Ministério Grão De Trigo

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Venha Teu Reino

O DIA DO SENHOR

Capítulo 4

Venha Teu Reino, livro por David W. Dyer

Publicacao Grao de Trigo

Escrito por David W. Dyer

ÍNDICE

Capítulo 1: VENHA O TEU REINO

Capítulo 2: OS DOIS REINOS

Capítulo 3: UMA BREVE CRONOLOGIA

Capítulo 4: O DIA DO SENHOR (Capítulo Atual)

Capítulo 5: NO PRINCÍPIO

Capítulo 6: A ORDEM DE DEUS – A FALHA DO HOMEM

Capítulo 7: O REINO DE DEUS ESTÁ NO MEIO DE VÓS

Capítulo 8: “SENHOR, SENHOR”

Capítulo 9: UMA JUSTA RECOMPENSA

Capítulo 10: PERDÃO E JULGAMENTO

Capítulo 11: O FILHO VARÃO

Capítulo 12: VIVENDO EM VITÓRIA

Capítulo 13: OBRAS DE FÉ

Capítulo 14: UMA PALAVRA DE ENCORAJAMENTO



Capítulo 4: O DIA DO SENHOR


O Dia do Senhor é o sétimo (e último) dia de mil anos deste mundo. Ele começa com o aparecimento de Jesus Cristo, na Segunda Vinda, e termina com o advento da eternidade futura. O Dia do Senhor é também o Reino Milenar sobre o qual temos falado. Alguns cristãos, não imaginando que o Dia do Senhor é um dia de mil anos, freqüentemente se confundem quando lêem versículos referentes a ele. Espero que este capítulo sirva para ajudar a esclarecer essa confusão.

Parte desse engano na compreensão do Dia do Senhor tem origem no fato de que, quando a Bíblia menciona o Dia do Senhor, ela não fala apenas da vinda de Jesus nas nuvens e do julgamento dos santos, mas também fala dos céus e da Terra sendo dissolvidos e se acabando (2 Pe 3:10).

Lendo versículos como este, uma pessoa pode ser levada a acreditar que a volta de Jesus é o princípio da eternidade. Este não é o caso. Com o conhecimento de que o Dia do Senhor é um dia de mil anos, toda a perplexidade desaparece. Muitas coisas acontecem durante o Dia do Senhor, e neste capítulo vamos estar investigando algumas delas.

Um dos primeiros eventos a ocorrer durante o Dia do Senhor é algo que já mencionamos, o julgamento dos crentes. Quando Jesus voltar, nós subiremos para encontrá–Lo nos ares e, então, voltaremos com Ele para a Terra, para ajudá-Lo a estabelecer Seu Reino Milenar. Depois do arrebatamento (termo relativo à subida dos santos para os ares) e antes de começarmos a desempenhar nosso papel no Reino de Cristo, haverá um julgamento. Todos nós estaremos diante do trono de Cristo e prestaremos contas das coisas que fizemos, enquanto estivemos na carne (2 Co 5:10). A palavra “nós”, aqui, se refere aos crentes, já que essa epístola foi dirigida a eles. Esse julgamento é diferente do juízo final de todas as pessoas, que ocorrerá no final do Milênio, o qual é chamado “o julgamento do Grande Trono Branco” (Ap 20:11).

O julgamento do Tribunal de Cristo, por outro lado, acontece antes do Milênio e envolve apenas crentes. Será neste primeiro julgamento que as coisas que fizemos serão pesadas. O julgamento dos crentes é um elemento essencial no Dia do Senhor. Há muitos aspectos interessantes nele que os cristãos precisam compreender; entretanto, a maioria deles será verificada nos próximos capítulos. Aqui, é suficiente dizer que haverá um completo exame dos crentes, no princípio do Dia do Senhor e antes da entrada deles no Reino Milenar junto com Ele.

Por favor, permita-me tomar alguns minutos, aqui, para fazer referência ao arrebatamento, que assinala o princípio do Milênio. Esse é o evento no qual todos os santos de Deus são retirados da Terra para encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4:17).

Descrevendo este evento, Jesus diz que: “Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.” (Mt 24:28). Esta é uma referência ao grande número de abutres que circulam no ar sobre a carcaça de um animal morto. Não se ofenda por Jesus ter usado uma analogia com abutres. Não há conotação negativa nisto. É simplesmente a mais natural ilustração que Ele poderia usar, para que qualquer pessoa de Seu tempo pudesse compreender. Essa é uma visão muito comum em muitas partes do mundo, hoje.

Quando o Senhor surgir, todos os crentes serão reunidos com Ele. Não importa onde estivermos, seremos elevados nos ares e nos reuniremos no lugar onde Ele estiver. Nós O encontraremos no ar e depois voltaremos com Ele para a Terra. E para onde Ele estará vindo? Ele virá para Jerusalém. Seus pés tocarão o Monte das Oliveiras, a terra se abrirá numa fenda e muitos fugirão para esta fenda procurando proteção (Zc 14:4,5).

Todos os crentes serão testemunhas oculares desse evento. Não apenas os crentes vivos serão elevados, mas os mortos em Cristo se levantarão de suas sepulturas e subirão primeiro, para encontrá-Lo nos ares. “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.” (1 Ts 4:16,17).

Uma vez um amigo meu compartilhou comigo uma ideia interessante sobre a palavra “encontrar”. Ele disse que, nos dias do Velho Testamento, quando um rei vitorioso estava voltando para a sua cidade com o seu exército e com todos os seus prisioneiros, os habitantes daquela cidade saíam para encontrá-lo e então voltavam junto com ele para a cidade, a fim de celebrar sua vitória. Que quadro! Isto retrata exatamente a maneira como vai ocorrer o arrebatamento. Nós subiremos para encontrá-Lo nos ares e, então, retornaremos com Ele para a Terra.

A razão para sermos arrebatados parece ser, principalmente, a reunião de todos os crentes num mesmo lugar. Quando o Senhor voltar, seremos elevados para o lugar em que Ele estiver, a fim de podermos voltar com Ele para o lugar ao qual Ele irá – a cidade de Jerusalém, na Terra de Israel.

Agora, para evitar confusão, precisamos nos lembrar de uma coisa: esse evento não é o princípio da eternidade. É apenas a primeira parte do Dia do Senhor (o Milênio), o dia para o qual todos nós deveríamos estar olhando.

Muitos pensam que o julgamento que acontecerá nessa ocasião se dará enquanto estivermos suspensos nos ares. Outros especulam que iremos com o Senhor de volta para o céu, onde seremos julgados. Lá, esperaremos por um tempo, para depois voltarmos com Ele. Este entendimento exige várias “aparições” de Jesus Cristo, no final dos tempos. Entretanto, parece possível que o julgamento dos crentes possa ocorrer aqui mesmo na Terra. Uma coisa que as Escrituras nos ensinam claramente é que haverá tal julgamento, e que nós estaremos envolvidos nele.

Outra coisa que sabemos com certeza é que, quando formos arrebatados, nossos corpos serão glorificados. Nós lemos: “...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Co 15:52). Oh, que glória haverá naquele dia! Nossos corpos desprezíveis se tornarão celestiais. Os maus efeitos da queda – a morte operando em nossos corpos – serão completamente eliminados. Receber nossos corpos glorificados é apenas o começo, um passo preparatório para herdarmos o Reino que Cristo está preparando.

Note bem que o versículo acima nos conta exatamente quando o arrebatamento ocorrerá: “ao som da última trombeta”. A maioria dos cristãos devem saber que haverá o soar de sete trombetas, durante o período da Tribulação (Ap 8:2). Para que a trombeta da qual Paulo fala possa ser “a última trombeta”, é necessário que ela aconteça DEPOIS das sete trombetas mencionadas no Apocalipse, ou que, possivelmente, ela seja a sétima. Isto colocaria o tempo do arrebatamento no final do período da Tribulação ou, pelo menos, perto do fim.

Uma outra passagem que pode trazer alguma luz sobre a ocasião deste evento é Mateus 24:29-31, onde lemos: “Logo em seguida à tribulação daqueles dias,...Ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus”.

Embora haja alguns que insistem em que os “eleitos” ou “escolhidos”, aqui, se referem aos judeus, e não aos cristãos, esta ideia não se encaixa com as profecias do Velho Testamento, que dizem que “as pessoas” da Terra, e não os anjos, trarão os judeus de volta a Israel, depois da volta do Senhor (Is 49:22).

Além disto, os crentes sempre são chamados de “eleitos de Deus” (Lc 18:7; Rm 8:33; Cl 3:12). Na verdade, o tempo do arrebatamento não é o tema central deste livro. Nem deveria ser um ponto de controvérsia. Estou apenas oferecendo esses pensamentos ao leitor para que os contemple e tire suas próprias conclusões. Mas, por favor, não se distraia do conteúdo do resto do livro. A ocasião do arrebatamento tem muito pouca relação com o resto da mensagem.

O DIA DE SÁBADO

Muitos de vocês devem saber de cor o versículo que diz: “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra e o mar e tudo o que neles há, e no sétimo, descansou...” (Êx 20:11). Este sétimo dia é o dia de Sábado. É o dia de descanso do Senhor. Ele não era apenas o descanso inicial de Deus, mas também prefigurava um outro dia de descanso, o Dia do Senhor. O Reino Milenar é o sétimo dia de mil anos, que também é o dia de descanso para Deus e para o Seu povo.

Embora não seja o descanso final ou o descanso completo que ocorrerá na eternidade, ainda assim é um descanso parcial, que Deus estará tendo, e nós, povo de Deus, estaremos gozando junto com Ele. O autor de Hebreus menciona, nos capítulos 3 e 4, este descanso de Deus que está chegando, e exorta seus leitores a se empenharem para entrar nele, temendo que alguns deles possam vir a falhar (Hb 4:1). Talvez valha a pena parar aqui e ler esses dois capítulos (Hb 3 e 4), para ver como esse descanso se refere a todos nós, crentes em Jesus.

O dia de sábado não é apenas uma prefiguração do descanso que teremos com Deus no Milênio. É também um tipo de descanso que podemos ter em Jesus Cristo. Hoje, podemos entrar espiritualmente no sábado de descanso de Deus, por meio de Jesus. Na verdade, esta é uma verdadeira chave para uma experiência cristã viva. Precisamos aprender a parar com nossas próprias obras, isto é: parar de tentar fazer as obras de Deus por nós mesmos e com nossa própria energia, e aprender a descansar em Deus.

Não me interprete mal. Esse descanso não significa que você não deve fazer nada. É apenas uma suspensão de fazer suas próprias coisas. É um descanso espiritual que podemos experimentar, hoje.

Quando os fariseus desafiaram Jesus por Ele não guardar o sábado, Ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (Jo 5:17). Muito embora Deus tenha descansado depois de ter criado os céus e a Terra, Jesus nos diz que Ele ainda está trabalhando. Ele ainda está fazendo algo para cumprir Seus propósitos. A razão pela qual Deus continua a trabalhar é que Seu inimigo, o diabo, corrompeu o que Ele fez originalmente, e assim surgiu a necessidade Dele fazer algo mais para executar Seus planos.

Sim, hoje, Jesus Cristo está trabalhando, e nós deveríamos estar trabalhando com Ele. Devemos realizar “boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10). Entretanto, tal trabalho também pode significar descanso. Se nós permanecermos Nele e confiarmos em Sua força para executar Sua ordem, nós encontraremos paz. Ele nos explica que Seu jugo é leve e Seu fardo é suave e que encontraremos descanso fazendo Sua obra (Mt 11:29-30).

Quando nos empenhamos e tentamos arduamente servir ao Senhor, quando sentimos que estamos cansados e exauridos, esta é apenas uma indicação de que não estamos experimentando o descanso de Deus. Não entramos no descanso sobrenatural que está disponível a nós. Claro que sabemos que este descanso é incompleto. Durante o Dia do Senhor, nós gozaremos um descanso muito mais profundo e, na eternidade, um descanso completo.

Uma razão para que sejamos capazes de descansar durante os mil anos é que Jesus Cristo derrotará todos os Seus inimigos. Lemos nas Escrituras que Ele deve reinar até ter colocado todos os Seus inimigos debaixo de Seus pés (1 Co 15:25). Todos os povos, nações, animais, e mesmo a própria natureza, serão subjugados por Ele. Lemos que Ele reinará sobre as nações com um cetro de ferro (Ap 2:27). Somos também ensinados que os leões comerão palha com o boi, e as crianças estarão seguras, mesmo tendo ao redor delas feras venenosas (Is 11: 68). Soa como se todo o curso da natureza tivesse se alterado para ficar em paz. No final do Milênio, o Filho vitorioso entregará a Deus Pai, o reino que Ele próprio subjugou, para que Deus possa ter a completa soberania sobre tudo aquilo que Ele fez (1 Co 15: 24-28).

Durante o reinado de Cristo, Ele fará todas as coisas perfeitas. Ele acabará com a injustiça, limpará toda a sujeira de poluição e colocará um ponto final na guerra (Mq 4:3). Todos os crimes cometidos serão punidos de uma maneira justa e imparcial, que apenas o próprio Deus pode administrar. Muitas coisas deste nosso maldoso mundo atual, que nos deixam perplexos e nos afligem, serão corrigidas quando Jesus voltar. Ele reinará perfeitamente sobre este mundo.

Uma outra coisa que favorecerá grandemente a correção da confusão que é este mundo atual, é que o diabo será acorrentado por mil anos. Durante este tempo, ele será amarrado e lançado no abismo profundo (Ap 20:2-3). A influência de Satanás – sua soberania sobre este mundo atual – será eliminada, e Jesus Cristo ocupará o Seu lugar como Rei. Jesus estará reinando e estabelecendo Seu Reino sobre as pessoas e sobre as nações da Terra.

Infelizmente, a soberania de Jesus Cristo será, em muitos casos, apenas uma subjugação exterior. Quando o diabo for solto novamente, por um pouco de tempo, após o final dos mil anos, todas as nações irão segui-lo em uma rebelião contra o Senhor (Ap 20:7-9). Elas se reunirão em um grande exército e cercarão a cidade santa para lutar contra Cristo e os Seus santos. Esta rebelião terminará quando o fogo cair do céu e consumir este exército rebelde (Ap 20:9).

Este trágico episódio ilustra graficamente um fato importante: o Reino Milenar não alcançará o coração de todos os homens. Toda a Terra estará exteriormente subjugada por Jesus, mas, internamente, a natureza má do homem caído continuará vivendo. A natureza pecadora, que os homens herdaram de Adão, ainda existirá. Muito embora externamente possa haver justiça, com o cessar das manifestações pecaminosas, os corações dos homens não mudarão, a menos que eles tenham uma experiência real e pessoal com Deus. Sem este ingrediente essencial, todos os pecados interiores, como avareza, gula, luxúria, ódio coisas que não podem ser vistas exteriormente – ainda estarão ativas nos corações das pessoas que habitarão a Terra durante o Reinado de Cristo.

Como somos abençoados, hoje, por termos a oportunidade de conhecer Jesus pessoalmente e ter a Sua vida vivendo dentro de nosso ser, nos limpando de toda sujeira interior. Por meio do Seu Espírito, que em nós habita, Ele pode purificar nossas vidas da natureza pecadora que nos leva a praticar coisas imorais. Ele pode nos salvar completamente de todo o mal que existe em nossos corações. Nós, cristãos, somos capazes não apenas de parar com as obras pecadoras externas, mas também podemos ser transformados interiormente para sermos como Jesus. Oh, que salvação!

Um outro aspecto do terrestre Reino Milenar de Jesus é que ele é o cumprimento da promessa de Deus ao Rei Davi, de que nunca faltaria alguém de sua semente para sentar-se em seu trono. Davi, o rei de Israel, ouviu a promessa de que um de seus descendentes reinaria em seu lugar para todo o sempre (2 Sm 7:12,13). Este descendente é o “Príncipe da Paz”. Seu Reino não terá fim (Is 9:6,7). O que Deus prometeu a Davi, Ele fará, e nós seremos parte disto.

O Reino de Cristo é também o cumprimento da promessa de Deus a Abraão, de que a sua semente herdaria a Terra de Israel e a possuiria para sempre (Gn 17:8). Quando Jesus Cristo voltar, Ele reunirá todos os judeus, de todas as nações para onde eles foram espalhados, até mesmo o último deles, e os trará de volta para a Terra de Israel (Ez 39:28). Depois disto, Jesus, de acordo com o capítulo 48 de Ezequiel, irá distribuir essa terra entre as doze tribos. Estes versículos de Ezequiel são bem interessantes e detalham a divisão da terra minuciosamente.

Ezequiel também menciona o fato de que haverá uma faixa de terra, indo do leste para o oeste, chamada a “região santa dos sacerdotes” (Ez 48:9-10). É nesta terra que o povo de Deus pode morar. Lá, haverá uma cidade de Deus, chamada naquele tempo “O Senhor está aqui”, onde Ele estará reinando (Ez 48:35). A semente de Abraão, os judeus segundo a carne, herdarão a Terra que Deus prometeu. Aqueles que são a “semente da fé”, os crentes judeus do Novo Testamento e os crentes gentios, irão reinar sobre a Terra com Jesus. Aqui está novamente um cumprimento literal das promessas de Deus.

Claro que não sabemos exatamente como ocorrerá o nosso reinar com Cristo. Uma coisa sabemos, entretanto, é que estaremos em nossos corpos glorificados, que são corpos semelhantes ao que Jesus tem, desde a Sua ressurreição. Este corpo não se confina a tempo e espaço. Na Bíblia, está registrado que Jesus atravessava paredes e aparecia à vontade, onde desejasse. Sem dúvida, nossos novos corpos também terão estas mesmas capacidades. Assim, durante o Milênio, provavelmente nós não seremos limitados em nossas habilidades com relação a tempo e lugar.

As Escrituras não afirmam especificamente se a nossa presença e o nosso “reinar” durante esse tempo será totalmente contemplado pelos habitantes da Terra. Embora possamos ser visíveis para eles e conhecidos por eles, é também possível que isto não aconteça. Hoje em dia, há governos espirituais deste mundo, dirigidos pelo diabo, que não são vistos pelos homens, mas que, entretanto, exercem completo controle sobre eles. O papel dos crentes no reino vindouro poderia ser concebível como semelhante a isto.

Uma outra possibilidade é que os crentes possam funcionar como os Juízes do Velho Testamento (Mt 19:28). Embora seja impossível tirar uma conclusão definitiva, certamente sabemos que iremos reinar com Cristo nesta Terra (Ap 5:10).

As pessoas da Terra, sobre as quais aqueles que estão com Cristo irão reinar, serão os descendentes dos homens e mulheres que sobreviverem à Tribulação. Durante a grande Tribulação, uma grande parte da população do mundo será morta por várias pragas e julgamentos de Deus. Também na Batalha do Armagedom (que acontecerá imediatamente antes do retorno de Jesus Cristo), literalmente milhões de soldados serão mortos.

A Bíblia descreve o número de pessoas que estarão na Terra, depois deste acontecimento, como semelhante a oliveira chacoalhada (um método de colher azeitonas) e como uma vinha depois da colheita (Is 24:13). Também lemos: “Tornarei o homem mais escasso do que o ouro puro, mais raro do que o ouro de Ofir.” (Is 13:12-NVI). Em outras palavras, durante a primeira parte do Milênio, os habitantes da Terra não serão muitos. Mas, mil anos é um longo tempo, e esses homens, sem dúvida, se multiplicarão. Sem guerras e outras calamidades, eles aumentarão muito rapidamente, e a Terra será novamente povoada.

A FESTA DO CASAMENTO

No Reino Milenar, não haverá apenas: o Dia de Mil anos do Senhor; o Dia do Julgamento dos crentes; o Dia do Julgamento dos descrentes, que se opuserem a Cristo na Batalha do Armagedom; o sétimo dia, o dia sábado de descanso; e o dia da restauração do Reino de Deus. Também esse será o dia do casamento do Senhor.

Talvez muitos de vocês tenham ouvido ou lido sobre a festa das Bodas que está sendo preparada. O conceito geral entre os cristãos parece ser o de que, quando o Senhor voltar e nós formos arrebatados para encontrá-Lo, todos se sentarão imediatamente em uma grande mesa e desfrutarão de uma imensa festa. Possivelmente, haverá bife, frango, costelinhas de porco ou algo assim (bem, provavelmente não porco), e, então, todos voltaremos à Terra para estabelecer o Reino.

Algumas pessoas pensam que essa festa ocorrerá durante uns poucos dias. Outros supõem que levará semanas, ou mesmo, durará de três anos e meio a sete anos.

Mas, vamos considerar por um instante que essa é a festa de Casamento do Filho de Deus. Não é um acontecimento pequeno ou de pouca importância, mas deve ser o mais supremamente santo e espetacular casamento que já ocorreu em todo o Universo. Não será uma festa de alguns dias ou mesmo de sete anos. Não haverá nada apressado na festa do Casamento de Deus. Esta festa estará acontecendo durante mil anos, porque o Dia do Senhor é também o Dia das Bodas do Senhor, e é durante “este dia” que nós estaremos festejando.

Jesus disse: “Assim como Meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lc 22:29-30). Um outro versículo que reforça esta ideia é Mateus 8:11, onde lemos: “Muitos virão do leste e do oeste e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino”. É bem provável que a “mesa” aqui se refere ao banquete do Casamento do Senhor.

Nos tempos bíblicos, parece que a maneira como as pessoas celebravam um casamento era fazendo uma grande festa e convidando toda a família e todos os amigos. Eles começavam de manhã a comer, a beber e a se divertir. Todos os convidados tinham um tempo muito bom com os parentes e companheiros. Eles festejavam durante todo o dia, até à noite, quando a noiva e o noivo se retiravam para consumar o matrimônio. É exatamente assim que será o Dia do Senhor.

Sabemos, pelas Escrituras, que será no final do Milênio que as Bodas (o Casamento do Cordeiro) acontecerão (Ap 21:9-27). Então, se consumará o matrimônio de Cristo com a Sua Santa Noiva. Não será assim: a celebração de uma festa; depois a volta para a terra para reinar com Cristo por mil anos; e, então, mil anos mais tarde, o Casamento. Não, o banquete do Casamento de Jesus Cristo se prolongará por mil anos. Nosso reinado com Cristo, nosso descanso com Ele, e a festa, em que participaremos com Ele, serão simplesmente aspectos diferentes do mesmo período de tempo. Este será o Reino Milenar, o Dia do Senhor.

No livro do Apocalipse, nas cartas às sete igrejas, Jesus não fala apenas de sentarmos com Ele em Seu trono (Ap 3:21) governando as nações com cetro de ferro; reinando (Ap 2:27), mas também promete que nós comeremos do maná escondido e da árvore da vida, festejando (Ap 2: 7,17). Estes versículos retratam dois aspectos da vida no Reino, do qual faremos parte.

Durante os mil anos do reinado de Cristo, estaremos festejando com Jesus Cristo e em Jesus Cristo. Ele explicou aos Seus discípulos que Ele é o pão da vida que desceu dos céus. Ele é a nossa festa. Certamente, não necessitaremos de frango, bife ou qualquer comida física para nos sustentar. Nosso desejo será dos elementos sobrenaturais da vida divina de Jesus.

Hoje, temos um aperitivo disto. Naquele dia, teremos o sabor completo. O vinho novo será abundante e o maná celestial se espalhará por toda parte. Nenhuma das pessoas escolhidas por Deus passará fome. Poderemos, então, festejar em Jesus Cristo e ficar totalmente satisfeitos.

Claro que é uma boa ideia manter o nosso apetite preparado desde já. Não há dúvida em minha mente de que a nossa capacidade de saborear Deus naquele dia será muito dependente de como desenvolvemos esta capacidade agora. Se aprendermos a nos alimentar do Senhor, da Sua Palavra e da oração, e a ter momentos de intimidade diária com Ele, usufruindo de Sua presença, então, acredito que o nosso regozijo Nele, durante o Milênio, será muito maior.

Vale a pena, eu diria, caminharmos nesta direção. Seremos recompensados, hoje, por nossos esforços, mas também seremos recompensados grandemente no tempo que está por vir.

Final do Capítulo 4

Ler outros capitulos online:

Capítulo 1: VENHA O TEU REINO

Capítulo 2: OS DOIS REINOS

Capítulo 3: UMA BREVE CRONOLOGIA

Capítulo 4: O DIA DO SENHOR (Capítulo Atual)

Capítulo 5: NO PRINCÍPIO

Capítulo 6: A ORDEM DE DEUS – A FALHA DO HOMEM

Capítulo 7: O REINO DE DEUS ESTÁ NO MEIO DE VÓS

Capítulo 8: “SENHOR, SENHOR”

Capítulo 9: UMA JUSTA RECOMPENSA

Capítulo 10: PERDÃO E JULGAMENTO

Capítulo 11: O FILHO VARÃO

Capítulo 12: VIVENDO EM VITÓRIA

Capítulo 13: OBRAS DE FÉ

Capítulo 14: UMA PALAVRA DE ENCORAJAMENTO