Publicação Grão de Trigo
Traduzido por David W. Dyer
CAPÍTULO 1
1:1Este é um relato do princípio das boas novas de Jesus, o Ungido, o Filho de Deus. 1:2Assim como está escrito em Isaías, o profeta: “Eis que envio diante da sua face o meu mensageiro, o qual preparará o seu caminho” (Ml 1:3). 1:3Uma voz daquele que clama no lugar sem habitante: “Preparem o caminho do Senhor. Tornem os seus caminhos retos” (Is 40:3).
1:4João veio, aquele que batizava {imergia} no ermo e proclamava o batismo de arrependimento para a libertação da escravidão dos pecados. 1:5E toda a região da Judeia ia até ele, juntamente com todos os de Jerusalém. Confessando seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.
1:6João se vestia com pelos de camelo, tinha um cinto de couro em volta da cintura e comia gafanhotos e mel silvestre. 1:7E ele pregava, dizendo: “Há um que está vindo depois de mim, que é mais poderoso do que eu, tanto que eu não sou digno de desamarrar as tiras das suas sandálias. 1:8Eu batizo vocês na água, mas ele vai imergi-los no Espírito Santo.”
1:9E aconteceu naqueles dias que Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão. 1:10E imediatamente depois de sair da água, ele viu os céus divididos em dois e o Espírito descendo sobre ele na forma de uma pomba. 1:11E uma voz veio dos céus, dizendo: “Você é meu Filho, o Amado em quem me deleito!”
1:12E imediatamente depois o Espírito o enviou para o deserto. 1:13Ele esteve no deserto quarenta dias sendo testado por Satanás, onde suas únicas companhias eram os animais selvagens. Mas depois os anjos vieram e o serviram.
1:14Agora, depois que João foi preso, Jesus veio à Galileia proclamando as boas novas de Deus 1:15e dizendo: “Cumpriu-se o tempo, e o reino de Deus está perto de chegar. Arrependam-se e creiam nas boas novas.”
1:16E caminhando junto ao mar da Galileia, ele viu Simão e seu irmão André lançando uma rede ao mar, porque eram pescadores. 1:17E Jesus lhes disse: ”Sigam-me e eu os farei pescadores de homens.” 1:18E imediatamente eles deixaram as redes e o seguiram.
1:19Então, indo um pouco mais adiante, ele viu Tiago, o filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que também estavam em um barco consertando as redes. 1:20Então ele os chamou, e imediatamente deixaram seu pai Zebedeu no barco com os servos contratados e o seguiram.
1:21E foram para Cafarnaum. Lá, no dia de sábado, sem qualquer hesitação, ele entrou na sinagoga e ensinou. 1:22E ficaram impressionados com o seu ensino, porque ele os ensinou como alguém que tinha autoridade, e não como os escribas.
1:23E na sinagoga deles havia um homem com um espírito imundo que gritava, 1:24exclamando: “Oh, não! O que você veio fazer a nós, Jesus, seu Nazareno? Você veio para nos destruir? Eu sei quem você é: o Santo de Deus.” 1:25E Jesus o repreendeu dizendo: “Fique quieto e saia dele.” 1:26E o espírito imundo, convulsionando-o e gritando com uma voz alta, saiu dele.
1:27Assim todos ficaram maravilhados, tanto que eles indagaram entre si, dizendo: “O que está acontecendo? De quem é esse novo ensino? Ele até mesmo ordena aos espíritos imundos com autoridade e eles lhe obedecem.” 1:28E as notícias sobre ele se espalharam por toda parte em todas as regiões ao redor da Galileia.
1:29E quando eles saíram da sinagoga, foram diretamente para a casa de Simão e André, junto com Tiago e João. 1:30Ora, a mãe da esposa de Simão estava acamada, com febre, e logo falaram a Jesus sobre a condição dela.
1:31Então ele veio, pegou-a pela mão e fez levantar-se. A febre a deixou e ela os serviu. 1:32Depois, à tarde, quando o sol havia se posto, trouxeram até ele todos os que estavam doentes e os que estavam possuídos de demônios. 1:33Toda a cidade estava reunida na porta. 1:34E ele curou muitos que estavam doentes de várias enfermidades e expulsou muitos demônios, porém não permitia que os demônios falassem, porque eles o conheciam.
1:35Pela manhã, muito antes da luz do dia, ele se levantou, saiu de casa e foi para um lugar ermo, onde orava. 1:36Depois Simão e os que estavam com ele o seguiram. 1:37Quando o encontraram, disseram-lhe: “Todos estão procurando por você.” 1:38Mas ele respondeu: “Vamos para as outras vilas, para que eu possa pregar lá também, pois esta é a razão pela qual eu vim do Pai.”
1:39E ele foi às sinagogas deles por toda a Galileia, pregando e expulsando demônios. 1:40E um leproso veio até ele, implorando e, ajoelhando-se diante dele, disse: “Se você estiver disposto, você pode me tornar limpo.” 1:41Movido de compaixão, ele estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: “Eu estou disposto. Torne-se limpo!” 1:42E imediatamente a lepra o deixou, e ele se tornou limpo. 1:43Então ele o despediu.
1:44Mas primeiro severamente o advertiu, dizendo: “Seja cuidadoso para não dizer nada sobre isso a ninguém. Mas vá, mostre-se ao sacerdote e ofereça as coisas que Moisés ordenou para a sua limpeza, como um testemunho para eles.”
1:45Contudo, ele saiu e começou a contar a todos o acontecido, espalhando a notícia por toda parte, tanto que Jesus não podia entrar publicamente em uma cidade, mas ficava do lado de fora, nos lugares desabitados. Mesmo assim, as pessoas vinham a ele de todas as direções.
CAPÍTULO 2
2:1Quando ele entrou novamente em Cafarnaum, alguns dias depois, logo se espalhou a notícia de que estava em certa casa. 2:2Rapidamente tantas pessoas se reuniram que não havia mais espaço para elas, nem mesmo perto da porta. E ele lhes falou a palavra.
2:3Depois alguns outros vieram a ele trazendo-lhe um paralítico, carregado por quatro homens. 2:4Mas quando não conseguiram chegar perto dele por causa da multidão, retiraram parte do telhado do lugar onde ele estava. E quando assim desmontaram, desceram a maca em que o homem paralítico estava deitado. 2:5E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao homem paralítico: “Filho, seus pecados estão perdoados.”
2:6Porém havia alguns dos escribas* sentados lá que arrazoavam em seus corações, pensando: 2:7”Por que esse homem diz blasfêmia? Quem pode perdoar pecados a não ser Deus?” 2:8Mas Jesus, imediatamente percebendo em seu espírito que eles estavam pensando dessa maneira, disse-lhes: “Por que vocês questionam essas coisas em seus corações? 2:9O que é mais fácil: dizer a este paralítico: ‘Seus pecados estão perdoados’ ou dizer ‘Levante-se, pegue sua maca e ande’?
2:10Mas para que vocês saibam que o Filho do homem tem autoridade na terra para perdoar pecados (ele disse ao homem paralítico), 2:11eu lhe digo: ‘Levante-se, pegue sua maca e vá para sua casa.’” 2:12E ele se levantou e imediatamente pegou a maca e saiu andando diante de todo mundo. Todos ficaram maravilhados e glorificaram a Deus dizendo: “Nós nunca vimos nada semelhante a isso.”
2:13E ele saiu novamente à beira-mar. Então toda a multidão veio até ele, e ele as ensinava. 2:14Enquanto passava, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no lugar designado para coletar impostos, e lhe disse: “Siga-me.” Levantando-se, ele o seguiu.
2:15E aconteceu que, quando estava sentado para comer uma refeição na casa de Levi, muitos coletores de impostos e pecadores também se sentaram com Jesus e seus discípulos, porque muitas dessas pessoas o seguiam.
2:16Então alguns dos escribas e fariseus,* quando viram que ele estava comendo com os pecadores e coletores de impostos, disseram aos seus discípulos: “Por que ele come e bebe com coletores de impostos e pecadores?” 2:17Quando Jesus ouviu isso, disse-lhes: “Aqueles que estão bem não precisam de médico, mas sim aqueles que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores para o arrependimento.”
*Os fariseus eram líderes religiosos extremamente legalistas, enquanto os escribas eram letrados na lei judaica.
2:18Por aquele tempo, os discípulos de João e dos fariseus estavam jejuando; assim alguns vieram e lhe disseram: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, mas os seus discípulos não jejuam?”
2:19E Jesus lhes disse: “Podem os companheiros do noivo jejuar enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo que tenham o noivo com eles, não podem jejuar. 2:20Contudo virão os dias quando o noivo lhes será retirado, e então, naquele tempo, eles jejuarão.
2:21Ninguém faz remendo de pano novo em roupa velha, senão o pano novo repuxa o tecido velho e o rasgo fica ainda maior.
2:22E ninguém põe vinho novo em velhos sacos de couro {odres}, senão o vinho vai romper o couro e tanto se desperdiça o vinho quanto o couro. Mas o vinho novo é colocado em sacos novos de couro.”
2:23Aconteceu que, enquanto caminhava no dia do sábado, ele passava pelos campos de cereais. E enquanto iam, seus discípulos começaram a arrancar as espigas. 2:24Então os fariseus lhe disseram: “Veja, por que eles fazem algo que não é lícito no dia do sábado?”
2:25E ele lhes disse: “Vocês nunca leram o que Davi fez quando estava necessitado e com fome, ele e aqueles que estavam com ele? 2:26Ele entrou na casa de Deus quando Abiatar era o sumo sacerdote e comeu o pão da proposição, o qual não se é lícito comer, exceto pelos sacerdotes. E ele também o deu para aqueles que estavam com ele.” 2:27Em seguida ele lhes disse: “O sábado existe para o benefício do homem e não o homem para o sábado. 2:28Portanto o Filho do homem é senhor até mesmo sobre o sábado.”
CAPÍTULO 3
3:1E quando ele voltou à sinagoga, havia lá um homem que tinha a mão atrofiada. 3:2Então eles (os líderes religiosos) o observavam atentamente para ver se iria ou não curá-lo no dia do sábado, de maneira que eles pudessem ter algo do que acusá-lo. 3:3Assim ele disse ao homem que tinha a mão atrofiada: “Levante-se e venha aqui no meio de todos.” 3:4Em seguida ele lhes disse: “É lícito fazer o bem no dia do sábado ou fazer o mal: salvar uma vida ou matar?” Mas eles permaneceram calados.
3:5Então, tendo olhado ao redor para todos eles com indignação, entristecido por causa da dureza dos seus corações, ele disse ao homem: “Estenda a sua mão.” E quando ele a estendeu, sua mão atrofiada foi restaurada, ficando igual à outra.
3:6Então os fariseus saíram e imediatamente se reuniram com os herodianos* para conspirar contra ele, tentando descobrir como poderiam destruí-lo.
3:7Depois Jesus se retirou para a praia com os seus discípulos. Mas uma grande multidão da Galileia os seguiu, incluindo pessoas da Judeia, 3:8Jerusalém, Idumeia e até algumas de além do Jordão e da região ao redor de Tiro e Sidom – uma multidão verdadeiramente grande. Tinham ouvido sobre as grandes coisas que ele fez e assim vieram vê-lo.
3:9Então ele disse aos seus discípulos que mantivessem um pequeno barco à disposição dele por causa da multidão, em caso de o pressionarem demais. 3:10Isso porque ele tinha curado a muitos, e aqueles que tinham enfermidades se aglomeravam perto dele, de modo que pudessem tocá-lo. 3:11E os espíritos imundos, sempre que o viam, caíam diante dele e gritavam, dizendo: “Você é o Filho de Deus!” 3:12E ele frequentemente lhes ordenava a não revelar quem ele era.
3:13Mais tarde ele subiu o monte e chamou a si aqueles aos quais queria que viessem. E eles foram com ele. 3:14Ali ele designou doze deles para que estivessem com ele e que pudesse enviá-los a pregar, 3:15tendo autoridade para curar doenças e expulsar demônios.
3:16Ele então deu a Simão um novo nome: “Pedro”, 3:17e a Tiago, filho de Zebedeu, junto com seu irmão, João, ele deu o novo nome “Boanerges”, que significa “filhos do trovão”. 3:18Também designou André, Filipe, Bar-Tolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 3:19e Judas Iscariotes, que é aquele que o traiu.
Algum tempo depois, ele entrou em uma casa. 3:20E uma multidão se reuniu novamente. Ali ficou tão cheio que não podia nem mesmo comer. 3:21Quando alguns dos seus parentes ouviram sobre isso, vieram para levá-lo à força, porque diziam: “Ele está fora de si.”
* Judeus influentes alinhados com Herodes.
3:22Os escribas que desceram de Jerusalém disseram: “Ele está possuído por Belzebu” e “Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios.”
3:23Então ele os chamou a si e lhes disse em parábolas: “Como Satanás pode expulsar Satanás? 3:24Se um reino se dividir contra si mesmo, esse reino não pode permanecer.
3:25Se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não será apta para continuar. 3:26E se Satanás se levantou contra ele mesmo e, portanto, está dividido, ele não pode permanecer, mas acaba. 3:27Mas ninguém pode entrar na casa de um homem forte e roubar seus bens, a menos que ele primeiro amarre o homem forte e então poderá roubar o que está em sua casa.
3:28Vejam bem, eu lhes digo que os filhos dos homens podem ser perdoados de todos os tipos de pecados, incluindo coisas difamatórias que possam ter falado. 3:29Mas qualquer que insultar o Espírito Santo [atribuindo sua obra a Satanás] não será libertado durante esta época e estará sujeito a julgamento na época vindoura*.”
3:30Ele disse isto porque eles haviam dito: “Ele tem um espírito imundo” [quando, na realidade era o Espírito Santo em operação].
3:31Depois sua mãe e seus irmãos chegaram ali. E permanecendo do lado de fora, mandaram chamá-lo, para que viesse até eles. 3:32A multidão estava sentada ao seu redor, então disseram a ele: “Olhe, sua mãe e seus irmãos estão do lado de fora à sua procura.”
3:33”E ele lhes respondeu e disse: “Quem é minha mãe e meus irmãos?” 3:34Então, olhando para aqueles que se sentaram ao seu redor, ele disse: “Vejam, estes são minha mãe e meus irmãos! 3:35Pois qualquer que faça a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
CAPÍTULO 4
4:1Mais uma vez ele começou a ensinar à beira-mar. E uma multidão muito grande se reuniu a ele, de modo que ele entrou em um barco e sentou-se nele enquanto toda a multidão estava à beira-mar, na praia. 4:2E ele lhes ensinou muitas coisas em parábolas e lhes disse em seus ensinamentos: 4:3”Ouçam com atenção! Vejam, o semeador saiu para semear sua semente.
*A época vindoura não é a eternidade, mas a época do Reino, ou o Milênio.
4:4E aconteceu que, enquanto semeava, algumas das sementes caíram no caminho compactado, e os pássaros vieram e as devoraram. 4:5Outras sementes caíram sobre o terreno rochoso, onde não havia muita terra. Brotaram muito rapidamente, pois não havia profundidade de solo. 4:6Todavia, quando o sol subiu, queimaram-se e, porque não tinham raízes profundas, secaram.
4:7E outras caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram, e elas não produziram frutos. 4:8Ainda outras caíram em boa terra e produziram frutos, crescendo, desenvolvendo-se e dando frutos, algumas trinta vezes mais, algumas sessenta vezes mais e algumas cem vezes mais.” 4:9E ele disse: “Aquele que tiver ouvidos para ouvir, que ouça.”
4:10Mais tarde, quando estava sozinho, aqueles que estavam com ele junto com os doze lhe perguntaram sobre a parábola. 4:11E ele lhes disse: “Tem-lhes sido concedido entender os segredos do reino de Deus, mas, para os de fora, todas as coisas são mantidas em segredo, em parábolas. 4:12Isto é assim para que, mesmo que eles vejam, não percebam, e mesmo que ouçam, não entendam, de modo que não haja maneira para eles se voltarem e terem seus pecados perdoados.”
4:13E ele lhes disse: “Vocês não entendem esta parábola? Como então vocês entenderão todas as outras parábolas? 4:14O semeador semeia a palavra. 4:15E aqueles no caminho compactado são os que ouvem a palavra semeada, mas Satanás imediatamente vem e arrebata a palavra que foi semeada em seus corações.
4:16De maneira similar – representada pela palavra semeada nos lugares rochosos – são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria. 4:17Mas não têm ‘raiz’ em si mesmos. Então continuam por um tempo, mas quando tribulações ou perseguições surgem por causa da palavra, rapidamente se ofendem e caem em pecado.
4:18E outras – aquelas semeadas entre os espinhos –, estes são aqueles que ouviram a palavra, 4:19mas as preocupações do mundo, a ilusão das riquezas e os desejos carnais por outras coisas entram, sufocam a palavra e ela se torna infrutífera. 4:20E aquelas que foram semeadas em boa terra representam aqueles que ouvem a palavra, recebem-na e produzem frutos: trinta vezes mais, sessenta vezes mais e cem vezes mais.”
4:21E ele lhes disse: “Traz-se uma lâmpada para ser colocada debaixo de uma cesta, ou debaixo da cama e não para ser colocada no lampadário? 4:22Pois não há nada escondido que não venha a ser exposto, nem há nada que tenha se tornado secreto que não seja revelado. 4:23Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.”
4:24E ele lhes disse: “Considerem cuidadosamente o que estão ouvindo. Pois na medida em que você o receber, ele lhe será dado. E àqueles que compreendem o que foi dito, será dado mais ainda. 4:25Além disso, aquele que firmemente se agarrar ao que recebeu, mais lhe será dado. Mas aquele que não se agarra firmemente ao que lhe tem sido dado, mesmo o que tem lhe será tirado.”
4:26E ele disse: “O reino de Deus pode ser comparado a um homem que semeia sementes em solo preparado. 4:27Enquanto ele dorme e acorda dia após dia, a semente brota e cresce, embora ele realmente não entenda como isso acontece.
4:28De fato, a terra produz frutos por si mesma [sem exigir que o homem entenda]. Primeiro a folha nova aparece, depois a espiga do grão, depois o grão maduro na espiga. 4:29Mas quando o grão está maduro, ele imediatamente manda a foice, porque chegou o momento da colheita.”
4:30E ele disse: “Com o que podemos comparar o reino de Deus ou que tipo de parábola podemos usar para o explicar? 4:31É como uma semente de mostarda, que, ao ser plantada no solo, é uma das menores sementes que existem sobre a terra. 4:32No entanto, depois de plantada, ela cresce e se torna maior do que todas as outras ervas, e lança grandes ramos, para que seja possível aos pássaros do céu descansarem à sua sombra.”
4:33E usando muitas dessas parábolas, ele lhes falava a palavra na medida em que eram capazes de ouvi-la. 4:34Ele não falava sem usar parábolas, mas explicava tudo em particular aos seus próprios discípulos. 4:35E naquele dia, quando a noite chegou, ele lhes disse: “Vamos passar para o outro lado.” 4:36E deixando a multidão, eles o levaram consigo, indo rapidamente para dentro do barco. E havia alguns outros pequenos barcos com ele.
4:37Entretanto surgiu ali uma grande tempestade de vento, e as ondas quebravam sobre o lado e dentro do barco, tanto que o barco estava se enchendo de água. 4:38Ele próprio estava na popa, dormindo na almofada.
E eles o acordaram e lhe disseram: “Mestre, você não se importa que estejamos prestes a morrer?” 4:39E ele acordou, repreendeu o vento e disse ao mar: “Fique calmo! Fique quieto!” Então o vento cessou, e houve uma grande calma. 4:40E ele lhes disse: “Por que vocês estão com medo? Vocês ainda não têm fé?” 4:41Eles estavam com muito medo e diziam uns aos outros: “Quem, pois, é esse, que até o vento e o mar lhe obedecem?”
CAPÍTULO 5
5:1E eles foram para o outro lado do mar, para a região dos gerasenos. 5:2E quando ele havia deixado o barco, logo depois um homem possuído por um espírito imundo, saindo do cemitério, o encontrou. 5:3Esse homem vivia nos túmulos e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com correntes.
5:4Pois muitas vezes ele havia sido preso com as pernas atadas e com correntes, mas as correntes foram despedaçadas por ele e as correias nas pernas quebradas em pedaços. E ninguém era forte o suficiente para subjugá-lo. 5:5Ele estava constantemente clamando, noite e dia, nos túmulos e nas montanhas, cortando a si mesmo com pedras.
5:6Quando de longe ele viu a Jesus, veio correndo e ajoelhou-se diante dele. 5:7E gritando com alta voz, disse: “O que você tem a ver comigo, Jesus, ó filho do Deus Altíssimo? Eu lhe imploro, por Deus, não me atormente!”
5:8Pois ele lhe dissera: “Saia, ó espírito imundo. Deixe este homem!” 5:9E ele lhe perguntou: “Qual é o seu nome?” E ele lhe disse: “Meu nome é Legião, pois nós somos muitos.”
5:10E lhe imploravam encarecidamente que não os mandasse para fora daquela região. 5:11Ora, havia, naquele momento, uma grande vara de porcos alimentando-se perto das montanhas. 5:12E eles lhe imploravam, dizendo: “Envie-nos para os porcos, para que entremos neles.”
5:13E ele rapidamente lhes deu permissão. Então os espíritos imundos saíram e entraram nos porcos. E a vara (cerca de dois mil deles) se lançou do precipício para dentro do mar, onde se afogou.
5:14Em seguida, aqueles que os alimentavam fugiram e contaram isso na cidade e por todo o campo ao redor. E assim muitas pessoas vieram para descobrir o que havia acontecido. 5:15Quando vieram a Jesus e viram o homem (aquele que tinha tido a legião) que tinha sido possuído por demônios sentado, vestido e em perfeito juízo, eles ficaram maravilhados.
5:16E aqueles que tinham presenciado expuseram-lhes – como isso aconteceu com aquele que tinha sido possuído por demônios e acerca dos porcos –,5:17começaram a implorar para que Jesus deixasse sua região.
5:18Quando ele estava entrando no barco, aquele que havia sido possuído por demônios suplicou-lhe, querendo permanecer com ele. 5:19Jesus não permitiu que ele viesse, mas lhe disse: “Vá para a sua casa e para os seus amigos e lhes diga as grandes coisas que o Senhor fez por você e como ele lhe demonstrou misericórdia.” 5:20Dessa forma, ele seguiu seu caminho e começou a espalhar as notícias em Decápolis sobre o quanto Jesus lhe fizera, e todos ficaram maravilhados.
5:21Quando Jesus passou novamente de barco para o outro lado, uma grande multidão se juntou a ele. E ele estava à beira-mar. 5:22Então um dos principais da sinagoga, cujo nome era Jairo, veio até ele. Quando viu a Jesus, caiu aos seus pés 5:23e lhe rogou fervorosamente dizendo: “Minha filhinha está a ponto de morrer. Eu lhe suplico que venha e coloque suas mãos nela, para que ela possa se recuperar e viver.”
5:24Enquanto Jesus ia com ele, uma vasta multidão o seguia e se aglomerava ao seu redor. 5:25E uma mulher, que há doze anos tinha um fluxo de sangue 5:26(esta mulher havia passado por muitos tratamentos nas mãos de muitos médicos, gastado todo o seu dinheiro, e ainda assim não tinha melhorado, mas, em vez disso, piorava), 5:27tendo ouvido as coisas a respeito de Jesus, veio em meio à multidão, por detrás dele, e tocou sua roupa.
5:28Pois dizia para si mesma: “Se eu apenas puder tocar nas suas roupas, serei curada.” 5:29E imediatamente o seu fluxo de sangue secou-se e ela sentiu em seu corpo que havia sido curada da sua aflição.
5:30Naquele momento, Jesus, percebendo que dele havia saído poder, virou-se para a multidão e disse: “Quem tocou minhas roupas?” 5:31E seus discípulos lhe disseram: “Veja, a multidão o pressiona de todos os lados e você pergunta: ‘Quem me tocou?’”. 5:32Porém ele continuou olhando em volta para ver quem havia feito isso.
5:33Então a mulher, com medo e até mesmo tremendo, sabendo o que havia sido feito a ela, veio e caiu diante dele e lhe disse toda a verdade. 5:34E ele lhe disse: “Filha, sua fé a salvou. Vá em paz e seja curada da sua aflição.”
5:35Enquanto ele falava, vieram alguns da casa do chefe da sinagoga dizendo: “Sua filha morreu. Por que você ainda incomoda o Mestre?” 5:36Contudo Jesus, quando ouviu o que foi dito, disse ao chefe da sinagoga: “Não tenha medo, apenas creia.” 5:37E ele não permitiu a ninguém ir com ele, exceto Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
5:38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, ele viu um tumulto e muitos chorando e lamentando alto. 5:39E quando entrou, disse-lhes: “Por que vocês estão fazendo tanto barulho e estão chorando? A criança não está verdadeiramente morta, mas está dormindo.” 5:40E eles o ridicularizavam.
Mas ele, tendo colocado todos para fora, tomou o pai e a mãe da criança, junto com aqueles que estavam com ele, e foi para onde a criança estava. 5:41E tomando-a pela mão, disse-lhe: “Talita cumi”, que significa: “Menina, eu lhe digo, levante-se!”
5:42E imediatamente a menina se levantou e andava, pois já tinha doze anos. E eles ficaram fora de si com espanto. 5:43Depois ele lhes ordenou que não contassem a ninguém sobre isso. E pediu-lhes que dessem a ela algo para comer.
CAPÍTULO 6
6:1Depois, saindo dali, voltou para a sua própria região, e seus discípulos o seguiram. 6:2Quando chegou o sábado, ele começou a ensinar na sinagoga. E muitos, ouvindo-o, ficavam admirados, dizendo: “Onde esse homem consegue essas coisas?” E: “De onde é a sabedoria dada a este homem, para que tais obras poderosas sejam feitas por suas mãos? 6:3Este não é o carpinteiro, o filho da Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? Suas irmãs não estão aqui conosco?” E se ofenderam com ele.
6:4E Jesus lhes disse: “Um profeta não é sem honra, exceto em sua cidade natal, entre seus próprios parentes e em sua própria casa.” 6:5E ele não podia fazer nenhuma obra poderosa ali, a não ser colocar as suas mãos em algumas pessoas doentes e curá-las. 6:6E admirou-se por causa da incredulidade deles. E percorria os povoados vizinhos, ensinando.
6:7Depois chamou os doze a si e começou a enviá-los de dois em dois. Ele lhes deu autoridade sobre os espíritos imundos. 6:8E lhes ordenou que não levassem nada para a sua jornada, exceto um bastão, sem levar saco de provisões, nem pão nem qualquer moeda de cobre em seu cinto. 6:9Deviam levar sandálias, mas não uma túnica extra.
6:10E lhes disse: “Sempre que entrarem em uma casa, fiquem lá até saírem daquela cidade. 6:11E se, em algum lugar a que vocês forem não os receberem e as pessoas ali se recusarem a ouvi-los, quando saírem desse lugar, sacudam a poeira que estiver nas solas dos seus pés, como um testemunho contra eles.”
6:12E, tendo eles saído, proclamaram a mensagem de arrependimento. 6:13Expulsaram muitos demônios e ungiram com óleo muitos que estavam doentes e foram curados.
6:14Logo o rei Herodes ouviu sobre ele, porque seu nome tinha-se tornado conhecido, e ele disse: “João, o batizador, ressuscitou dos mortos e, portanto, essas obras de poder operam nele.” 6:15Mas outros disseram: “É Elias.” E outros disseram: “Ele é um profeta ou como um dos profetas.”
6:16Porém Herodes, quando ouviu sobre isso, disse: “João, a quem decapitei, ressuscitou.” 6:17Pois o próprio Herodes tinha enviado homens e prendido a João e confinando-o na prisão por causa de Herodias, esposa do seu irmão Filipe, porque ele havia se casado com ela. 6:18Pois João havia dito a Herodes: “Não é lícito a você ter a esposa do seu irmão.”
6:19É por esse motivo que Herodias guardou rancor contra ele e quis matá-lo. Mas ela não podia, 6:20porque Herodes respeitava muito a João, sabendo que ele era um homem justo e santo, e, portanto, o manteve a salvo. E porque tinha ouvido muitas coisas a seu respeito, estava até mesmo disposto a ouvi-lo.
6:21Contudo chegou o dia em que Herodias teve sua oportunidade. Herodes, em seu aniversário, fez um banquete para seus nobres, os capitães de milhares e os principais homens da Galileia. 6:22E a filha de Herodias entrou e dançou. Ela tanto agradou a Herodes e àqueles que estavam sentados no banquete com ele, que o rei disse à moça: “Peça-me o que quiser e eu lhe darei.” 6:23Ele até mesmo fez um juramento a ela dizendo: “Qualquer coisa que você me pedir, eu lhe darei, ainda que isso seja até mesmo a metade do meu reino.”
6:24Então ela saiu e disse à sua mãe: “O que devo pedir?” E ela respondeu: “A cabeça de João, o batizador.” 6:25Então ela correu de volta ao rei e pediu, dizendo: “Quero que você me dê a cabeça de João, o batizador, em uma bandeja, agora mesmo.” 6:26E o rei ficou excessivamente triste, mas por causa do seu juramento e por causa daqueles que estavam sentados na festa, não se dispôs a desconsiderá-la.
6:27Então o rei imediatamente enviou um soldado de sua guarda e ordenou-lhe trazer a cabeça de João. Então ele foi e o decapitou na prisão, 6:28trouxe sua cabeça em uma bandeja e a deu à moça. E a moça a deu à sua mãe. 6:29Quando os discípulos de João ouviram sobre isso, vieram e pegaram o seu corpo e o colocaram em um túmulo.
6:30Aqueles que Jesus havia enviado afora reuniram-se a ele e lhe contaram todas as coisas que tinham feito e o que haviam ensinado. 6:31E ele lhes disse: “Retirem-se para um lugar desabitado e descansem um pouco.” Pois havia tantas pessoas indo e vindo que eles nem sequer tinham tempo livre para comer. 6:32E desse modo, de barco, retiraram-se para um lugar sem habitante.
6:33Quando o povo os viu partir, muitos o reconheceram e assim correram para lá a pé, de todas as cidades vizinhas, para encontrá-lo. Dessa forma as pessoas chegaram antes dele aonde ele estava indo. 6:34Quando ele chegou ali e viu a vasta multidão, teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas.
6:35Como estava ficando tarde, seus discípulos vieram até ele e disseram: “Este lugar é desabitado e já está ficando tarde. 6:36Envie-os embora, para que possam ir aos povoados e campos ao redor e comprem para si o que comer.” 6:37Porém ele lhes respondeu e disse: “Deem-lhes algo para comer vocês mesmos.” E eles lhe disseram: “Deveríamos ir e comprar duzentos denários em pão para lhes dar de comer?” 6:38E ele lhes disse: “Quantos pães vocês têm? Vão e descubram.” E quando descobriram, disseram: “Cinco, e dois peixes.”
6:39Então ele instruiu todos a se sentarem em grupos sobre a grama verde. 6:40 E eles se sentaram em grupos de cem e de cinquenta. 6:41Ele tomou os cinco pães e os dois peixes e olhando para o céu, abençoou. Depois partiu os pães em pedaços e os deu aos discípulos para colocarem diante da multidão. Os dois peixes também foram divididos entre todos eles.
6:42E todos comeram e ficaram fartos. 6:43Mais tarde eles recolheram doze cestos dos pedaços que restaram, incluindo o peixe. 6:44E aqueles que comeram dos pães foram cinco mil homens.
6:45E logo depois ele insistiu que os seus discípulos entrassem no barco e fossem à frente dele para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele próprio despedia a multidão. 6:46Tendo-os despedido, subiu ao monte para orar.
6:47Ao cair da tarde, o barco estava no meio do mar, e ele estava sozinho na terra. 6:48E percebeu que estavam tendo dificuldades para remar, porque o vento estava contra eles. Por volta da quarta vigília da noite, ele foi na direção deles, caminhando sobre o mar, e teria passado por eles. 6:49Mas eles, quando o viram caminhando sobre o mar, supunham que fosse um fantasma e gritaram, 6:50porque todos o viram e ficaram transtornados. Mas ele imediatamente falou com eles e disse: “Tenham bom ânimo! Sou eu. Não tenham medo!”
6:51Então veio até eles e entrou no barco, e o vento parou de soprar. E eles estavam atônitos, muito assombrados e maravilhados entre si, 6:52ainda sem compreender o que havia acontecido com os pães, porque seus corações estavam endurecidos.
6:53Quando atravessaram, chegaram à terra de Genesaré e atracaram à costa. 6:54Ao saíram do barco, imediatamente as pessoas o reconheceram. 6:55Então percorreram toda a região e começaram a levar aqueles que estavam doentes, ainda em seus leitos, até ele, onde quer que soubessem que ele estava.
6:56E aonde quer que ele fosse, em povoados, ou em cidades ou no campo, eles colocavam os doentes nas praças e lhe suplicavam para apenas deixá-los tocar a borda da sua roupa. E todos quantos o tocavam ficavam livres de suas enfermidades.
CAPÍTULO 7
7:1Os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém se reuniram para se opor a Jesus. 7:2Eles haviam notado que alguns dos seus discípulos comiam os pães com as mãos “impuras”, isto é, sem lavá-las, e ficavam buscando falhas nele a respeito disso.
7:3(Porque os fariseus e todos os judeus não comem a menos que primeiro lavem as mãos diligentemente, observando a tradição dos mais velhos. 7:4Além disso, quando chegam do mercado, não comem a menos que se banhem primeiro. E existem muitos outros regulamentos que eles observam em relação à lavagem de copos, panelas, vasos de latão e camas).
7:5Por isso os fariseus e os escribas lhe perguntaram: “Por que seus discípulos não andam de acordo com a tradição dos mais velhos, mas comem seus pães com as mãos ‘impuras?’” 7:6E ele lhes disse: “Isaías profetizou bem precisamente a respeito de vocês, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os seus lábios, mas seus corações estão longe de mim. 7:7A sua adoração a mim é fútil, ensinando ordenanças humanas como sua doutrina’ (Is 29:13). 7:8Vocês descartam o mandamento de Deus e obsessivamente se agarram à sua própria tradição.”
7:9E ele lhes disse: “Vocês colocam de lado o mandamento de Deus a fim de poderem manter sua própria tradição. 7:10Por exemplo, Moisés disse: ‘Honre ao seu pai e à sua mãe’ e, ‘Aquele que falar mal do seu pai ou da sua mãe deve ser morto.’
7:11Mas vocês dizem que se um homem falar ao seu pai ou à sua mãe: ‘Qualquer assistência que eu deva ter para com vocês é ‘Corbã’, ou seja, ‘Oferecido a Deus’, 7:12ele é dispensado de fazer qualquer coisa por seu pai ou sua mãe. Ao ensinarem isto, vocês invalidam a palavra de Deus por meio da sua tradição, a qual vocês têm entregado ao povo para que a guarde. E vocês também fazem muitas outras coisas semelhantes.”
7:14Depois ele chamou novamente a multidão a si e lhes disse: “Todos vocês ouçam-me e entendam. 7:15Nada há, fora de um homem que, entrando pela sua boca, possa contaminá-lo. Mas as coisas que saem da boca de um homem são as coisas que contaminam o homem. Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.”
7:17E quando ele entrou na casa, longe da multidão, seus discípulos lhe perguntaram sobre essa parábola. 7:18E ele lhes disse: “Vocês também têm falta de entendimento? Não veem que qualquer coisa de fora que entre no homem não pode contaminá-lo? 7:19Isso é porque ela não entra em seu coração, mas em seu estômago, através das entranhas, e é eliminada, desse modo ‘purificando’ todos os alimentos.”
7:20E ele disse: “É aquilo que sai do homem que contamina o homem. 7:21Pois é de dentro – saindo do coração dos homens – que vêm: maus pensamentos, adultério, relações sexuais fora do casamento, assassinatos, assaltos, 7:22ganância, corrupção, engano, impureza sexual, falta de generosidade {do grego: olho mau}, calúnia, arrogância e vida profana. 7:23Todas essas coisas más saem de dentro e contaminam o homem.”
7:24Tendo partido dali, Jesus foi para as fronteiras de Tiro e Sidom. Entrou numa casa, não querendo que ninguém soubesse disso, mas não conseguia ocultar-se.
7:25Logo uma mulher, que tinha uma pequena filha com um espírito imundo, ouviu sobre ele. Ela veio e prostrou-se aos pés dele. 7:26Ora, a mulher era grega, uma sirofenícia de nascimento. E ela lhe suplicou que expulsasse o demônio da sua filha.
7:27Ele lhe disse: “Deixe os filhos serem satisfeitos primeiro, pois não é correto tomar o pão das crianças e jogá-lo para os cachorrinhos.” 7:28Porém ela respondeu e lhe disse: “Sim, Senhor, mas até mesmo os cachorrinhos debaixo da mesa comem as migalhas que as crianças deixam cair”.
7:29E ele lhe disse: “Por causa dessas palavras, continue pelo seu caminho. O demônio saiu da sua filha.” 7:30Ela voltou para a sua casa e encontrou a criança deitada na cama, e o demônio havia saído.
7:31Retornando das fronteiras de Tiro, ele veio por Sidom para o mar da Galileia, por meio da região de Decápolis. 7:32E lhe trouxeram alguém que era surdo e tinha um impedimento na fala, e lhe rogaram que colocasse sua mão nele. 7:33E ele o levou, em particular, longe da multidão, e colocou seus dedos nos ouvidos dele. Depois cuspiu e tocou-lhe a língua.
7:34E, olhando para o céu, gemeu e lhe disse: “Efatá”, que significa “Abra-se”. 7:35E seus ouvidos foram abertos e a sua língua se solto e ele falou claramente. 7:36Ele lhes ordenou que não contassem a ninguém. Contudo, quanto mais os admoestava, mais eles contavam a todos sobre isso.
7:37Estavam completamente admirados dizendo: “Ele fez tudo bem! Ele até faz os surdos ouvirem e os mudos falarem.”
CAPÍTULO 8
8:1Naqueles dias, quando uma grande multidão havia se reunido, e mais uma vez eles estavam sem nada para comer, ele chamou seus discípulos e lhes disse: 8:2 “Eu sinto compaixão pela multidão, porque eles já estão comigo há três dias e não têm nada para comer. 8:3Se eu mandá-los embora para suas casas famintos, eles podem desmaiar no caminho e alguns deles vieram de muito longe.”
8:4E os seus discípulos lhe responderam: “Onde poderíamos encontrar algum pão aqui neste lugar desabitado?” 8:5E ele lhes perguntou: “Quantos pães vocês têm?” E eles disseram: “Sete.”
8:6Então ele instruiu a multidão a se sentar no chão. Ele tomou os sete pães e, tendo dado graças, partiu-os em pedaços e os deu aos seus discípulos para lhes distribuírem. Então eles os colocaram diante da multidão. 8:7Eles também tinham alguns peixes pequenos.
Depois de tê-los abençoado, ele disse aos seus discípulos que também os colocassem diante da multidão. 8:8E todos comeram e ficaram satisfeitos. Mais tarde eles recolheram sete cestos de pedaços que sobraram. 8:9E os que comeram foram em número de cerca de quatro mil. Então ele os mandou embora.
8:10Depois entrou diretamente no barco com seus discípulos e foi para a costa de Dalmanuta. 8:11Os fariseus chegaram ali e começaram a debater com ele, buscando dele um sinal do céu, testando-o. 8:12E ele suspirou profundamente em seu espírito e disse: “Por que essa geração busca um sinal? Verdadeiramente lhes digo que nenhum sinal será dado a esta geração.” 8:13E ele os deixou. E entrando no barco novamente, partiu a fim de ir para o outro lado. 8:14Porém esqueceram de levar pão. Não tinham mais que um pão com eles no barco.
8:15E ele os advertiu, dizendo: “Vejam, sejam perspicazes com respeito ao fermento dos fariseus e ao fermento de Herodes.” 8:16Eles discutiam isso uns com os outros dizendo: “Ele disse isso porque não temos nenhum pão.”
8:17Jesus, percebendo isso, disse-lhes: “Por que vocês discutem sobre não terem pão? Vocês ainda não percebem ou compreendem? Seus corações ainda estão endurecidos? 8:18Mesmo tendo olhos, vocês não veem, e tendo ouvidos não ouvem? Vocês não se lembram 8:19quando eu parti os cinco pães entre os cinco mil? Quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram?” Eles lhe disseram: “Doze.”
8:20”E quando parti os sete pães entre os quatro mil, quantos cestos de pedaços vocês recolheram?” E eles lhe disseram: “Sete.” 8:21E ele lhes disse: “Como vocês ainda assim não compreendem?”
8:22Quando chegaram a Betsaida, os daquela área lhe trouxeram um homem cego e lhe rogaram que ele o tocasse. 8:23Ele tomou o homem cego pela mão e o conduziu para fora do povoado. E quando cuspiu em seus olhos e colocou as suas mãos nele, perguntou: “Você vê alguma coisa?” 8:24Ele, levantando os olhos, disse: “Eu vejo homens, porém eles se parecem como árvores andando.”
8:25Então ele colocou as suas mãos em seus olhos novamente, e ele recuperou a sua visão completamente, sendo restaurado ao seu antigo estado, e via tudo claramente. 8:26E ele o mandou embora para a sua casa, dizendo: “Não volte para o povoado e não conte a ninguém ali.”
8:27E Jesus saiu com os seus discípulos para os vilarejos de Cesareia de Filipe. No caminho, perguntou aos seus discípulos, dizendo: “Quem dizem os homens que eu sou?” 8:28E eles lhe falaram dizendo: “João, o batizador, e outros, Elias, e ainda outros, um dos profetas.”
8:29Então ele lhes perguntou: “Mas quem vocês dizem que eu sou?” Pedro respondeu e lhe disse: “Você é o Ungido.” 8:30E ele ordenou que não contassem isso a seu respeito a ninguém.
8:31E ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas, ser rejeitado pelos anciãos, os principais sacerdotes e os escribas, ser morto e depois de três dias, ressuscitar. 8:32E ele disse essas coisas muito claramente. Então Pedro o levou à parte e começou forçosamente a tentar dissuadi-lo dessa ideia.
8:33Mas ele, virando-se e vendo os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: “Para trás de mim, Satanás, pois você não compreende as coisas de Deus, mas está pensando como um homem!”
8:34E ele chamou a multidão a si, juntamente com os seus discípulos, e lhes disse: “Se qualquer um quiser seguir após mim, que rejeite a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 8:35Pois quem procurar preservar a vida da sua própria alma a terá completamente destruída, e quem declarar que a vida da sua alma deve ser morta por minha causa e por causa da mensagem das boas novas estará sendo resgatado [por meio da transformação].
8:36Pois que benefício haveria em alguém ganhar o mundo todo e sofrer a perda da sua vida da alma? 8:37Ou o que um homem poderia entregar como resgate pela sua vida da alma? 8:38Quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem também se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos.”
CAPÍTULO 9
9:1E ele lhes disse: “Verdadeiramente lhes digo que alguns dos que estão aqui não experimentarão a morte até que vejam uma poderosa manifestação do reino de Deus que virá.”
9:2Então, seis dias depois, Jesus tomou Pedro, Tiago e João com ele e os levou em particular a uma alta montanha. Lá ele foi transfigurado diante dos olhos deles. 9:3Suas roupas tornaram-se radiantes, extremamente brancas, mais do que qualquer alvejante na terra poderia embranquecê-las.
9:4Moisés e Elias também lhes apareceram. E eles conversavam com Jesus. 9:5Pedro respondeu a tudo isso dizendo a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Deveríamos fazer três capelinhas aqui: uma para honrar você, uma para Moisés e uma para Elias.” 9:6Pois ele não sabia o que estava dizendo, porque estavam profundamente abalados.
9:7Então veio uma nuvem que lançou uma sombra sobre eles. E uma voz saiu da nuvem dizendo: “Este é o meu Filho, o Amado. Ouçam-no!” 9:8E naquele momento, olhando ao seu redor, não viram mais ninguém, exceto Jesus ali com eles.
9:9E enquanto estavam descendo a montanha, ele os exortou a não contar a ninguém as coisas que haviam visto, até depois que o Filho do homem fosse ressuscitado dentre os mortos. 9:10Assim eles guardaram essa palavra, debatendo entre si o que “ser ressuscitado dentre os mortos” poderia significar.
9:11Então lhe perguntaram, dizendo: “Como é isso que os escribas dizem que é necessário que Elias venha primeiro antes do Messias?” 9:12Então ele lhes disse: “Elias verdadeiramente virá primeiro* e restaurará todas as coisas antes da segunda vinda.
Porém (assim como está escrito sobre o Filho do homem, que ele irá sofrer muitas coisas e será tratado com desprezo) 9:13lhes digo que ‘Elias’ já veio* e eles o maltrataram, seguindo seus próprios desejos, assim como está escrito a seu respeito.”
9:14Tendo retornado aos discípulos, viram uma grande multidão ao redor deles, e escribas discutiam com eles. 9:15E justamente nessa hora, quando a multidão o viu, eles ficaram alarmados e vieram correndo para cumprimentá-lo. 9:16Ele perguntou aos escribas: “Sobre o que vocês estão discutindo com eles?”
9:17E alguém na multidão lhe respondeu: “Mestre, eu lhe trouxe o meu filho, o qual tem um espírito que faz com que ele fique sem voz. 9:18E sempre que ele assume seu controle, meu filho convulsiona e espuma pela boca, range os dentes e se enrola em uma bola. Eu falei com os seus discípulos pedindo-lhes que o expulsassem, mas não resultou em nada.”
9:19E ele lhes respondeu e disse: “Ó geração incrédula, quanto tempo ficarei com vocês? Por quanto tempo mais devo ter paciência com vocês? Tragam-no a mim.” 9:20E eles o trouxeram a ele. E quando ele o viu, imediatamente o espírito o convulsionou e ele caiu ao chão, rolando ao redor e espumando pela boca.
*Note que haverá duas ”vindas” de Elias, mencionadas aqui. Uma, no versículo 13 foi no passado (João, o batizador); a outra no versículo 12 será no futuro.
9:21E ele perguntou ao seu pai: “Há quanto tempo isso começou a acontecer com ele?” E ele disse: “Desde a infância. 9:22E muitas vezes o tem jogado no fogo e na água, para destruí-lo. Mas se você pode fazer alguma coisa, tenha compaixão de nós e nos socorra.”
9:23E Jesus lhe disse: “Se você for capaz de crer – todas as coisas são possíveis para quem crê.” 9:24Imediatamente o pai da criança clamou com lágrimas e disse: “Eu creio. Ó Senhor, ajude-me em minha incredulidade!”
9:25E quando Jesus viu que a multidão estava rapidamente se ajuntando, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: “Ó espírito mudo e surdo, eu lhe ordeno: saia dele e não mais entre nele!” 9:26E o espírito, tendo gritado e o convulsionado severamente, saiu. E o menino ficou como morto, tanto que muitos disseram: “Ele está morto.”
9:27Mas Jesus o pegou pela mão e o ergueu, e ele se levantou. 9:28E quando entrou na casa, seus discípulos lhe perguntaram em particular por que eles não puderam expulsá-lo.
9:29E ele lhes disse: “Ninguém pode expulsar esse tipo, exceto através da oração e do jejum.”*
9:30Depois eles saíram dali e passaram pela Galileia, mas ele não queria que ninguém soubesse disso, 9:31porque estaria explicando algo aos seus discípulos. Ele lhes disse: “O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. E depois que ele for morto, ao terceiro dia ele ressuscitará.” 9:32Eles não entenderam o que ele disse, mas tinham medo de pedir-lhe que explicasse isso.
9:33Quando haviam chegado a Cafarnaum, depois de ter entrado na casa, ele perguntou: “O que vocês estavam discutindo no caminho?” 9:34Contudo eles guardaram silêncio, porque discutiam uns com os outros sobre quem era o maior. 9:35Por isso ele se assentou e chamou os doze e
lhes disse: “Se alguém quer ser o primeiro, deve ser o último de todos e o servo de todos.” 9:36Em seguida tomou uma criança bem nova e a colocou no meio deles. E pegando-a nos braços, ele lhes disse: 9:37”Quem quer que receba uma dessas criancinhas em meu nome, recebe a mim, e quem quer que me receba, não recebe a mim, mas Àquele que me enviou.”
*É possível que o fato de o demônio ter ganho acesso a essa pessoa na tenra infância, indicando que a permissão da entrada do demônio não foi um ato da vontade dessa pessoa – tenha tornado mais difícil remover o domínio do espírito maligno sobre a vida dela.
9:38João lhe disse: “Mestre, vimos alguém expulsando demônios em seu nome, e nós o proibimos, porque ele não nos acompanha.”
9:39Porém Jesus disse: “Não o proíba. Pois não há ninguém que faça uma obra poderosa em meu nome depois seja rápido em falar mal de mim. 9:40Aquele que não é contra nós é por nós.
9:41Pois quem quer que lhes dê um copo d’água para beber porque vocês são do Ungido, verdadeiramente eu lhes digo que ele, de maneira alguma, perderá sua recompensa. 9:42E quem quer que faça tropeçar um desses pequeninos que confiam em mim, melhor lhe seria que uma enorme pedra de moinho estivesse pendurada ao redor do seu pescoço e ele fosse jogado no mar.
9:43Se a sua mão está impedindo você, corte-a. É melhor para você entrar na vida de Deus aleijado em vez de ir para a geena* – para o fogo inextinguível – ainda tendo suas duas mãos.
9:45E se o seu pé estiver impedindo você, corte-o fora. É melhor para você entrar na vida de Deus coxo do que ser jogado na geena* ainda tendo dois pés.
9:47E se o seu olho está impedindo você, jogue-o fora. É melhor para você entrar no reino de Deus com um olho, ao invés de ainda ter dois olhos e ser jogado na inflamada geena*, 9:48onde os vermes não morrem e o fogo nunca se extingue.
9:49Mas cada indivíduo será ‘temperado’ com fogo, assim como todo sacrifício é temperado com sal. O sal é bom. Mas se o sal perdeu sua salinidade, como você pode temperá-lo? Tenham sabedoria {sal} em si mesmos e cultivem a paz uns com os outros.”
*Geena era o lugar fora de Jerusalém onde os habitantes queimavam lixo. Havia fogo e fumaça contínuos emanando daquele lugar. Tornou-se, portanto, o símbolo do futuro e ardente julgamento de Deus.
CAPÍTULO 10
10:1E ele se levantou dali e foi para as regiões da Judeia e para além do Jordão. Lá as multidões se reuniram a ele novamente e, como era seu hábito, as ensinava.
10:2Os fariseus vieram e lhe perguntaram, como uma maneira de testá-lo: “É lícito a um homem divorciar-se da sua esposa?” 10:3E ele lhes respondeu e disse: “O que Moisés ordenou a vocês?” 10:4E eles disseram: “Moisés lhes permitiu escreverem um documento de divórcio e se divorciarem dela.”
10:5Então Jesus lhes explicou: “Foi por causa da dureza do coração do homem que ele escreveu a vocês esta regra. 10:6Contudo, desde o início da criação, Deus os fez um casal, homem e mulher. 10:7Por esse motivo, um homem deixa seu pai e sua mãe e adere-se {do grego: colar ou cimentar} à sua esposa, 10:8e os dois se tornam uma só carne, de modo que já não são dois, mas uma só carne. 10:9Portanto o que Deus uniu, que ninguém separe.”
10:10E na casa, os discípulos lhe perguntaram sobre este assunto novamente. 10:11E ele lhes disse: “Todo aquele que se divorciar da sua esposa para se casar com outra comete adultério contra ela. 10:12E se ela se divorciar do seu marido para se casar com outro, ela comete adultério.”
10:13E algumas pessoas estavam trazendo crianças pequenas até ele, para que as tocasse. E os discípulos as repreendiam.
10:14Mas Jesus, quando viu isso, ficou indignado e lhes disse: “Deixem que as criancinhas venham até mim e não as proíbam. Pois o reino de Deus pertence àqueles que são como estas. 10:15Verdadeiramente lhes digo que, a menos que recebam o reino de Deus assim como uma criancinha, de modo algum entrarão nele.” 10:16E ele as tomou em seus braços e as abençoou, colocando as suas mãos sobre elas.
10:17Quando ele havia saído dali e estava indo pelo caminho, alguém correu até ele, ajoelhou-se diante dele e lhe perguntou: “Bom Mestre, quais obras devo fazer para receber a vida eterna de Deus?” 10:18E Jesus lhe disse: “Por que você me chama de bom? Somente Um é bom, o próprio Deus. 10:19Você conhece os mandamentos: Não cometa assassinato; não cometa adultério; não roube; não dê falso testemunho; não tire proveito dos outros; honre a seu pai e a sua mãe.”
10:20E ele lhe disse: “Mestre, todas estas coisas tenho observado desde minha juventude.” 10:21E Jesus, olhando para ele, amou-o e lhe disse: “Falta-lhe uma coisa: vá, venda tudo o que você tem e o dê aos pobres, e você terá um tesouro no céu. E venha, tome a cruz e siga-me. 10:22Porém lhe caiu o semblante diante desse falar e ele foi embora angustiado, pois tinha muitas posses.
10:23E Jesus olhou em sua volta e disse aos seus discípulos: “Quão difícil é persuadir aqueles que possuem riquezas a entrar no reino de Deus!” 10:24Os discípulos ficaram atônitos com as suas palavras.
Mas Jesus, continuando suas observações, disse-lhes: “Filhos, quão difícil é para aqueles que confiam nas riquezas achar o reino de Deus atraente e desse modo entrar nele! 10:25É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um homem rico entrar no reino de Deus.”
10:26E eles ficaram realmente chocados, dizendo-lhe: “Então, quem pode ser salvo?” 10:27Jesus, olhando para eles, disse: “Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque todas as coisas são possíveis com Deus.”
10:28Pedro começou a lhe dizer: “Veja, nós deixamos tudo e o temos seguido.”
10:29Jesus respondeu: “Verdadeiramente digo a vocês que não há ninguém que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou terras, por minha causa e por causa das boas novas 10:30que, depois, não desfrute no tempo certo* – até cem vezes mais –, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras em meio a perseguições e durante a era vindoura, o pleno gozo da vida eterna de Deus.* 10:31Contudo muitos que agora aparentam ser ‘os mais importantes’ serão os de posição mais baixa, e os de posição mais baixa agora serão os mais importantes.”
*Visto que Jesus tinha acabado de advertir seus discípulos sobre o perigo das riquezas, é impossível que ele, de repente, tivesse mudado de ideia e previsse grande prosperidade para todos eles neste mundo. Portanto devemos entender o “desfrute em adequada proporção” como desfrutar aquilo que outros possuem e têm disponibilizado àqueles que fazem a obra de Deus, e não que eles possuirão essas coisas por si mesmos.
10:32Enquanto estavam a caminho, subindo para Jerusalém, Jesus ia à frente na viagem. Eles estavam perturbados e com medo enquanto o seguiam. Então ele tomou os doze à parte novamente e começou a explicar as coisas que lhe aconteceriam, 10:33dizendo: “Vejam, nós estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue sob a custódia dos principais sacerdotes e dos escribas. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios, 10:34os quais zombarão dele, o castigarão com açoites, cuspirão nele e depois o matarão. Mas depois de três dias ele ressuscitará.”
10:35Tiago e João, os filhos de Zebedeu, vieram até ele, dizendo: “Mestre, gostaríamos que fizesse por nós o que lhe pedirmos.” 10:36E ele lhes disse: “O que vocês querem que eu faça por vocês?” 10:37Eles disseram: “Conceda-nos que um de nós se assente à sua direita e um à sua esquerda quando você se assentar no seu trono, na sua glória.”
10:38Porém Jesus lhes respondeu: “Vocês não entendem o que estão pedindo. Vocês são capazes de beber o cálice que eu estou para beber ou serem batizados com o batismo com que eu estou para ser batizado?”
10:39Eles lhe disseram: “Nós somos capazes.” Então Jesus lhes disse: “Vocês realmente beberão o cálice que eu bebo e serão batizados com o batismo com o qual estou para ser batizado. 10:40Mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não é meu para concedê-lo, mas é para aqueles para os quais isso foi preparado.”
10:41E quando os outros dez ouviram a esse respeito, ficaram ofendidos com Tiago e João. 10:42Por isso Jesus os chamou a si e lhes disse: “Vocês sabem que aqueles que são conhecidos por governarem sobre as nações as dominam, e seus líderes exercem autoridade sobre elas.
*Esse versículo é um pouco difícil de entender porque parece indicar que “vida eterna” é algo que os crentes recebem “na era vindoura”. Contudo, a partir de outras partes da Bíblia, fica claro que isso é algo que recebemos quando recebemos a Jesus (Jo 3:36, 1Jo 5:12 e outros mais), e não algo que obtemos mais tarde. A explicação deve ser que, na ressurreição, quando estivermos livres deste corpo terreno e pecaminoso, teremos então um desfrute pleno e irrestrito da vida eterna de Deus, que já recebemos através de Jesus quando cremos.
10:43Todavia isso nunca deve ser dessa forma entre vocês! Em vez disso, quem se tornar grande entre vocês será seu servo, 10:44e quem quiser ser o primeiro entre vocês será escravo de todos. 10:45Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida como resgate por muitos.”
10:46Eles chegaram a Jericó. E quando ele estava deixando Jericó com os seus discípulos, junto com uma grande multidão, Bar-Timeu (que significa filho de Timeu), que era um homem cego, estava sentado à beira do caminho, mendigando. 10:47E quando ele ouviu que era Jesus, o Nazareno, começou a clamar e dizer: “Jesus, filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”
10:48E muitos o repreenderam, dizendo-lhe que ficasse quieto. Mas, em vez disso, ele gritava ainda mais: “Ó filho de Davi, tenha misericórdia de mim!” 10:49Então Jesus parou e pediu que o chamassem para vir. Então chamaram o cego, dizendo-lhe: “Fique consolado. Levante-se, pois ele o chamou.” 10:50E, tirando a sua capa, levantou-se e foi a Jesus.
10:51E Jesus falou com ele e disse: “O que você quer que eu faça por você?” E o cego lhe disse: “Raboni, quero recuperar minha visão.” 10:52E Jesus lhe disse: “Siga seu caminho. Sua fé o tornou são.” E imediatamente ele recebeu a sua visão e seguiu Jesus pelo caminho.
CAPÍTULO 11
11:1E quando chegaram perto de Jerusalém, de Betfagé e Betânia, perto do monte das Oliveiras, ele enviou dois dos seus discípulos 11:2e lhes disse: “Vão pelo caminho em direção ao povoado que está à frente de vocês, e assim que ali entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-o e tragam-no aqui. 11:3E se alguém lhes perguntar: ‘Por que estão fazendo isso?’ Digam: ‘O Senhor precisa dele’, e imediatamente ele o enviará para cá.”
11:4Assim eles saíram e encontraram o jumentinho amarrado perto de uma porta em um cruzamento da rua e o desamarraram. 11:5E alguns dos que estavam por perto lhes disseram: “O que vocês estão fazendo, desamarrando o jumentinho?” 11:6E eles lhes repetiram o que Jesus havia dito, e os deixaram ir.
11:7Então trouxeram o jumentinho, sobre o qual jogaram suas capas, e ele o montou. 11:8E muitos espalharam as suas vestes no caminho, e outros espalharam galhos que haviam cortado das árvores.
11:9E os que iam à frente, juntamente com os que seguiam, clamavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 11:10Bendito é o reino que vem, o reino do nosso pai Davi! Hosana nas alturas!”
11:11E ele entrou em Jerusalém, no templo; tendo olhado para tudo em redor, por ser tarde, saiu para Betânia com os doze.
11:12No dia seguinte, quando estavam saindo de Betânia, ele teve fome. 11:13E vendo à distância uma figueira com folhas, foi até lá para ver se encontrava alguma coisa nela. Mas quando chegou até ela, não encontrou nada além de folhas, porque não era a estação de figos. 11:14E ele respondeu, dizendo a ela: “Ninguém jamais comerá do seu fruto novamente.” E seus discípulos o ouviram.
11:15Quando haviam chegado a Jerusalém, ele entrou no templo e começou a expulsar os que ali compravam e vendiam; derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam as pombas. 11:16E ele não permitiria que ninguém carregasse nenhuma mercadoria pelo templo.
11:17E ele lhes explicava e dizia: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todas as nações?’ Porém vocês a tornaram em um covil de ladrões.”
11:18E quando os principais dos sacerdotes e os escribas ouviram isso, buscaram alguma maneira de poder destruí-lo, sentindo-se ameaçados por ele, porque toda a multidão estava extremamente impressionada com os seus ensinamentos.
11:19E ao anoitecer, ele saiu da cidade. 11:20Quando passavam pela manhã, viram que a figueira havia se secado desde as raízes. 11:21E Pedro, lembrando-se das palavras de Jesus, lhe disse: “Rabi, veja, a figueira que você amaldiçoou secou-se.”
11:22E Jesus lhes respondeu, dizendo: “Tenham a fé de Deus. 11:23Verdadeiramente lhes digo que qualquer que disser a este monte: ‘Mova-se deste lugar e seja lançado no mar’, e não duvidar [a orientação do Espírito Santo] em seu coração, mas crer que o que ele diz [é o que Deus está dizendo através dele] vai acontecer, o que quer que ele disser lhe acontecerá. 11:24Portanto lhes digo: todas as coisas pelas quais vocês pedirem em oração, creiam que as receberam, e vocês as terão.*
11:25E sempre que vocês quiserem perseverar em oração, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoe-lhe, para que o seu Pai que está no céu também os liberte dos seus pecados. 11:26Todavia, se vocês não perdoarem, nem seu Pai que está nos céus perdoará os seus pecados.”
11:27Quando haviam voltado a Jerusalém, enquanto ele estava andando no templo, os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos 11:28lhe disseram: “Por qual autoridade você faz essas coisas?” E: “Quem lhe deu esta autoridade para fazer essas coisas?”
11:29Então Jesus lhes disse: “Eu também lhes farei uma pergunta e, se me responderem, eu lhes direi por qual autoridade eu faço essas coisas. 11:30O batismo de João era do céu ou dos homens? Deem-me uma resposta.”
11:31E eles argumentaram entre si dizendo: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele dirá: ‘Por que então não creram nele?’ 11:32Mas também não podemos dizer: ‘Dos homens.’” Isso era porque eles estavam com medo do povo, pois todos acreditavam que João era verdadeiramente um profeta.
*Esta passagem, estando sozinha sem outros versículos bíblicos de “equilíbrio”, soa como uma espécie de receita de “fé mágica”, por meio da qual você escolhe algo que deseja, acredita fortemente e depois o ganha. Tal pensamento transforma Deus em uma espécie de servo celestial, apenas esperando ansiosamente que nós desenvolvamos fé suficiente para levá-Lo a fazer algo por nós. A verdade é que somente quando o Espírito de Deus nos está levando a fazer tais pronunciamentos é que esses eventos milagrosos realmente ocorrem.
Nossa fé deve ser a fé “de Deus”, como no versículo 22. Ele é o autor de toda e qualquer verdadeira “fé”. Outro versículo que traz harmonia a esses pensamentos é encontrado em 1 João 5:14, que diz: “Ora, esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos qualquer coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve.” A verdadeira fé nunca é acreditar “por” ou “em” alguma coisa (tal como acreditar que alguma coisa que queiramos vai acontecer), mas em Alguém. A mensagem genuína das Escrituras não é que devemos crer no poder da nossa própria fé, mas Naquele que nos dá a verdadeira fé.
11:33E então eles responderam a Jesus e disseram: “Nós não sabemos.” E Jesus lhes disse: “Nem eu lhes direi por qual autoridade faço essas coisas.”
CAPÍTULO 12
12:1E Jesus começou a falar-lhes em parábolas. “Um homem plantou uma vinha e colocou um muro em volta dela, cavou uma cova para o lagar, construiu uma torre de guarda e a alugou para alguns que trabalhavam na terra. Ele então viajou para outro país.
12:2E na época da colheita, ele enviou um escravo aos trabalhadores, para que pudesse receber dos trabalhadores sua parte dos frutos da vinha. 12:3Porém eles pegaram o escravo e o espancaram e o mandaram embora sem nada.
12:4De novo ele lhes enviou outro escravo, e eles o feriram na cabeça e o mandaram embora em vergonha. 12:5E ele ainda enviou outro, e eles o mataram. Outra vez ele ainda enviou muitos outros, mas os trabalhadores espancaram alguns e mataram outros.
12:6Todavia ele ainda tinha um filho, um a quem ele amava muitíssimo. Finalmente o enviou a eles, dizendo: ‘Eles mostrarão respeito pelo meu filho.’ 12:7Mas aqueles trabalhadores disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo e a herança será nossa.’ 12:8Desse modo, eles o pegaram, mataram-no e jogaram seu corpo para fora da vinha.
12:9O que fará então o dono da vinha? Ele virá e destruirá os trabalhadores da terra e colocará a vinha nas mãos de outros. 12:10Vocês nem mesmo leram esta Escritura: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular do arco. 12:11Isso foi feito pelo Senhor e é tão maravilhoso que dificilmente podemos crer em nossos olhos.’”
12:12Então procuraram prendê-lo, porque perceberam que ele havia falado a parábola contra eles, porém estavam com medo da multidão. E assim, deixando-o, foram embora. 12:13Depois enviaram alguns dos fariseus e dos herodianos até ele, planejando pegá-lo dizendo algo errado.
12:14Desse modo, quando chegaram, disseram-lhe: “Mestre, sabemos que você é verdadeiro e não demonstra favoritismo por ninguém, pois você não presta atenção a quem alguém pareça ser, mas verdadeiramente ensina o caminho de Deus. Por isso, é permitido pela nossa lei pagar o imposto a César ou não? 12:15Devemos ou não devemos pagar?”
Contudo ele, conhecendo-lhes a hipocrisia, disse-lhes: “Por que vocês me testam? Tragam-me um denário para que eu possa vê-lo.” 12:16E eles o trouxeram. E ele lhes disse: “De quem é esta imagem e inscrição?” E eles disseram: “De César”. 12:17Então Jesus lhes disse: “Devolvam a César as coisas que são de César, e a Deus as coisas que são de Deus.” E ficaram admirados com ele.
12:18Então os saduceus (os que dizem que não há ressurreição) foram até ele e lhe perguntaram: 12:19”Mestre, Moisés nos escreveu ensinando que se o irmão de um homem morre e deixa uma esposa para trás, e não tem nenhum filho, seu irmão deve tomar a sua esposa e criar filhos para o seu irmão.
12:20Ora, havia sete irmãos. O primeiro se casou e morreu sem filhos. 12:21Assim, o segundo a tomou para ser sua esposa e morreu, também não deixando filhos. Então o terceiro fez o mesmo. 12:22No decorrer do tempo, todos os sete se casaram com ela, mas nenhum produziu filhos. Por último, a mulher também morreu. 12:23Na ressurreição, ela será esposa de quem, pois todos os sete a tiveram como esposa?”
12:24Jesus lhe disse: “Esta é a razão pela qual vocês erram: vocês não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus! 12:25Pois, quando os mortos forem ressuscitados, nem se casam nem se dão em casamento, mas serão como os anjos no céu. 12:26Mas com relação aos mortos – que eles, de fato, serão ressuscitados –, vocês não leram no livro de Moisés, na passagem sobre a sarça ardente, como Deus falou com ele dizendo: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?’ 12:27Ele não é o Deus dos mortos, mas dos vivos. Vocês estão em um erro muito sério.”
12:28Em seguida, um dos escribas se apresentou; ouvindo a discussão deles e, percebendo que ele havia respondido bem, perguntou-lhe: “Qual é o mandamento mais importante?”
12:29Jesus respondeu: “O mais importante é: ‘Ouça, ó Israel; o Senhor, nosso Deus, o Senhor é um.” 12:30E: ‘Amará o Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua mente e com toda a sua força.’ 12:31O segundo é este: ‘Amará o seu próximo como a si mesmo.’ Não há outro mandamento mais importante que esses.”
12:32E o escriba lhe disse: “Você respondeu bem, Mestre. Você disse a verdade, que Deus é um e que não há outro além dele. 12:33E amá-lo com todo o coração, com todo o entendimento, com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo significa muito mais do que todas as ofertas queimadas e sacrifícios.”
12:34E quando Jesus viu que ele respondeu com prudência, disse-lhe: “Você não está longe do reino de Deus.” E depois disso, ninguém se atrevia mais a fazer perguntas.
12:35E quando Jesus ensinava no templo, ele respondeu aos desafios dos escribas e fariseus ao dizer: “Como os escribas podem dizer que o Ungido é o filho de Davi?
12:36O próprio Davi disse no Espírito Santo: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: Sente-se à minha direita, até que eu faça dos seus inimigos o estrado dos seus pés’ (Sl 110:1). 12:37Visto que o próprio Davi o chama de ‘Senhor’, como ele pode ser seu filho?” E as grandes multidões gostavam de ouvi-lo ensinar.
12:38E em seus ensinamentos ele disse: “Cuidado com os escribas, que gostam de usar roupas especiais que identificam sua ‘posição’ e ser saudados como alguém importante em locais públicos. 12:39Eles amam ter assentos especiais à frente nas sinagogas [locais de encontro religioso] e ser homenageados com os melhores lugares nas festas.
12:40Eles trapaceiam as viúvas quanto às economias delas e buscam, por qualquer pretexto, fazer longas orações, a fim de atrair atenção para si mesmos. Estes receberão o mais severo julgamento.”
12:41E ele se assentou em frente à caixa de coleta e observou como a multidão depositava dinheiro ali. E muitos que eram ricos depositavam muito. 12:42Então veio uma pobre viúva e ela depositou duas das menores moedas de bronze, que totalizavam um quadrante.
12:43E ele chamou os seus discípulos a si e lhes disse: “Verdadeiramente eu lhes digo que esta pobre viúva depositou mais do que todos estes que estão depositando dinheiro no tesouro, 12:44porque todos eles contribuíram a partir do seu excesso, porém ela, a partir da sua pobreza, depositou tudo o que tinha, até mesmo todos os seus ganhos.”
CAPÍTULO 13
13:1E quando ele estava saindo do templo, um dos seus discípulos lhe disse: “Mestre, veja a qualidade dessas pedras e desse edifício impressionante!” 13:2E Jesus lhe disse: “Você vê este grande edifício? Não haverá aqui uma pedra deixada sobre a outra que não seja derrubada.”
13:3E quando ele estava assentado no Monte das Oliveiras, em frente ao templo, Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: 13:4”Diga-nos, quando essas coisas acontecerão? E qual é o sinal de que todas essas coisas estão prestes a acontecer?”
13:5Então Jesus iniciou seu discurso dizendo: “Sejam perspicazes para que ninguém os conduza ao erro. 13:6Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou ele’, e enganarão a muitos. 13:7E quando vocês ouvirem sobre guerras e/ou rumores de guerras, não se assustem. É inevitável que essas coisas aconteçam. Mas elas não sinalizam o fim.
13:8Porque nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá terremotos em vários lugares. Haverá fomes e perturbações. Essas coisas são apenas o começo das dores de parto.
13:9Mas vigiem a si mesmos. Pois eles os entregarão às autoridades legais. Vocês serão espancados nas sinagogas e serão forçados a comparecer perante governadores e reis por minha causa, como um testemunho para eles. 13:10Porém as boas novas devem ser primeiro proclamadas a todas as nações.
13:11E quando eles os levarem e os entregarem às autoridades para julgamento, não fiquem ansiosos antes do tempo nem meditem sobre o que irão dizer. Mas tudo aquilo que lhes for dado por Deus naquele momento, isso é o que vocês devem falar, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito Santo.
13:12E irmão entregará irmão à morte, e o pai entregará o seu filho. Filhos se levantarão contra os pais e os matarão. 13:13E vocês serão odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que permanecer fiel até o fim, esse mesmo continuará sendo socorrido.
13:14Mas, quando vocês virem o falso deus que dá incentivo à pilhagem, sobre o qual o profeta Daniel falou, ocupando o lugar que é proibido (aquele que ler entenda), então que aqueles que estão na Judeia fujam para as montanhas. 13:15E que aquele que estiver em cima no terraço da sua casa não desça a fim de retirar qualquer coisa de lá. 13:16E aquele que estiver no campo não volte para pegar seu casaco.
13:17Mas ai daquelas que estiverem grávidas e das que estiverem amamentando naqueles dias! 13:18E orem para que a sua fuga não ocorra no inverno. 13:19Pois naqueles dias uma perseguição* se realizará, semelhante à qual nunca houve desde o início da criação que Deus criou até agora, e nunca mais haverá novamente.
13:20E, a não ser que o Senhor tivesse encurtado aqueles dias, ninguém sobreviveria. Contudo, por causa dos eleitos, aos quais ele escolheu, ele encurtará aqueles dias.
13:21Naquele tempo, se alguém lhes disser: ‘Vejam, o Ungido está aqui.’ Ou: ‘Vejam, ele está lá’; não creiam nisso! 13:22Pois falsos ungidos e falsos profetas surgirão e apresentarão sinais e milagres a fim de desviar as pessoas – até mesmo os eleitos, se isso for possível. 13:23Mas tenham discernimento. Vejam, eu de antemão já lhes descrevi todas essas coisas.
13:24E naqueles dias, após essa perseguição,* o sol se escurecerá e a lua não emitirá a sua luz. 13:25As ‘estrelas do céu’ serão tiradas dos seus lugares, os quais elas já não poderão manter, quando os poderes que estão nos céus forem derrubados.*
*Muitas versões usam a palavra “tribulação” aqui. O leitor deve entender que esta palavra não se refere aos julgamentos que Deus derramará sobre a humanidade no final desta era, mas à violenta e generalizada perseguição que o vindouro homem do pecado promoverá tanto contra judeus como contra cristãos.
13:26Então eles verão o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. 13:27Então ele enviará anjos e eles reunirão seus escolhidos dos quatro ventos, desde as partes mais remotas da terra até as partes mais remotas do céu.
13:28Agora aprendam a parábola da figueira: quando o seu ramo estiver cheio de seiva e suas folhas começarem a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. 13:29Da mesma forma, vocês também, quando virem essas coisas acontecendo, saibam que o tempo está próximo, mesmo às portas.
13:30Verdadeiramente lhes digo que a geração que vir esses sinais não passará até que todas essas coisas aconteçam. 13:31O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras de modo algum passarão.
13:32Mas com relação ao dia ou hora exatos, ninguém sabe, nem mesmo os anjos no céu, nem o Filho,** mas apenas o Pai. 13:33Tenham discernimento. Estejam espiritualmente acordados e orem, porque vocês não sabem quando será a hora.
*A chegada do “filho varão” no céu (Ap 12:5-11) desencadeará uma guerra celestial o que resulta nestes “poderes” sendo abalados e expelidos dos seus lugares.
**Alguns manuscritos antigos não incluem a frase: “nem o Filho”
13:34Isto será semelhante a um homem que foi morar em outro país – tendo deixado a sua casa e dado autoridade aos seus servos e designado a cada um o seu trabalho, e também ordenado ao porteiro que fosse vigilante.
13:35Portanto, mantenham-se acordados espiritualmente, pois vocês não sabem quando o ‘dono da casa’ chegará, seja ao entardecer, ou à meia-noite, ou ao amanhecer, ou pela manhã; 13:36de modo que, se ele vier de repente {sem aviso}, não os encontre dormindo.
13:37E o que eu lhes digo, digo a todos. Sejam vigilantes!”
CAPÍTULO 14
14:1Ora, estava-se a dois dias da festa da páscoa, exata
mente o tempo dos pães sem fermento, e os principais sacerdotes e os escribas procuravam uma maneira de prender Jesus por traição e matá-lo. 14:2Mas eles disseram: “Não durante a festa, para que isso não cause tumulto entre o povo.”
14:3E enquanto ele estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso, quando se reclinava para comer, veio uma mulher com um frasco de alabastro de nardo líquido perfumado, o qual era extremamente caro. Ela quebrou o frasco e o derramou sobre a cabeça dele.
14:4Mas houve alguns que se indignaram entre si, dizendo um ao outro: “Qual foi o propósito do desperdício desse bálsamo aromático? 14:5Pois ele poderia ter sido vendido por mais de trezentos denários e dado aos pobres.” E bufavam todo seu descontentamento contra ela.
14:6Porém Jesus disse: “Deixem-na em paz. Por que vocês a incomodam? Ela fez uma boa ação para comigo. 14:7Pois vocês sempre têm os pobres consigo e, sempre que quiserem, podem fazer algo bom para eles. Mas vocês nem sempre me terão fisicamente presente. 14:8Ela fez o que pôde. Ela antecipadamente ungiu meu corpo para o sepultamento. 14:9E verdadeiramente lhes digo que, onde quer que as boas novas sejam proclamadas através de todo o mundo, isso que essa mulher fez será mencionado como um memorial para ela.”
14:10Depois Judas Iscariotes, que era um dos doze, foi aos principais sacerdotes a fim de trair Jesus. 14:11E quando eles o ouviram, ficaram satisfeitos e prometeram dar-lhe dinheiro. Dessa forma, ele buscou uma oportunidade para entregá-lo.
14:12No primeiro dia dos pães sem fermento, quando o cordeiro da páscoa é sacrificado, seus discípulos lhe disseram: “Para onde devemos ir e lhe preparar a ceia da páscoa?” 14:13Então ele enviou dois dos seus discípulos e lhes disse: “Vão à cidade e ali encontrarão um homem carregando um vaso de água. Sigam-no. 14:14E onde ele entrar, diga ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde fica a sala de jantar, onde eu possa cear a páscoa com os meus discípulos?’ 14:15E ele lhes mostrará um grande salão superior, mobiliado e pronto. Prepare a páscoa para nós ali.”
14:16E os discípulos saíram, entraram na cidade e acharam as coisas exatamente como ele lhes havia dito. E prepararam a páscoa.
14:17Ao cair da tarde, ele chegou ali com os doze. 14:18E, quando se reclinaram e estavam comendo, Jesus disse: “Verdadeiramente lhes digo: um de vocês me trairá – alguém que está comendo comigo.” 14:19Eles começaram a se afligir e a perguntar-lhe, um por um: “Sou eu?”
14:20Então ele lhes disse: “É um de vocês doze, alguém que compartilha comigo da comida do prato. 14:21Porque o Filho do homem está indo embora, cumprindo o que está escrito a seu respeito. Mas ai daquele homem por meio de quem o Filho do homem é traído! Teria sido melhor para esse homem que ele não tivesse nascido.”
14:22E quando eles estavam comendo, ele tomou o pão e, tendo-o abençoado, partiu, deu a eles e disse: “Tomem isto e comam. Isto é o meu corpo.” 14:23E ele tomou um copo e, tendo dado graças, deu-o a eles. E todos beberam dele. 14:24E ele lhes disse: “Isto é o meu sangue da nova aliança, o sangue que está sendo derramado por muitos. 14:25Verdadeiramente lhes digo que não mais beberei do fruto da videira, até aquele dia em que eu beber novo vinho no reino de Deus.”
14:26Tendo cantado um hino de louvor, saíram para o Monte das Oliveiras. 14:27Então Jesus lhes disse: “Todos vocês me abandonarão esta noite, porque está escrito: ‘Eu golpearei o pastor, e as ovelhas se dispersarão’ (Zc 13:7). 14:28No entanto, depois da minha ressurreição, irei adiante de vocês para a Galileia.”
14:29Mas Pedro lhe disse: “Embora todos os outros possam abandoná-lo, eu não o farei.” 14:30E Jesus lhe respondeu: “Verdadeiramente lhe digo que hoje, nesta noite mesmo, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes.” 14:31Contudo ele insistiu ainda mais, dizendo: “Mesmo que eu precise morrer com você, de maneira alguma o negarei.” E todos os outros disseram a mesma coisa.
14:32Quando chegaram a um lugar chamado Getsêmani, ele disse aos seus discípulos: “Sentem-se aqui enquanto eu vou orar.” 14:33E ele levou consigo Pedro, Tiago e João e começou a ficar angustiado e aflito em sua mente. 14:34E ele lhes disse: “Minha alma está profundamente triste, mesmo até a morte. Esperem aqui e vigiem.”
14:35Então ele foi um pouco à frente, prostrou-se no chão e orou, para que se fosse possível, essa hora de provação passasse dele. 14:36E ele disse: “Abba, Pai, todas as coisas lhe são possíveis. Remova este cálice de mim. Mas não faça o que eu quero. Em vez disso, que a sua vontade seja feita.”
14:37Quando ele voltou e os encontrou dormindo, disse a Pedro: “Simão, você está dormindo? Você não conseguiu vigiar por uma hora? 14:38Vigiem e orem, para que não entrem em tentação. Por um lado, o espírito se dispõe, mas, por outro, a carne é fraca.”
14:39E ele saiu novamente e orou, dizendo as mesmas palavras. 14:40Uma vez mais ele voltou e os encontrou dormindo, pois seus olhos estavam muito pesados. E eles não sabiam como lhe responder. 14:41E ele voltou pela terceira vez e lhes disse: “Estão descansando com o tempo que resta? Já basta! A hora chegou. Vejam, o Filho do homem está sendo traído nas mãos dos pecadores. 14:42Levantem-se, vamos indo. Vejam, aquele que me trai está vindo agora.”
14:43E justamente enquanto ele ainda falava, Judas, um dos doze, chegou, e com ele havia uma turba armada com espadas e porretes de madeira, enviados pelos principais sacerdotes, escribas e anciãos. 14:44Ora, aquele que o traiu havia combinado um sinal dizendo: “Aquele que eu beijar, esse é ele. Prendam-no e o levem embora com segurança.” 14:45E quando ele chegou, veio imediatamente até ele e disse: “Rabi, Rabi”, e o beijou. 14:46Então eles puseram as mãos nele e o prenderam.
14:47Porém um dos que estavam por perto puxou a espada, golpeou o servo do sumo sacerdote e lhe cortou a orelha. 14:48E Jesus lhes respondeu, dizendo: “Vocês vêm aqui como se eu fosse um ladrão, armados com espadas e porretes de madeira para me prenderem? 14:49Eu estive diariamente com vocês no templo ensinando e vocês não me prenderam. Mas isso se faz para que as Escrituras se cumpram.” 14:50E eles (seus discípulos) todos o deixaram e fugiram.
14:51E certo jovem o seguia, tendo um pano de linho enrolado sobre si, sobre o seu corpo nu. Alguns dos jovens tentaram agarrá-lo, 14:52mas ele, deixando o pano de linho, fugiu nu.
14:53E levaram Jesus ao sumo sacerdote. Estavam junto com ele todos os principais sacerdotes, os anciãos e os escribas. 14:54Pedro, porém, o havia seguido à distância, chegando até ao pátio do sumo sacerdote, onde se assentou com os servos e se aquecia ao fogo.
14:55Ora, os principais sacerdotes e todo o conselho procuravam testemunhas contra Jesus a fim de levá-lo à morte, mas não achavam nenhuma. 14:56Apesar de muitas darem falsos testemunhos contra ele, seus depoimentos eram incoerentes.
14:57Enfim alguns se levantaram e testemunharam falsamente contra ele, dizendo: 14:58”Nós o ouvimos dizer: ‘Eu destruirei este templo, que é de construção humana, e em três dias construirei outro não feito com mãos humanas.’” 14:59Mas nem mesmo seus testemunhos eram consistentes um com o outro.
14:60Então o sumo sacerdote levantou-se entre eles e perguntou a Jesus, dizendo: “Você não vai responder nada? E a respeito do que essas testemunhas estão atestando contra você?” 14:61Contudo ele se manteve em silêncio e não respondeu. O sumo sacerdote perguntou-lhe de novo, dizendo: “Você é o Ungido, o Filho do Bendito?” 14:62E Jesus disse: “EU SOU (Êx 3:14). E você verá o Filho do homem sentado no lugar de honra e autoridade do Poder e vindo nas nuvens do céu.”
14:63Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes* e disse: “Por que precisamos de testemunhas agora? 14:64Vocês ouviram a blasfêmia por si mesmos. O que vocês acham?” E todos o condenaram como digno de morte. 14:65Então alguns começaram a cuspir nele. E eles o vendaram, esbofetearam-no e disseram: “Profetize!” E os oficiais batiam nele com as suas mãos.
*A lei de Moisés proíbe que o sumo sacerdote rasgue suas vestes (Lv 10:6; 21:10). Este “rasgar” é remanescente de quando o rei Saul rasgou o manto de Samuel. Naquela ocasião Samuel disse: “O Senhor tomou de você o reino de Israel hoje e o deu a um próximo a você, o qual é melhor que você.” Pode ser que, naquele momento, o “reino” tenha sido rasgado dos sacerdotes e entregue ao Senhor Jesus.
14:66E quando Pedro estava lá embaixo no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote veio 14:67e, vendo Pedro se aquecendo, olhou para ele e disse: “Você também estava com Jesus, o Nazareno.” 14:68Porém ele negou dizendo: “Eu não o conheço nem sei sobre o que você está falando.” E ao sair para o átrio, o galo cantou.
14:69E a criada o viu novamente e começou a dizer aos que estavam por perto: “Este é um deles.” 14:70Mas ele o negou novamente. E um pouco depois, mais uma vez, alguns que estavam por perto disseram a Pedro: “Certamente você deve ser um deles, porque você é um galileu. Podemos dizer pelo seu sotaque.”
14:71Mas ele começou a praguejar e a jurar, dizendo: “Eu não conheço esse homem do qual vocês estão falando.” 14:72E justamente então o galo cantou uma segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus havia lhe dito: “Antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes.” E quando ele se lembrou disso, chorou.
CAPÍTULO 15
15:1Como primeira coisa de manhã, os principais sacerdotes, juntamente com os anciãos, os escribas e todo o conselho, realizaram uma consulta. Eles então amarraram Jesus e o levaram para fora, entregando-o a Pilatos. 15:2E Pilatos lhe perguntou: “Você é o rei dos judeus?” E, respondendo, disse-lhe: “Você o diz.”
15:3E os principais sacerdotes o acusavam de muitas coisas. 15:4Desse modo Pilatos lhe perguntou novamente, dizendo: “Você não me dará alguma resposta? Veja quantas acusações fazem contra você!” 15:5Mas Jesus não mais respondeu coisa alguma, tanto que Pilatos ficou impressionado.
15:6Ora, por ser aquele um dia de festa, ele costumava libertar-lhes um prisioneiro, qualquer que lhe pedissem.
15:7E havia um chamado Bar-Abás {filho de Abás}, que estava amarrado com os que haviam realizado uma insurreição, homens que durante a insurreição, tinham matado alguém. 15:8E a multidão começou a gritar, pedindo a Pilatos que fizesse como geralmente fazia por eles. 15:9E Pilatos lhes respondeu, dizendo: “Devo libertar para vocês o rei dos judeus?” 15:10Pois ele percebeu que os principais sacerdotes o haviam entregado por inveja.
15:11Porém os principais sacerdotes agitaram a multidão, pedindo-lhe que, em vez disso, libertasse Bar-Abás. 15:12E Pilatos respondeu novamente e lhes disse: “O que devo então fazer àquele a quem vocês chamam de o rei dos judeus?” 15:13E eles gritaram novamente: “Crucifique-o!” 15:14Então Pilatos lhes disse: “Por quê? Que mal ele fez?” Mas eles gritavam ainda mais alto: “Crucifique-o!”
15:15E assim Pilatos, querendo agradar a multidão, soltou Bar-Abás e entregou Jesus, tendo-o açoitado, para ser crucificado. 15:16E os soldados o levaram para dentro do pátio, que é o Pretório, e reuniram todo o destacamento.
15:17Lá eles o vestiram de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na sobre ele. 15:18Em seguida começaram a saudá-lo, dizendo: “Salve, rei dos judeus!” 15:19E lhe batiam na cabeça com um caniço; cuspiam nele e, de joelhos, o “adoravam”.
15:20E, tendo zombado dele, tiraram-lhe a veste púrpura e o vestiram de volta com as suas próprias roupas. E o levaram para fora, para crucificá-lo. 15:21E forçaram alguém que passava, Simão, um cireneu (pai de Alexandre e Rufos), que estava vindo do campo, para ir com eles a fim de que pudesse carregar a sua cruz.
15:22Então eles o levaram ao Gólgota, que significa “o lugar da caveira”. 15:23E eles lhe ofereceram para beber vinho misturado com mirra,* mas ele não tomou. 15:24E, tendo-o crucificado, dividiram suas roupas entre si, apostando uns com os outros ao “lançarem sortes” sobre qual item cada um tomaria.
15:25Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. 15:26A inscrição de sua acusação dizia: “O REI DOS JUDEUS”. 15:27E crucificaram dois ladrões com ele: um à sua direita e outro à esquerda. 15:28Cumpriu-se dessa forma a Escritura que diz: “E ele foi contado entre os malfeitores” (Is 53:12).
15:29E alguns daqueles que passavam o insultavam, meneando a cabeça e dizendo: “Ah, você que destruiria o templo e o construiria em três dias, 15:30salve a si mesmo e desça da cruz!”
*Uma mistura narcótica oferecida para reduzir a dor.
15:31Da mesma maneira, também os principais sacerdotes, zombando dele entre si, juntamente com os escribas, diziam: “Ele salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo. 15:32Que o Ungido, o rei de Israel, desça agora da cruz para que possamos ver e crer.” E mesmo um dos que foram crucificados com ele também o escarnecia.
15:33Quando chegou o meio-dia, a escuridão caiu sobre toda a terra até às três horas da tarde. 15:34E, às três horas, Jesus clamou em alta voz: “Eloi, Eloi, lamá sabactâni?”, que, traduzido, quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que você me abandonou?”
15:35E alguns daqueles que estavam por perto, quando ouviram isto, disseram: “Vejam, ele está chamando por Elias.” 15:36E alguém correu e encheu uma esponja com vinho de baixa qualidade, colocou-a em um caniço e lhe deu para beber, dizendo: “Aguarde um minuto. Vamos ver se Elias vem para descê-lo.”
15:37Depois Jesus proferiu um alto som e expirou. 15:38E o véu do templo foi rasgado em dois, de alto a baixo. 15:39Quando o centurião que estava perto dele viu o modo como ele clamou e expirou, disse: “Realmente este homem era o Filho de Deus.”
15:40Também havia mulheres observando à distância – entre as quais estavam Maria Madalena, Maria a mãe de Tiago (o baixinho) e de José e Salomé – 15:41as quais, quando ele estava na Galileia, o seguiam e o serviam junto com muitas outras mulheres que vieram com ele para Jerusalém.
15:42E quando a noite havia chegado, porque este era o dia da Preparação (que é o dia antes do sábado), 15:43José de Arimateia – um respeitado membro do Sinédrio e alguém que também estava buscando o reino de Deus – teve a coragem de ir ver Pilatos e pedir o corpo de Jesus.
15:44Porém Pilatos ficou surpreso que ele já estivesse morto. Portanto, chamando o centurião, perguntou-lhe se ele estava morto havia algum tempo. 15:45Tendo recebido a confirmação do centurião, ele concedeu o corpo a José.
15:46José comprou um pano de linho caro e, depois de baixar Jesus da cruz, envolveu-o no pano de linho e o colocou num túmulo que havia sido escavado na rocha. Em seguida ele rolou uma pedra, fechando a entrada do túmulo. 15:47Maria Madalena e Maria, a mãe de José, viram onde ele havia sido colocado.
CAPÍTULO 16
16:1E quando o sábado havia passado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram especiarias aromáticas, de modo que pudessem ungir o corpo de Jesus. 16:2E assim, no primeiro dia da semana, bem cedo, elas chegaram ao túmulo quando o sol justamente estava nascendo. 16:3E discutiam entre si: “Quem vai rolar para nós a pedra da entrada do túmulo (porque ela era extremamente pesada)?”
16:4Então, olhando para cima, elas viram que a pedra já tinha sido removida. 16:5E entrando no túmulo, viram o que parecia ser um jovem sentado do lado direito, vestido com uma brilhante túnica branca. E ficaram cheias de espanto.
16:6E ele lhes disse: “Não se espantem. Vocês estão procurando por Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Ele não está aqui. Vejam, aqui é o lugar onde eles o colocaram! 16:7Mas vão, digam aos discípulos dele e a Pedro que ele vai adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão como ele lhes disse.”
16:8Dominadas por tremor e assombro, elas saíram e fugiram do túmulo. Todavia, a princípio elas não disseram nada a ninguém, porque estavam com medo.
16:9Ora, tendo Jesus ressuscitado cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem ele havia expulsado sete demônios. 16:10Ela foi e contou àqueles que haviam estado com ele e que estavam de luto e chorando. 16:11Contudo, quando ouviram que ele estava vivo e que ela o tinha visto, não creram.
16:12Depois dessas coisas, ele se manifestou de outra forma a dois deles, enquanto andavam em seu caminho para o campo. 16:13Então eles saíram e contaram tudo aos restantes. Mas eles também não acreditaram neles.
16:14Depois ele apareceu aos “onze” no momento em que estavam comendo, e ele os reprovou por sua incredulidade e dureza de coração, porque não haviam acreditado naqueles que o viram depois que tinha ressuscitado.
16:15E ele lhes disse: “À medida em que forem indo por todo o mundo, anunciem as boas novas a toda a criação. 16:16Aquele que crer e for batizado [entrar na experiência do que o batismo significa] estará sendo salvo, mas aquele que não crer será condenado.
16:17E estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome {na realidade da minha presença} expulsarão demônios, falarão novas línguas, 16:18pegarão em serpentes e, se beberem alguma coisa mortal, isso não os ferirá de maneira alguma; colocarão as mãos nos doentes e eles se recuperarão.”
16:19Assim, então, o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi recebido nos céus e assentou-se no lugar de autoridade e honra de Deus. 16:20E eles foram adiante e proclamaram o Senhor em toda parte, sendo acompanhados por sinais que confirmavam a palavra. Amém.
Nesta tradução, as palavras em itálico são palavras subentendidas pelo texto grego, mas não representam palavras exatas do texto grego. Essa prática é comum em quase todas as traduções modernas. Ocasionalmente este tradutor acrescentou palavras na tradução que representam suas próprias ideias e opiniões, as quais são baseadas em seu próprio entendimento bíblico, mas não são parte do texto grego original. Tais palavras estão incluídas em colchetes, assim [ ]. O leitor deve entender essas palavras como sendo a opinião do tradutor. Em contraste a isso, as palavras nas chaves { } indicam traduções ou explicações legítimas, alternativas. As palavras dentro de parênteses ( ) são partes do texto original grego. Tais parênteses são, também, frequentemente usados em outras traduções do Novo Testamento.
Final das Boas Novas Segundo Marcos
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