apenas uma vez por ano, e não sem sangue, o qual oferece por si mesmo e pelos pecados que o povo cometeu por ignorância.

*Algumas traduções dizem “altar do incenso” aqui. Mas esse altar realmente pertencia ao Lugar Santo, não ao Santo dos Santos. Ele foi colocado diretamente em frente ao véu que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos. Quando o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos, levava o “incensário”, parte do altar do incenso, com incenso sendo queimado nele, para dentro do Santo dos Santos (Êx 40:26; Lv 16:12). Portanto, era esta parte do altar, o “incensário”, que pertencia ao Santo dos Santos, e não o próprio altar de incenso.

9:8Através desse arranjo, o Espírito Santo está mostrando que o livre acesso de todos ao Santíssimo Lugar não tinha sido ainda desvendado enquanto o primeiro tabernáculo ainda estava em uso. Esse tabernáculo era apenas uma figura de algo no futuro, que tinha sido estabelecido por um tempo limitado, 9:9onde tanto ofertas como sacrifícios foram oferecidos, os quais não podem aperfeiçoar o entendimento do que é o certo e do que é o errado (alinhando-o com a mente de Deus) dos que ali serviam.

9:10É porque se trata apenas de carnes, bebidas e várias limpezas cerimoniais que são meramente ordenanças humanas, impostas até vir um tempo de reformação.

9:11Mas o Ungido veio como sumo sacerdote das boas coisas que haviam sido planejadas no maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos humanas, quer dizer, não desta criação. 9:12Ele entrou nesse Santíssimo Lugar de uma vez só – não através do sangue de cabras e bezerros, mas através do seu próprio sangue –, tendo encontrado uma eterna libertação para nós.

9:13Pois se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha, espargidos sobre os contaminados, purificou a carne deles tornando-as limpas, 9:14quanto mais irá o sangue do Ungido – o qual, por meio do Espírito eterno ofereceu a si mesmo sem defeito a Deus –, purificar seu entendimento do que é certo e do que é errado, a fim de que não mais pratiquem atos que produzem morte, capacitando-os a servir o Deus vivo?

9:15E por essa razão ele é o mediador da nova aliança – já que ocorreu uma morte pela libertação por meio de pagamento do resgate, daqueles que violaram a primeira aliança –, de modo que aqueles que foram chamados possam receber a promessa da herança eterna.

9:16Porque onde há testamento, aquele que o fez deve ter morrido. 9:17Pois um testamento somente é válido quando tenha havido a morte, uma vez que ele não tem validade enquanto aquele que o fez ainda está vivo. 9:18Portanto mesmo a primeira aliança {ou “testamento”} não foi dedicada sem sangue, significando uma morte. 9:19Pois quando Moisés havia pronunciado todos os mandamentos a todo o povo de acordo com a lei, tomou o sangue dos bezerros e das cabras com água, lã escarlate e hissopo e aspergiu o próprio pergaminho junto com todo o povo 9:20dizendo: “Este é o sangue da aliança que Deus ordenou a vocês”.

9:21Além disso, da mesma maneira aspergiu com o sangue o tabernáculo e todos os utensílios de serviço. 9:22E de acordo com a lei quase todas as coisas são purificadas com sangue, pois sem o derramamento de sangue (uma morte) não há libertação do pecado. 9:23Foi necessário, portanto, que as cópias das coisas dos céus fossem purificadas desta maneira. Mas as próprias coisas celestiais tem sido purificadas com melhores sacrifícios que aqueles.

9:24Porque o Ungido não entrou em lugares santos feitos com mãos humanas, que são meramente tipos dos verdadeiros, mas no próprio céu, e está agora se apresentando diante da face de Deus por nós. 9:25Nem ele necessita oferecer a si mesmo frequentemente (uma vez que o sumo sacerdote entrava no Santíssimo Lugar todos os anos com o sangue de outro). 9:26Se fosse assim, ele teria que padecer muitas vezes desde a fundação do mundo.

Mas agora, de uma só vez, ao final das eras, ele foi manifestado a fim de abolir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 9:27E vendo que foi reservado aos homens morrer apenas uma vez, vindo depois disso o julgamento, 9:28assim também o Ungido, tendo sido oferecido uma única vez para carregar os pecados de muitos, aparecerá uma segunda vez àqueles que o aguardam – tendo colocado de lado o problema do pecado –, a fim de trazer-lhes o passo final da sua salvação.*

CAPÍTULO 10

10:1Porque a lei, sendo uma sombra das boas coisas que hão de vir e não a própria substância delas, nunca pode aperfeiçoar os que se aproximam, visto que os mesmos sacrifícios terrenos são oferecidos continuamente a cada ano.

10:2Caso fossem aptos, não teriam deixado de ser oferecidos? Isso porque uma vez que os adoradores tivessem sido completamente purificados, não teriam mais pecados a lhes incomodar a consciência. 10:3Mas, através desses sacrifícios, há uma rememoração anual dos pecados. 10:4Porque é impossível o sangue de touros e bodes cortar fora os pecados.

*Essa “passo final da salvação” se refere à “redenção” ou glorificação do corpo.

10:5Por isso, chegando ao mundo, ele disse: “Sacrifícios e ofertas não satisfazem seus propósitos. Em vez disso, você me preparou um corpo humano. 10:6Ofertas queimadas e sacrifícios pelo pecado não satisfazem suas verdadeiras intenções” (Sl 39:7). 10:7“Então eu disse: ‘Veja, eu venho para fazer a sua vontade, ó Deus’ (assim como está escrito sobre mim no rolo do pergaminho)” (Sl 40:6-8).

10:8Por dizer primeiramente: “Ofertas queimadas e sacrifícios pelo pecado não satisfazem suas intenções, nem tem prazer neles” (que são as coisas oferecidas de acordo com a lei) 10:9e então dizer: “Veja, eu venho para fazer a sua vontade”, ele elimina o primeiro a fim de estabelecer o segundo. 10:10Por essa escolha dele, somos feitos verdadeiramente santos através da oferta única e final do corpo de Jesus, o Ungido.

10:11E, por um lado, todo sacerdote permanece diariamente em seu ofício, oferecendo os mesmos sacrifícios repetidamente, os quais nunca podem retirar pecados. 10:12Mas ele, por outro lado, quando ofereceu um sacrifício pelos pecados, assentou-se eternamente no lugar de honra e autoridade de Deus, 10:13daqui em diante esperando até que seus inimigos sejam feitos o estrado de seus pés.

10:14Pois, por uma única oferta, consumou sua obra para sempre em favor daqueles que estão sendo feitos santos. 10:15E o Espírito Santo também nos testifica este fato, pois de antemão disse: 10:16“Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor. Vou colocar minhas leis em seus corações e escrevê-las em suas mentes”. Então ele disse: 10:17“E dos seus pecados e suas violações da lei não me lembrarei mais” (Jr 31:33,34). 10:18Agora, onde há libertação desses pecados, já não se requer oferta pelo pecado.

10:19Portanto irmãos, tenhamos confiança para entrar no Lugar Santíssimo pelo sangue de Jesus. 10:20Nós podemos entrar pelo véu por este novo e vivo caminho que ele consagrou a nós (o qual foi através da oferta de seu corpo).

10:21Portanto, tendo um tão elevado sumo sacerdote sobre a casa de Deus, 10:22aproximemo-nos dele com coração sincero, estando plenamente seguros pela fé, tendo nossos corações purificados de um entendimento degenerado do que é certo e do que é errado, e tendo nossos corpos lavados com água pura. 10:23Vamos tomar posse da “esperança”* que professamos sem vacilar, pois Aquele que fez a promessa é fiel. 10:24E consideremos de que maneira vamos nos estimular uns aos outros ao amor e às boas obras.

10:25Não deixem de se reunirem uns com os outros, como é o hábito de alguns, mas estejam se encorajando mutuamente, ainda mais à medida que estejam vendo o dia do Senhor se aproximar.

10:26Mas se voluntariamente continuarmos pecando depois de termos recebido o pleno entendimento da verdade, já não há sacrifício pelos pecados deixado para nós. 10:27Em vez disso, há uma certa terrível expectativa de juízo e o fogo do ardente ciúme de Deus que consumirá aqueles que são o oposto de sua natureza santa.

10:28Qualquer um que tenha desprezado a lei de Moisés foi morto sem compaixão, com base no testemunho de duas ou três testemunhas. 10:29Quanto mais grave punição, vocês imaginam merecerá o que pisou o Filho de Deus,** que considerou o sangue da aliança, com o qual ele está sendo feito santo, ser algo de pouco valor e insultou o Espírito da graça?

10:30Pois conhecemos Aquele que disse: “Minha é a vingança; eu retribuirei aos que se rebelam.” E novamente: “O Senhor julgará o seu povo” (Dt 32:35,36). 10:31É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo!

10:32Mas lembrem-se dos dias passados, durante os quais, depois de terem sido iluminados, suportaram uma grande provação de sofrimentos. 10:33Isso foi o resultado de terem se tornado um espetáculo público, tanto por meio de insultos verbais depreciativos como de perseguições públicas e também por serem co-participantes com aqueles que assim foram afrontados. 10:34Pois tiveram compaixão daqueles que foram presos e aceitaram com alegria a apreensão das suas posses, sabendo que têm em si mesmos uma melhor possessão que é permanente.

10:35Portanto, não lancem fora a sua firmeza, a qual tem grande recompensa. 10:36Porque vocês necessitam de perseverança, para que, tendo feito a vontade de Deus, possam receber a promessa. 10:37“Pois em ‘pouco tempo’, aquele que há de vir estará aqui e não tardará. 10:38Agora, diz o Senhor: aquele que exibe caráter justo, é aquele que está conduzindo sua vida pela fé, mas, se o tal afastar-se de mim, minha alma não terá prazer nele” (Hc 2:3,4).

*A “esperança” mencionada aqui é a esperança de ser glorificado com Jesus. **Esses são aqueles que lhe desobedeceram e desrespeitaram sua autoridade.

10:39Contudo não estamos entre aqueles que recuam, resultando em destruição, mas entre aqueles que têm fé, resultando na completa salvação da alma.

CAPÍTULO 11

11:1Agora fé é quando o que se espera se torna real a nós no espírito. É quando temos uma convicção genuína interior em relação às coisas invisíveis. 11:2Pois é desse modo que os de antigamente receberam a aprovação de Deus. 11:3Por tal fé entendemos que o universo passou a existir pela palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi produzido a partir de coisas que são visíveis.

11:4Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais aceitável do que Caim, o que foi um testemunho de que ele era reto; Deus também testificou “em cima” das suas ofertas*, e através disso, mesmo estando morto, ele ainda fala.

11:5Pela fé Enoque foi transladado, de modo que não conheceu a morte e não foi encontrado já que Deus o transladou. Pois antes de ser levado, ele tinha o testemunho de que Deus estava inteiramente satisfeito com ele.

11:6Sim, sem fé é impossível de lhe ser agradável, pois aquele que está se achegando a Deus deve crer que ele é e que ele recompensa aqueles que diligentemente o buscam.

11:7Pela fé Noé, sendo alertado por Deus a respeito de coisas ainda não vistas, demonstrou reverência e cuidadosamente preparou uma arca para a salvação da sua família, através da qual ele condenou o mundo e tornou-se herdeiro da retidão que é através da fé.

11:8Pela fé Abraão, quando foi chamado, obedeceu, saindo para um lugar que ele mais tarde receberia como herança. Então ele saiu sem saber para onde estava indo.

11:9Pela fé viveu como um estrangeiro na terra que lhe havia sido prometida, habitando em tendas, assim como fizeram Isaque e Jacó, co-herdeiros com ele da mesma promessa. 11:10Porque ele olhava para a cidade que possui os verdadeiros fundamentos, cujo arquiteto e construtor é Deus.

*Talvez ao enviar fogo do céu para incendiar a oferta.

11:11Pela fé a própria Sarah também recebeu força para conceber um filho quando havia passado da idade fértil, visto que confiava na autoridade Daquele que havia prometido. 11:12Portanto, também de um (sendo ele muito idoso) estão nascendo uma multidão como as estrelas dos céus e inumerável como a areia à beira-mar.

11:13Todos esses morreram na fé, não tendo recebido as promessas, mas as viram e as abraçaram de longe, confessando que eram meramente estrangeiros e peregrinos nesta terra. 11:14Porque aqueles que dizem tais coisas revelam que estão buscando uma pátria própria.

11:15E se de fato estivessem se lembrando afetuosamente do país que deixaram, teriam tido oportunidade para retornar. 11:16Mas agora eles estão buscando alcançar uma pátria melhor, que é celestial em origem e natureza. Portanto Deus não está envergonhado de ser chamado de Deus deles, pois está lhes preparando uma cidade.

11:17Pela fé Abraão, sendo testado, ofereceu Isaque. Aquele que tinha recebido as promessas ofereceu voluntariamente o seu único filho, 11:18exatamente aquele sobre o qual foi dito isto: “O nome de sua semente será recebido por meio de Isaque”. 11:19Ele considerou que Deus era igualmente capaz de ressuscitá-lo dos mortos, de onde ele também, em uma maneira de dizer, o recebeu de volta.

11:20Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú em relação às coisas futuras. 11:21Pela fé Jacó, quando estava morrendo, abençoou cada um dos filhos de José e adorou, apoiando-se na parte superior do seu cajado. 11:22Pela fé José, quando estava próximo do seu fim, mencionou o êxodo dos filhos de Israel e deu instruções em relação aos seus ossos.

11:23Pela fé, Moisés na época em que nasceu, foi escondido por três meses por seus pais, porque viram que ele era um filho formoso e não temeram o decreto do rei.

11:24Pela fé, Moisés, quando havia crescido, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, 11:25escolhendo coparticipar do penoso tratamento com o povo de Deus em vez de desfrutar dos prazeres transitórios do pecado. 11:26Considerou, a participação na censura que está no Ungido, como riqueza maior do que os tesouros do Egito, pois abandonou todas as outras coisas por causa da recompensa divina. 11:27Pela fé deixou o Egito, sem temer a ira do rei, pois perseverou ao ver Àquele que é invisível.

11:28Pela fé ele celebrou a páscoa com a aspersão do sangue para que o destruidor dos primogênitos não os tocasse. 11:29Pela fé passaram pelo Mar Vermelho como se estivessem em terra firme, no qual os egípcios, durante a tentativa de fazê-lo, foram engolidos.

11:30Pela fé os muros de Jericó ruíram após terem sido contornados por sete dias. 11:31Pela fé Raabe, a prostituta, não foi destruída com os que foram desobedientes, pois recebeu os espias em paz.

11:32E o que mais posso dizer? Porque não há tempo suficiente para relatar as histórias de Gideão, Baraque, Sansão, e Jefté, de Davi, Samuel e dos profetas.

11:33Eles, através da fé, conquistaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, 11:34apagaram o poder do fogo, escaparam ao fio da espada, na fraqueza tornaram-se fortes, tornaram-se corajosos na guerra e afastaram exércitos de estrangeiros.

11:35Mulheres receberam a ressurreição de seus mortos, e outros foram torturados não aceitando resgate, para que pudessem obter uma melhor ressurreição. 11:36Outros experimentaram zombaria e açoites e ainda foram acorrentados e aprisionados.

11:37Foram apedrejados, serrados em dois, provados, mortos à espada; andaram vestidos em pele de carneiro e de cabra, estando em necessidade, sendo afligidos, maltratados; 11:38vagando em desertos, montanhas, cavernas e nos buracos da terra; eles, de quem o mundo não era digno.

11:39E todos esses, têm um testemunho por causa da sua fé, mesmo sem receber a promessa: o Ungido. 11:40Agora Deus nos providenciou uma vantagem maior, de modo que não deve acontecer que eles completassem seu curso de fé e nós não.

CAPÍTULO 12

12:1Portanto, vendo que estamos rodeados de um número tão grande daqueles que têm este testemunho, também deixemos de lado todo obstáculo e o pecado que tão facilmente impede nossa caminhada. E corramos também a carreira que está colocada diante de nós com perseverança, 12:2fixando nossos olhos em Jesus, o autor e aperfeiçoador da nossa fé, o qual, pela alegria que foi posta diante dele, suportou a cruz, ignorando a desonra, e assentou-se no lugar de suprema honra e autoridade no trono de Deus.

12:3Pensem sobre o quanto isso custou a ele, o qual suportou tal impacto negativo de pecadores contra si mesmo, de tal modo que não fiquem cansados, desmaiando em suas almas. 12:4Vocês ainda não resistiram a ponto de derramar sangue lutando contra a tendência humana de reagir e pecar.

12:5E esqueceram totalmente a exortação que ensina vocês tal como se faz aos filhos dizendo: “Meu filho, não seja desatento à disciplina do Senhor nem desmaie quando por ele for corrigido. 12:6Àquele a quem o Senhor ama ele disciplina; e ele castiga com uma vara a todo filho que recebe” (Pv 3:11,12).

12:7Caso estejam experimentando tal disciplina, Deus está lidando com vocês como filhos. Ora qual o filho que não é disciplinado por seu pai? 12:8Mas se vocês estão sem correção disciplinar da qual todos os filhos participam, então são ilegítimos, e não filhos. 12:9Além disso, tivemos pais naturais que nos corrigiram e nós lhes demos nosso respeito. Não devemos muito mais nos submeter ao Pai dos espíritos e obtermos mais de sua vida?

12:10Porque eles, por um lado, nos disciplinaram por um curto período de tempo como lhes parecia certo, mas ele, por outro lado, o faz para o nosso benefício, de modo que possamos ser participantes em sua santidade. 12:11Toda disciplina tal como essa não parece ser agradável, mas dolorosa naquele momento; ainda assim depois produz o pacífico fruto da retidão de Deus naqueles que foram exercitados por ela.

12:12Portanto levantem as mãos que se tornaram fracas e os joelhos débeis, 12:13e andem em uma linha reta, de modo que o que é coxo não seja deslocado de vez, mas antes seja curado. 12:14Busquem a paz com todos os homens e busquem serem feitos santos, visto que sem tal santidade ninguém irá conhecer intimamente, por experiência, o Senhor.

12:15Sejam vigilantes, para que ninguém falhe em se apossar a graça de Deus; de modo que nenhuma raiz venenosa de amargura brote a fim de criar problemas, e através disso muitos outros sejam contaminados; 12:16e para que não haja nenhuma pessoa sexualmente imoral ou imunda como Esaú, o qual por uma só refeição* vendeu seu direito à primogenitura.

12:17Pois vocês sabem que, mesmo quando posteriormente quis herdar a bênção, foi rejeitado, pois não encontrou a condição do coração necessária para o arrependimento, embora ele a tenha procurado diligentemente com lágrimas.

12:18Mas vocês não chegaram àquela montanha ardendo com fogo, que não pode ser tocada, ou à escuridão, ou às trevas, ou à tempestade, 12:19ou ao som de uma trombeta, ou à voz dos pronunciamentos que aqueles que os ouviram imploraram que nem mais uma palavra lhes fosse dita.

12:20Porque eles (os filhos de Israel) não podiam suportar o que foi ordenado: “Se até mesmo um animal doméstico tocar a montanha, deve ser apedrejado ou atingido com uma flecha” (Ex 19:12,13). 12:21E esse espetáculo foi tão assustador que Moisés disse: “Estou acometido de terror e estou tremendo”.

12:22Mas vocês chegaram ao monte Sião, à cidade do Deus vivo, ou seja, à Jerusalém que é celestial em origem e natureza; e a inúmeros anjos; 12:23à reunião festiva, mesmo à assembleia do Primogênito, composta por aqueles que estão registrados no céu; a Deus, o Juiz de todos; aos espíritos de homens justos que completaram sua corrida de fé; 12:24a Jesus o mediador de uma nova aliança; e ao sangue de aspersão, o qual fala sobre coisas melhores do que aquele de Abel.**

12:25Vejam que não rejeitem Aquele que fala. Pois se não escaparam do julgamento quando rejeitaram a quem na terra os advertia, quanto mais vocês não escaparão do julgamento, os que rejeitarem Aquele que adverte do céu.

*Um momento de gratificação sensual.

**O sangue de Abel clamou por vingança, enquanto o sangue de Jesus fala de libertação.

12:26Sua voz então abalou a terra, mas agora ele prometeu dizendo: “Mais uma vez eu abalarei não somente a terra, mas também os céus” (Ag 2:6). 12:27E esta palavra “Mais uma vez”, indica a substituição das coisas que são abaláveis – visto que o tempo delas chegou ao fim –, para que as coisas que não podem ser abaladas permaneçam.

12:28Portanto, uma vez que estamos recebendo um reino inabalável, devemos estar obtendo graça pela qual possamos servir a Deus de maneira aceitável com reverente respeito e veneração. 12:29Pois o nosso Deus é fogo consumidor.

CAPÍTULO 13

13:1Que o amor dos irmãos permaneça. 13:2Não se esqueçam de demonstrar hospitalidade a desconhecidos, pois assim alguns têm tido anjos como convidados sem estarem cientes disso. 13:3Lembrem-se daqueles que são prisioneiros, como se estivessem aprisionados com eles, e lembrem-se dos que são maltratados, visto que vocês também são no corpo.

13:4Que a aliança matrimonial seja considerada preciosa entre todos, e que o leito matrimonial seja sem traição, visto que Deus julgará aqueles que fazem sexo fora da aliança matrimonial e aqueles que enganam a seus cônjuges.

13:5Permaneçam livres do amor ao dinheiro. Estejam contentes com as coisas que possuem, pois ele mesmo disse: “Eu nunca o deixarei, nem de qualquer maneira o abandonarei” (Dt 31:6), 13:6de modo que possamos ousadamente dizer: “O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O que meros homens podem fazer comigo?” (Sl 118:6).

13:7Sejam facilmente persuadidos por aqueles que são notáveis exemplos na caminhada espiritual, homens que lhes falaram a palavra de Deus, e prestem atenção à maneira como vivem. Imitem a fé deles. 13:8Jesus, o Ungido, é o mesmo ontem, hoje e para sempre.

13:9Não se deixem levar por vários e estranhos ensinos. Pois é bom ao coração ser estabelecido pela graça, não pelo que comemos, visto que aqueles que estão preocupados com estas coisas não obtêm nenhum benefício delas.

13:10Nós temos um altar do qual os que servem no tabernáculo não têm o direito de comer. 13:11Porque os corpos daqueles animais cujo sangue se trazia para o Lugar Santíssimo pelo sumo sacerdote como uma oferta pelo pecado eram queimados fora do acampamento. 13:12Portanto, Jesus também, a fim de tornar o povo santo através do seu próprio sangue, padeceu fora dos portões. 13:13Saiamos pois a ele para fora do acampamento,* carregando seu tratamento de desprezo [assim como ele carregou sua cruz].

13:14Pois não temos aqui uma cidade permanente, mas ansiosamente buscamos por uma que está por vir.

13:15Por meio dele, então, ofereçamos continuamente o sacrifício de louvor a Deus, o qual é o fruto dos nossos lábios declarando seu nome. 13:16Mas não se esqueça de fazer o bem e de doar aos outros, pois Deus muito se alegra com tais sacrifícios.

13:17Sejam facilmente persuadidos por aqueles que são notáveis exemplos na caminhada espiritual e sejam sedentos, pois eles perdem o sono mantendo-se acordados por causa das suas almas, como sendo aqueles que prestarão contas a Deus, para que possam fazer isso com alegria e não com pesar, visto que isso seria prejudicial a vocês.

13:18Orem por nós, pois estamos confiantes de que temos consciência limpa, desejando viver honradamente em todas as coisas. 13:19E eu os encorajo a fazer ainda mais, de modo que eu possa ser restituído a vocês mais apressadamente.

13:20Agora, possa o Deus de paz – o qual trouxe da morte o Grande Pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus –, pelo sangue de uma aliança eterna, 13:21equipá-los a fazer cada boa obra de acordo com a sua vontade, operando através de vocês o que é aceitável à sua vista por meio do Ungido, Jesus: a quem seja a glória para as épocas das épocas. Amém.

13:22Mas eu rogo, irmãos, que suportem esta palavra de exortação, que lhes escrevi em umas poucas palavras. 13:23Gostaria que soubessem que nosso irmão Timóteo foi libertado. Eu irei vê-los com ele caso chegue depressa. 13:24Cumprimentem todos aqueles que são notáveis exemplos na caminhada espiritual e a todos os separados por Deus. Os da Itália os cumprimentam.

13:25A graça seja com todos vocês. Amém.

*O “acampamento” significa a maior parte das pessoas que frequentemente não ouvem a Deus nem compreendem sua vontade.

Final da Carta de Hebreus

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A Carta de Tiago