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O REINO PERDIDO

ESTAMOS NO MILÊNIO HOJE?

Capítulo 2

O Reino Perdido, livro por David W. Dyer

Publicacao Grao de Trigo

Escrito por David W. Dyer

ÍNDICE

Capítulo 1: O REINO PERDIDO

Capítulo 2: ESTAMOS NO MILÊNIO HOJE? (Capítulo Atual)

Capítulo 3: MAIS SINAIS

Capítulo 4: ALGUNS ARGUMENTOS ENGANOSOS

Capítulo 5: FOCADO NO CÉU

Capítulo 6: POR QUE O REINO É IMPORTANTE?

Capítulo 7: "TREVAS EXTERIORES"

Capítulo 8: OUTRAS ESCRITURAS

Capítulo 9: ALGUMAS TEORIAS ERRADAS

Capítulo 10: TRANSFORMAÇÃO REAL



Capítulo 2: ESTAMOS NO MILÊNIO HOJE?


Aqueles que promovem o ensino do “reino agora” têm seus versículos que citam para provar sua posição. Porém, não vejo qualquer benefício em discutir sobre as Escrituras.

Em mais de cinquenta anos caminhando com Jesus, nunca vi ninguém edificado e quase ninguém convencido da posição do outro por debates sobre o significado dos versículos da Escritura. Portanto, em vez disso, neste texto fornecerei algumas provas bíblicas que nos mostrarão se estamos ou não no milênio agora.

Para começar, nos concentraremos nos sinais que as Escrituras dizem que serão a evidência do reino milenar. Quando vemos esses sinais, podemos saber que estamos vivendo este reino. Quando esses sinais estão ausentes, então podemos ter certeza de que não estamos no reino milenar.

Esta investigação é ao mesmo tempo interessante e importante. É um assunto ao qual as Escrituras dedicam muito tempo. Não só estaremos descobrindo a verdade de Deus aqui, mas o leitor também pode descobrir alguns aspectos interessantes do reino vindouro dos quais não tinha conhecimento.

O NOME DO PAI É DAVI?

Para começar, perguntaremos: “O nome do Pai é Davi?”. Na Bíblia, Deus nos revela alguns de Seus nomes. Mas, pelo que posso perceber, nenhum deles é “Davi”. Por que isso é importante? É porque somos claramente ensinados que Jesus se sentará no trono de Davi.

Lemos em Lucas 1:30-32 o seguinte: “Veja, você conceberá e dará à luz um filho, e o chamará pelo nome de Jesus. Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo. O Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi. E ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre” (NTVP).

Além disso, lemos em Atos 2:30: “Contudo ele (o rei Davi) sabia, sendo um profeta, que Deus lhe havia feito um juramento, que, pelo fruto de seu corpo (de acordo com a procriação humana) ele levantaria o Ungido para se assentar em seu trono” (NTVP).

Está claro que Jesus hoje está sentado em um trono em algum lugar e reinando. Mas é o trono de Davi? Não, é o trono de Deus Pai. Está nos céus, não na terra. O trono de Davi era terrestre. O Rei Davi nunca se sentou em nenhum trono no céu. Ele governou o povo de Israel na terra.

No caso de Jesus hoje, Ele está reinando no céu a partir do trono do Pai. Lemos: “Aquele que vencer, eu lhe concederei que se sente comigo no meu trono, como eu também venci e me sentei com meu Pai no seu trono” (Ap 3:21 NTVP). Então, é fácil ver que Jesus hoje está sentado no trono do Pai. Ele não está sentado no trono de Davi!

O ponto é que hoje Jesus não está sentado e reinando a partir do que possivelmente poderia ser entendido como “o trono de Davi”. Ele não está aqui na terra.

Portanto, podemos ter certeza de que ainda não estamos no tempo do Seu reinado na terra, que foi anunciado a Maria pelo anjo. Aliás, esta previsão de um descendente de Davi sentado em seu trono é mencionada muitas vezes no Antigo Testamento.

A igreja de hoje é muito “orientada para o céu”. Todos esperam ir para o céu. É a esperança e o sonho deles. Mas os primeiros crentes não tinham essa orientação. Eles eram judeus. Esperavam um reino terrestre. Eles estavam procurando o cumprimento das muitas profecias do Antigo Testamento sobre um Messias que se sentaria no trono de Davi.

De fato, alguns dos discípulos perguntaram a Jesus sobre isso. Eles disseram: “Senhor, você restabelecerá o reino em Israel neste tempo?” (At 1:6 NTVP).

Sua resposta a eles não foi negar que isso aconteceria no futuro, mas indicar que esse tempo ainda não havia chegado.

REINANDO COM UMA VARA (OU CETRO) DE FERRO

Enquanto discutimos o reinado de Jesus na terra, talvez seja benéfico investigar como será esse reinado. Apocalipse 19:15 nos dá algumas pistas. Lemos: “Uma espada afiada de dois gumes saiu de sua boca para que pudesse golpear as nações com ela, e ele as governará com cetro de ferro” (NTVP).

O livro de Apocalipse 2:26,27, falando sobre o reinado de Cristo e dos crentes que reinarão com Ele, acrescenta: “E aquele que vencer e aquele que permanecer fazendo minhas obras até o fim, darei a ele autoridade sobre as nações. Ele (o que vence) os governará com um cetro de ferro, assim como os vasos do oleiro são quebrados em pedaços, já que eu também recebi isso de meu Pai” (NTVP).

Isso soa como um tipo muito definitivo e severo de reinado. Não parece um tipo de governo fraco e mole.

Embora muitos hoje tenham um conceito sobre Jesus de que Ele sempre fica brando, bondoso e “gentil”, isso não é a soma de Seu verdadeiro caráter. Durante esta presente era da graça, Jesus não está exercendo Seus julgamentos de forma estrita e rigorosa, mas no reino vindouro, nos é dito que Ele o fará.

Portanto, vemos que Jesus governará com “um cetro de ferro”, e as nações que O desobedecerem, Ele despedaçará, assim como um pote de barro é despedaçado quando é esmagado com uma barra de ferro.

Esta é a analogia que o próprio Deus escolheu para demonstrar a maneira absoluta e inabalável como Jesus governará este mundo. Isso significa que, quando a população da terra durante o milênio desviar-se da vontade de Deus, Ele os punirá severamente.

Este governo rigoroso durará até que todos os Seus inimigos sejam subjugados diante d’Ele. Em 1 Coríntios 15:25 lemos: “Porque ele deve reinar até colocar todos os seus inimigos debaixo dos seus pés” (NTVP).

Quais são, então, esses inimigos? Claro, eles devem incluir os governantes espirituais malignos que hoje governam a terra (Ef 6:12). Mas eles também devem incluir homens e mulheres que são rebeldes contra Ele. São aqueles que se recusam a abraçar e buscar Sua justiça. São aqueles que se recusam a parar de pecar. Estes também são Seus “inimigos”.

Como será isso? Em Isaías 32:1 nos é dito: “Eis que reinará um rei com justiça, e príncipes governarão com juízo” (NKJV). Portanto, durante o verdadeiro reinado do reino de Cristo aqui na terra, devemos esperar que haja um fim da impiedade e injustiça de todos os tipos.

As nações que praticam tais coisas, juntamente com as pessoas que as habitam, serão severamente punidas até abandonarem seu pecado. Novamente, essa severidade é comparada ao esmagamento de potes de barro com um cetro de ferro.

O resultado será que o mundo seria então um lugar agradável para se viver. Os malfeitores serão justamente punidos. A injustiça não será praticada. Trapaceiros serão pegos. Mentirosos serão expostos. Indivíduos corruptos serão impedidos de suas atividades. As pessoas não tirarão mais proveito umas das outras. Os marcos do verdadeiro reino de Jesus serão justiça e retidão! O mundo inteiro estará cheio de tais atributos.

Então, estamos vendo esses atributos em plena exibição hoje? As nações que violam a lei de Deus estão sendo severamente punidas? Elas estão sendo governadas “com um cetro de ferro”? O mundo é um lugar maravilhoso para se viver sem qualquer violência, roubo, assassinato ou qualquer outro pecado?

Alguns daqueles que acreditam que estamos vivendo no milênio agora tentam argumentar que esse reinado justo de Cristo descrito aqui será realmente durante a eternidade e não aqui na terra. No entanto, é difícil imaginar alguém se desviando na “eternidade” ou qualquer nação se rebelando contra Ele. Na verdade, é impossível.

Ele estará esmagando as nações com um cetro de ferro durante a eternidade? Não, na eternidade toda rebelião e pecado não existirão; portanto, não poderiam ser punidos. Consequentemente, é fácil concluir que ainda não vimos o reino de Deus de mil anos chegar à terra. Obviamente, não estamos nele agora.

AUSÊNCIA DE GUERRAS

Outro marco do vindouro reino milenar é a ausência de guerra. Lemos em Isaías 2:4: “Ele julgará entre as nações e repreenderá muitos povos; eles transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices. Nação não levantará espada contra nação, e não aprenderão mais a guerrear”(NKJV).

Quando Jesus estabelecer Seu reino nesta terra, não haverá mais guerra. Que alívio! A guerra é algo horrível e destrutivo! Jesus dará fim a ela durante Seu reinado.

Mas estamos vendo este sinal milenar? Novamente, temos que nos perguntar honestamente: a guerra foi eliminada da terra? Não há mais homens e mulheres sendo treinados para lutar (aprender a guerrear) em nenhum país? Há, de acordo com os anjos que profetizaram aos pastores no nascimento de Jesus, “paz na terra”? (Lc 2:14).

Aqueles que pensam que estamos no reino milenar agora imaginam que Jesus está reinando sobre a terra neste momento. Além disso, afirmam que Ele tem reinado por quase dois mil anos desde o ano 70 d.C.

Mas a terra mudou? Está melhor? Não! Nos últimos dois mil anos, houve guerras? Muitas! As pessoas pararam de pecar, roubar, mentir, trapacear, assassinar, etc.? Acredito que não.

Se Cristo vai reinar até que TODOS os Seus inimigos sejam colocados sob Seus pés e a terra esteja subjugada em retidão, no ritmo atual, levará milhões de anos para alcançar o objetivo. Simplesmente não está acontecendo. A guerra ainda existe, juntamente com todos os outros tipos de iniquidade. Na verdade, parece-me que estamos muito perto de ver muitas novas guerras começando. Ao contrário do que alguns dizem, o mundo NÃO está se tornando um lugar melhor. Não há evidência visível de Seu reinado sobre as nações.

(Embora algumas pessoas estejam “sendo salvas”, isso não cumpre, ou nega a importância destes e muitos outros sinais.)

A ideia de que estamos no reino de mil anos de Cristo parece ser absurda e ridícula. Desafia toda e qualquer lógica. Embora alguns apresentem o que acreditam ser argumentos “bíblicos” para dizer que de alguma forma Jesus retornou secretamente ou invisivelmente e agora está reinando sobre a terra, ninguém deve abraçar um ensino que exige o abandono de todo pensamento racional.

OS “DOZE” EM TRONOS

A Bíblia nos ensina que Jesus se sentará no trono terrestre de Davi, mas também somos informados de que os doze apóstolos se sentarão em doze tronos, julgando as doze tribos de Israel. Isso também deve ser aqui na terra.

Lemos: “Jesus lhe respondeu: ‘Verdadeiramente eu digo a vocês que me seguiram: quando acontecer a restauração messiânica quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vocês se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel’” (Mt 19:28 NTVP).

Por que insisto que isso deve ser na terra? É porque no julgamento final, todos, incluindo todos os judeus, serão julgados por Deus, não pelos doze apóstolos. Ao tentar explicar este versículo, alguns sugeriram que os doze estarão “ajudando” Jesus a julgar outros judeus no julgamento final.

Isso é patentemente ridículo. Esse julgamento final é reservado apenas para Deus. Os homens não são capazes de julgar os pensamentos e intenções ocultas dos corações de outros homens (Hb 4:12; Rm 2:16). Na verdade, a Bíblia nos ensina que não devemos julgar os outros dessa maneira! Homens não julgarão outros homens no julgamento final. Somente Deus será nosso juiz final.

Portanto, o “julgamento dos doze” deve referir-se ao tipo de “julgamento” parecido com que era feito pelos juízes do Antigo Testamento. Isso significa que esses doze ouvirão e resolverão disputas civis e legais. Isso envolverá questões como: se alguém não respeitou os limites de terra de outro, se alguém roubou algo, se alguém poderia ou não ser culpado de assassinato ou adultério, e muitas outras coisas.

Essas são ações que devem ser feitas aqui nesta terra, não no céu. Uma vez que a “eternidade” seja inaugurada, não haverá mais tais disputas a resolver. O pecado terá sido eliminado. Portanto, não haverá necessidade de esses homens julgarem alguém. Não haverá nada para eles julgarem na eternidade.

Assim, a promessa dos doze apóstolos julgando as doze tribos de Israel deve ser algo que acontece durante um reinado milenar terrestre. Não pode ser no julgamento final ou na “eternidade”.

Quem será que os “doze” julgarão? Eles julgarão homens e mulheres judeus, ainda em corpos físicos, vivendo suas vidas naturais nesta terra. Estes serão aqueles que sobreviverão às perseguições do anticristo e aos juízos de Deus durante o que muitos erroneamente chamam de “tribulação” (a melhor tradução da palavra grega aqui seria “perseguição” e não “tribulação”) e os descendentes dessas pessoas.

REINAR COM ELE NA TERRA

Não apenas os doze apóstolos estarão atuando como juízes na terra durante o verdadeiro milênio, mas os fiéis crentes também ocuparão tais posições em todo o mundo.

No livro de Apocalipse 20:4-6 lemos: “Então vi tronos e aos que se assentavam neles foi dado a recompensa de julgar. E vi as almas daqueles que foram decapitados pelo testemunho de Jesus, pela própria Palavra de Deus, e todo aquele que não adorou a besta ou sua imagem e que não recebeu a impressão de seu caráter na testa ou em sua mão. E eles viveram e reinaram com o Ungido por mil anos” (NTVP).

Apocalipse 5:9,10 diz: “E eles cantaram uma nova canção dizendo: ‘Você é digno de tomar o pergaminho e quebrar seus selos, pois você foi morto e assim comprou para Deus com seu sangue, homens de todas as tribos, línguas, povos e nações e os fez serem reis e sacerdotes para nosso Deus. E eles reinarão na terra’” (NTVP). Por favor, note onde isso acontece. Não é no céu.

Este julgar é uma das promessas de Jesus aos servos que são fiéis e usam sabiamente os dons que Ele lhes dá. Ele diz em Lucas 19:16-19: “E o primeiro veio perante ele, dizendo: ‘Senhor, as suas peças de dinheiro renderam mais dez.’ E ele disse-lhe: ‘Muito bem, excelente servo. Já que você foi considerado fiel no pouco, terá autoridade sobre dez cidades.’ Então veio o segundo dizendo: ‘Senhor, o seu dinheiro ren- deu mais cinco moedas.’ E disse-lhe também: ‘Você terá autoridade sobre cinco cidades’” (NTVP).

Isso não pode ser algo que acontecerá na “eternidade” ou “no céu”. Por que não? Porque na igreja, no reino espiritual de Deus, Jesus proíbe os crentes de exercer autoridade uns sobre os outros (Lc 22:26). Portanto, isso não pode ser crentes reinando sobre os convertidos. Além disso, não haverá incrédulos “no céu” sobre quais alguém pode reinar.

Não apenas isso, por que alguém “no céu” precisaria que alguém tivesse autoridade ou reinasse sobre eles? Tal governança só é necessária onde há pecado ou onde há problemas a serem resolvidos. Certamente isso não pode ser o caso nos novos céus e na nova terra. Não poderia haver pecado lá.

Portanto, a única conclusão lógica a que se pode chegar é que esse reinado dos crentes sobre partes da terra ou tribos de Israel no caso dos doze apóstolos deve ser nesta terra presente durante o reino milenar.

Além disso, não podemos acreditar que Jesus estava apenas inventando um exemplo teórico quando contou esta parábola e que a ideia de servos reinando sobre cidades era apenas imaginária. Se adotarmos essa maneira de interpretar as Escrituras, quase nada na Bíblia pode ser interpretado de forma literal.

Final do Capítulo 2

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