A Grain of Wheat Ministries

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DEIXE O MEU POVO IR!

CAP 6 – DEIXA MEU POVO IR!

Depois de ler os capítulos anteriores deste livro, algumas pessoas
podem imaginar que estou advogando a ausência de toda e qualquer
autoridade institucional no meio do povo de Deus. Elas podem pensar
que estou induzindo à cessação total de submissão à autoridade
posicional e ao domínio humano na igreja. Podem ter tido a idéia de que
estou sugerindo o final completo da submissão dos crentes a qualquer
pastor, bispo, supervisor ou Papa, simplesmente porque eles têm algum
título ou alguma posição religiosa. Se você está pensando assim, então
você compreendeu claramente a mensagem. Isto é absolutamente
correto. Estou ensinando aqui a completa liberdade para os filhos de
Deus.
Mas alguns, sem dúvida, irão dizer: “Isto não resultará num caos?”
“Os crentes não irão começar a fazer qualquer coisa que antes se
agradavam em fazer?” “Sem líderes especialmente treinados em
seminários, etc., tal liberdade não iria produzir toda espécie de heresias,
seitas, pecados e um grande número de coisas más?” “Sem liderança
oficial, a igreja não seria posta de lado?”
Há muitas coisas que precisam ser ditas com relação a estas
questões. Há preocupações válidas. Entretanto, freqüentemente é muito
difícil mudar conceitos humanos. Muitos têm em suas mentes a idéia fixa
de como deve funcionar a igreja e isto não pode mudar de um dia para o
outro. Portanto, nossa discussão levará um tempo. Tentaremos verificar
as muitas faces destas questões, uma por vez. Pode ser que o sua
preocupação particular não seja mencionado imediatamente. Mas, por
favor, seja paciente enquanto examinamos juntos todas estas coisas.
Uma coisa precisa ser admitida por qualquer pessoa honesta que
olhe para a situação da igreja como um todo, no mundo atual. Não é
saudável. Não está bem. O pecado está brotando excessivamente dentro
dela. Por exemplo, nos Estados Unidos, a imoralidade sexual – adultério
e fornicação – é tão comum dentro da igreja evangélica quanto fora dela.
Os índices de divórcio hoje são maiores dentro da igreja do que fora
dela. Muitos membros da igreja estão secretamente fazendo abortos. A
cada dia esta sendo expostos novos pecados escondidos. Novas
divisões aparecem constantemente. Heresias recentes e sectarismo
aumentam com freqüência cada vez maior.
Há muitos membros da igreja cujas vidas são uma confusão.
Muitos deles têm estado assim durante anos e parece que nunca irão
mudar. Parece não existir ou ser muito pequena a transformação de
vidas. Grande número de freqüentadores de igrejas é de rebeldes,
egoístas, não amorosos e profanos. Muitos são desonestos, não
confiáveis, rompedores de alianças (pessoas fazendo divórcio),
fofoqueiros, caluniadores, críticos, e desobedientes. Infelizmente, em
muitos grupos de igrejas, estes formam a maioria e não a minoria. Alguma
coisa está seriamente errada!
Certamente há alguns focos de luz. Nem tudo está perdido. Nem
tudo são trevas. Há alguns que são genuinamente convertidos. É
possível encontrar aqueles que estão verdadeiramente procurando o
Senhor. Certamente, em termos numéricos, a igreja está crescendo
rapidamente. Eu não quero ser excessivamente crítico, mas
simplesmente, total e completamente honesto sobre a verdadeira situação
entre o povo de Deus nos dias de hoje.
Enquanto estamos sendo completamente honestos, há alguns
fatos bem nítidos que precisamos admitir. Os muitos problemas que
vemos, incluindo o pecado, a divisão e a heresia, não foram
interrompidos ou curados pelas nossas organizações religiosas. Nossa
confiança em líderes bem treinados não preveniu estas coisas. Nossa
dependência dos homens não solucionou os problemas. Por exemplo,
quantos líderes de seitas religiosas, começaram como líderes em uma ou
outra igreja ou mesmo formaram no seminário? Quantos deles estão
hoje ensinando falsas doutrinas ou mesmo heresias?
O nosso governo oficial da igreja não tem cessado de espalhar o
erro, a tendência para o pecado ou o problema das divisões dentro da
igreja. Com toda a conversa e o ensino hodierno de se submeter a um
ou outro líder, a situação geral está se tornando pior. Em resumo, a
liderança humana, a autoridade posicional e o controle organizacional,
claramente não consiguiram mudar as tendências pecaminosas do
coração humano. Isto é algo que precisamos ser bastante honestos para
admitir.
Como homens naturais, temos a tendência a olhar para
instituições como a polícia, o sistema judiciário, o governo, etc., como
aqueles que devem subjugar as más tendências da humanidade.
Achamos que as escolas devem educar e compartilhar valores com as
nossas crianças. Talvez imaginemos que este mesmo tipo de estrutura
institucional irá nos ajudar em nossos trabalhos para Deus. Talvez
esperemos que semelhantes tipos de organizações possam ajudar
também a controlar as inclinações dos crentes para o pecado.
Entretanto, mesmo no mundo, estas coisas nada fazem para
transformar os corações dos homens. Por exemplo, pode ser que a
ameaça da prisão possa subjugar a carne, mas nada faz para
verdadeiramente alterá-la. Do mesmo modo, a autoridade posicional
dentro da igreja nada faz para transformar a alma do homem. Pode servir
para subjugar as tendências más de alguns, mas nunca pode se
aproximar o objetivo de Deus, que é a completa transformção da alma.
Talvez então, tenha chegado o tempo de olhar em outra direção.
Possivelmente é agora o tempo de parar nossa dependência de líderes
humanos e instituições e buscar algo mais. Se formos honestos para
admitir que o que está sendo feito não está funcionando, então devemos
procurar uma outra resposta.
Portanto, pode ter chegado a hora de começar a confiar em
Jesus. Talvez seja o tempo de nos voltarmos par o nosso Salvador
ressuscitado como a ÚNICA autoridade. É possível que Ele possa dirigir
bem as coisas. De algum modo, Ele pode ser capaz de tratar com o
pecado, as divisões e os erros que estão pipocando ao nosso redor.
Verdadeiramente, precisamos de uma outra Cabeça. Precisamos
desesperadamente de uma outra autoridade em nossa experiência como
igreja. Precisamos ter Alguém poderoso o bastante para transformar o
coração humano. É apenas pela verdadeira submissão a Ele que iremos
encontrar a solução para os muitos problemas da igreja atual.
Nós, a igreja, tentamos o caminho de autoridade humana por
quase dois mil anos. Não funcionou. Agora é a hora de tentar à maneira
de Deus. Vamos, portanto, derrubar todos os ídolos. Vamos eliminar do
nosso meio todas as práticas que impeçam, limitem ou interfiram com a
autoridade da verdadeira Cabeça. Precisamos abandonar totalmente
nossa dependência do homem e voltar nossos corações para o Senhor.
Toda e qualquer coisa que O substitua na vida de cada crente,
precisa ser posta de lado. Como precisamos de um grande
arrependimento! Como o povo de Deus necessita render seus corações
diante Dele e clamar por Sua liderança e autoridade em seu meio!
Nossas vidas individuais necessitam desesperadamente se submeter à
Sua soberania e as nossas reuniões nas igrejas estão clamando pela
Sua direção!

RESTAURANDO A VERDADEIRA CABEÇA

Esta é a grande necessidade de hoje. Precisamos restaurar a
Cabeça para a Sua posição de direito entre nós. Precisamos entronizar
Jesus como Senhor em Sua igreja. Ele é a cura para as nossas doenças.
Ele é a resposta para cada problema na igreja. Sua liderança e Sua
autoridade irão resolver todas as questões de pecado, heresia e divisão.
Precisamos Dele e somente Dele. Nenhum programa novo de encontros
nos lares ou discipulado irá fazer o trabalho. Retornar ao Judaísmo ou
“aprender a se submeter à autoridade” não irão resolver as
necessidades. Nem grandes manifestações de dons ou milagres podem
efetuar a mudança que é necessária.
O que estou advogando aqui é, na verdade, algo muito radical. O
que necessitamos é um novo tipo de reforma ou mesmo revolução
dentro da igreja. Martinho Lutero foi considerado um radical em seus dias.
Na verdade, ele e various outrous homens trilhou um longo caminho
para ajudar a igreja a escapar da escravidão do catolicismo.
Mas eles não foram suficientemente longe. Mais mudança é
necessária. Precisamos retomar onde eles pararam e continuar esta
reforma até que nada que seja humano e terreno seja deixado.
Precisamos desesperadamente avançar com a limpeza do Templo de
Deus até que não restem mais altares substitutos e objetos de louvor.
Movendo-se no temor do Senhor, necessitamos voltar a Ele de todo o
nosso coração. Se deixarmos qualquer “costume de Canaã” na terra,
eventualmente sua influência irá trabalhar para nos trazer de volta à
idolatria e à escravidão.
Moisés gritou ao faraó em nome do Senhor, dizendo: “Deixa meu
povo ir, para que possa me servir” (Ex 7:16). Muitos filhos de Deus estão
hoje em escravidão a vários capatazes. Eles são oprimidos por seguir as
ordens da liderança humana. Eles estão subjugados por um sistema
organizado de prática religiosa. Muitos e variados líderes estão reinando
sobre elas usando seus esforços para edificar suas próprias “grandes
obras” para Deus.
Tais membros submissos são freqüentemente usados na
construção de monumentos terrenos que declaram o sucesso e o
orgulho de seus líderes. Quase invariavelmente, quanto mais bem
sucedida se torna uma “igreja” ou “um ministério”, mais abundante e
grandioso seu edifício parece ser. Isto requer o trabalho e o dinheiro do
povo de Deus. Eu creio que nestes últimos dias Jesus está desejando
libertar Seu Povo de tal escravidão.
Honestamente, não temos nada a perder indo por este novo
caminho. É dolorosamente óbvio que a igreja de nossos dias não é “sem
máculas ou rugas ou qualquer outra coisa” (Ef 5:27). Ela está muito longe
do que necessita ser para estar pronta para encontrar seu Rei. Se
tivermos medo de “arriscar” confiando plenamente em Deus, então
seremos deixados somente com aquilo que já temos. Isto, queridos
irmãos, não funcionou antes e nem nunca funcionará.
O que necessitamos aqui para prosseguir é uma grande dose de
fé. Precisamos acreditar que, se pararmos com nossas ações, direções e
organizações na casa de Deus, Ele será capaz de fazê-lo. Precisamos
crer que Jesus é capaz de ser nossa Cabeça. Precisamos confiar num
Senhor invisível. Temos que ter fé que, já que Ele está sustentando o
Universo inteiro com cada átomo que ele contém, poderá liderar cada
membro do Seu Corpo. Se não acreditarmos em Sua capacidade para
fazer isto, então não iremos a lugar algum.
(versículo sobre gafanhotos aqui)
“Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6). É imperativo que
o Corpo de Cristo retorne a uma caminhada de fé com o Jesus
ressuscitado. Por fé, podemos sentir Sua liderança e segui-lo. Nenhum
substituto humano, visível e tangível, poderá nos ajudar a chegar onde
precisamos estar.

NÃO EXISTE REI EM ISRAEL?

Alguns podem tentar desaprovar esta nova caminhada seguindo
um líder invisível, citando o versículo 25 de Juízes 21, que diz: “Naqueles
dias não havia rei em Israel e cada homem fazia o que era justo aos seus
próprios olhos”. Usando os exemplos que encontramos no livro de
Juízes, de quão longe o povo pode chegar sem liderança, eles insistirão
em que a idéia de andar sem liderança humana não pode funcionar e
somente irá provocar confusão. Vamos tomar algum tempo aqui para
examinar esta idéia.
É verdade que, quando não havia rei em Israel, cada um fazia o
que era reto aos seus próprios olhos. A situação naqueles tempos era
uma verdadeira confusão. Aconteciam muitas coisas bárbaras e
estranhas. O povo estava completamente sem governo ou controle.
Mas hoje nossa situação é completamente diferente. Hoje, existe
um Rei em Israel. Nós temos um líder. Supostamente estamos em
contacto com Ele e nos submetemos a este Rei. Nós temos um Mestre,
um Guia, um Senhor, um Pastor, e o que mais for necessário, muito real,
vivo e presente. Não deveria haver falta de autoridade e liderança para
nenhum crente. O governo de Deus, ou o Reino de Deus, está à mão.
Isto significa que Ele está presente e disponível aqui e agora. A única
questão é até que ponto nós estamos desejando nos submeter a Ele.
Se formos genuinamente submissos e nos submetermos a Jesus,
Ele nos guiará em cada aspecto de nossa vida. Ele nos dirigirá em
nossos relacionamentos com os outros. Ele irá até mesmo nos dirigir
quando estivermos reunidos em Seu Nome. Jesus deseja fazer tudo isto
e mais e Ele é capaz disso. Simplesmente nos submetendo a Ele,
encontraremos novas perspectivas de Sua Verdade e Sua glória se
abrindo em nossas vidas a cada dia.
Mas, se não estivermos desejando nos submeter ao Seu controle,
se tivermos alguma resistência ao Seu governo, se formos rebeldes em
nossos corações, então este governo invisível não funcionará. Nós não
iremos ouvi-Lo, procurar por Ele e nem Lhe obedecer. Ele não será
realmente o Senhor de nossas vidas.
Entretanto, se este for o caso, então substituir a liderança de Jesus
por uma outra variedade humana, também não funcionará. Se os crentes
estão se recusando a se submeter a Deus, então eles não são ajudados
a se submeter aos homens. A solução para os crentes rebeldes é
aprender a se arrepender e a verdadeiramente obedecer a Jesus. Se
não desejarem fazer isto, não existe nada que os outros crentes possam
fazer para ajudá-los.

O EXEMPLO DA ETIÓPIA

Talvez muitos imaginem que, se o peso da autoridade humana
fosse subitamente retirado da igreja, seria o caos. Outros podem pensar
que a maioria dos crentes, sem o suporte das instituições cristãs, iria
simplesmente apostatar. Talvez os encontros cessassem, o evangelismo
iria se reduzir pela metade e o ministério iria desaparecer. Todavia, nós
temos várious exemplos na história recente que parecem falar algo mais.
Permitam-me repetir aqui uma história que eu ouvi.
Alguns anos atrás, num país chamado Etiópia, os comunistas
tomaram o poder. Como parte de sua estratégia de criar um estado ateu,
eles fecharam todas as igrejas e aprisionaram todos os pastores.
Pensaram que poderiam acabar com todo este despropósito religioso.
Então, o que aconteceu? Qual foi o resultado desta completa
remoção de toda autoridade posicional e adereços religiosos? A Igreja
foi posta de lado e se desintegrou? O resultado foi desordem e
confusão? Não! Pelo contrário, aconteceu o oposto disso. O
reavivamento irrompeu. Sem instituições humanas e autoridades terrenas,
cada pessoa teve que procurar o Senhor por Si mesma. Eles tinham que
orar. Necessitavam procurar comunhão uns com os outros. Tinham que
aprender a tocar em Deus por si mesmos, a ouvi-lo e a Lhe obedecer.
Sem ninguém mais para carregá-los, sem instituições religiosas para
supri-los com programas, atividades e entretenimentos, eles foram
deixados apenas com Deus, o único de quem podiam depender.
Segundo o relato que ouvi, quando os comunistas tomaram
posse, havia cerca de 5 mil crentes no país. Em um curto período de
tempo, talvez alguns anos, este número explodiu para 50 mil. A remoção
dos aparatos religiosos, a ausência de todos os adereços da liderança e
da autoridade humanas, tornou-se uma grande bênção. Deus foi
realmente capaz de liderar Seu povo! Surpreendentemente, Ele foi
realmente capaz de ser para eles a Cabeça sobre todas as coisas. E a
Sua autoridade mostrou-se muito mais poderosa e eficaz que o tipo
humano.
Estas pessoas não podiam planejar reuniões. Se o fizessem,
havia uma grande possibilidade que as autoridades descobrissem e
prendessem a todos. Então eles tinham que seguir o Espírito Santo.
Tinham que sentir quando e onde deveriam ir para se encontrarem com
outros crentes. Surpreendentemente, quando chegavam à casa de algum
irmão, muitos outros irmãos já estavam lá reunidos.
Em vez de depender de um homem para organizar e dirigir a sua
igreja, eles tinham que procurar a Deus. A cada dia, tinham que ouvir Dele
para onde ir, para quem ministrar, com quem orar, com quem
compartilhar o Evangelho. A vida deles era de total dependência de
Jesus. E funcionava! Não havia confusão ali. Não havia caos. Em vez
disso, todos os membros do corpo trabalhavam juntos em harmonia,
simplesmente seguindo a direção da única Cabeça.
Era exatamente deste jeito que a igreja funcionava no livro de
Atos. Sabemos que os crentes se reuniam diariamente de casa em casa
(At 2:46). Os apóstolos estavam diariamente ensinando no Templo e
também nas casas. Sem dúvida, muitos irmãos cheios de dons circulavam
entre os outros ensinando, encorajando-os, orando, curando,
profetizando, operando milagres, etc.
Mas, quem organizava tudo isto? Era Pedro quem fazia o
esquema de visitas dos pastores a várias casas? Era Tiago ou João
quem planejava os diferentes encontros nos lares ou preparava um
pequeno texto para ser ensinado por algum dos líderes de grupos nos
lares? Quem estava no controle? Quem estava dirigindo a igreja? Era
Jesus. Era o Espírito Santo quem estava dirigindo e orquestrando todas
as atividades da igreja.
Eles não precisaram que seres humanos fizessem isso. Não
precisaram depender de homens. Não havia confusão. Não era uma
grande desordem. Ninguém precisava manobrar todas as coisas nem
dizer a todos o que fazer. Não havia necessidade de uma grande
organização e de muito planejamento. E ainda assim, tudo funcionava
bem. O evangelismo acontecia. As necessidades eram supridas. Os
crentes eram edificados e fortalecidos na fé.
Os muitos ministérios e encontros pareciam acontecer em algum
tipo de moda coordenada. Isto acontecia porque todos estavam sendo
dirigidos pela mesma Pessoa. O próprio Senhor ressuscitado estava
entre eles dirigindo cada aspecto da igreja. Ele, a Cabeça, estava
controlando cada movimento de Seu próprio Corpo.
Como precisamos de uma dose deste tipo de cristianismo, hoje!
Como nós, povo de Deus, precisamos retornar a Ele como nosso líder,
mestre e guia. Se nós pudéssemos, por fé, olhar para Ele para que dirija
nossas vidas diárias e nossa experiência de corporação, não há limite
para o que Ele poderia fazer em nosso meio. A verdade é que, em vez
de ajudar a Deus com todas as nossas figuras e estruturas de autoridade,
nós estamos realmente impedindo a Sua obra entre nós.

RESTAURANDO A AUTORIDADE DE CRISTO

Nós, povo de Deus, precisamos retornar a uma caminhada de fé.
Precisamos nos arrepender de tudo o que temos feito para substituir Seu
governo e restaurá-lo ao Seu legítimo lugar entre nós. Já é tempo, não,
já passou o tempo de colocarmos de lado todos os substitutos, tudo o
que ocupe o Seu lugar no meio de Seu povo. Somente deste modo
começaremos a experimentar o Cristianismo do Novo Testamento.
Somente retornando a Ele como nossa Cabeça e nosso líder,
iremos ver Seu poder e Sua glória no meio de nós. Somente se
restaurarmos todo poder e autoridade da igreja para Jesus Cristo é que
poderemos ver um verdadeiro reavivamento como resultado. Ele é capaz
e está pronto para liderar Seu Povo.
Você vê, quando tentamos estabelecer figuras de autoridade,
criamos um tipo de gargalo na igreja. Isto é o que chamo de “problema
de funil” Os homens são finitos. Seu tempo, atenção e energia são
limitados. Sua capacidade, imaginação e mesmo revelação sobre a obra
de Deus é restrita. Então, quando os elevamos como nossas cabeças, as
atividades do Corpo de Cristo se tornam truncadas. Com o homem na
direção, os membros não são livres para seguir Jesus. Tudo precisa ser
checado “através do funil”da liderança.
Suponha, por exemplo, que a irmã Ruth sinta que o Senhor
deseja que ela comece um estudo bíblico para mulheres em sua casa.
Antes de fazer isto, ela precisa pedir a autorização do pastor. Ela não
quer ser vista como rebelde. Não quer que os outros pensem que ela
está desafiando a autoridade dos líderes, então ela precisa pedir
autorização antes. Mas, o pastor está ocupado. Talvez tenha acabado de
brigar com sua mulher ou esteja em uma crise familiar. Ele reluta em que
Ruth comece um estudo bíblico sem sua supervisão. O que ela poderia
ensinar? O que poderia acontecer? Se qualquer coisa der errado, ele
será responsabilizado e terá que extinguir o fogo. Então, ele diz: “Olhe,
eu não tenho tempo para lidar com isto agora. Talvez uma outra hora.
Vamos pensar nisto” ou qualquer outra resposta semelhante. Assim, Ruth
não é realmente livre para seguir ao Senhor. A liderança humana se
torna um gargalo para o fluir das direções de Deus.
Este é apenas um entre os milhares de exemplos. Este tipo de
problema é endêmico com qualquer tipo de autoridade humana. Todos
os membros do Corpo de Cristo têm dons. Portanto, todos se tornam
ministros, exercendo seus dons em benefício dos outros. Mas, nenhum
homem ou mesmo nenhum grupo de homens é capaz de supervisionar
tudo isto. Somente alguém infinito poderia coordenar e direcionar isto.
Então, quando o homem está encarregado, uma imensa parte deste
ministério desaparece. O funil no topo da pirâmide da autoridade o
restringe. Ninguém é simplesmente livre para seguir o Senhor e fazer o
que Ele diz. Deste modo, a autoridade humana, em vez de ajudar o
trabalho de Deus, grandemente o impede.
Quantos homens e mulheres de Deus estão apostatando e
perseguindo as coisas do mundo porque não havia lugar para seus
dons e ministérios na igreja? Eles não se adequaram ao programa. As
atividades do grupo simplesmente não deram tempo ou espaço para
elas. Seus dons e seus chamados não foram reconhecidos. Talvez a
estrutura organizacional só tenha deixado lugar para uns poucos
membros cheios de dons, enquanto o resto só podia se sentar
passivamente nos bancos e ouvir. Talvez o líder se sentisse ameaçado
por sua unção ou seus dons, então ele os lançou fora. Este e muitos
outros males são o resultado da autoridade humana e da estrutura
terrena na igreja.
Mas, que diferença quando Jesus está na liderança! Então todos
os membros são livres para funcionar, enquanto Ele os dirige. Seus dons
e talentos são necessários. É precisamente “o auxílio de todas as juntas”
(Ef 4:16) que algum outro membro está precisando para derrotar seu
pecado, ser curado de alguma doença ou liberado de alguma força
dominadora.
Com Jesus dirigindo todos os movimentos de Seu Corpo, cada
necessidade é suprida. O poder do Espírito Santo está mais em
evidência já que cada um está respondendo a Ele e obedecendo a Ele.
O Corpo é edificado muito mais rápida e eficientemente, porque cada um
está fazendo o seu trabalho sem restrições. Tudo é bem coordenado,
porque uma Cabeça está no comando.
Talvez o irmão Felipe, o evangelista, pudesse ser um bom
exemplo aqui. Ele sentiu que o Espírito Santo estava lhe dizendo para ir
até o meio do deserto e permanecer lá (At 8:26). Isto parece ser um
estranho tipo de liderança. Então, o que fez ele? Foi pedir permissão a
Pedro? Foi pedir conselho a João? Tiago o aconselhou algo assim:
“Olhe, irmão, isto parece estranho. Porque Deus iria querer você no meio
do deserto? Provavelmente foi apenas imaginação sua ou um espírito
mau. Precisamos dos seus dons aqui, onde estão os crentes e não
nomeio do deserto. Não, acho que você não deve ir.”? Em vez disso,
Felipe obedeceu a Deus. Consequentemente, ele levou um servo da
rainha da Etiópia a Cristo e, muito provavelmente, esta nação inteira foi
impactada com o evangelho naquele tempo. O resultado de sua
obediência foi fruto espiritual. É precisamente assim que deveria ser hoje,
se nós déssemos a Deus a chance de nos liderar.

O QUÊ? TORNAR TODO MUNDO LIVRE?

Então, se simplesmente deixarmos todos crentes seguirem a
Jesus, o que acontecerá? Pelo lado positivo, eu creio que um
reavivamento irá irromper. Muitos dons e ministérios serão liberados.
Muitos crentes serão desafiados, quer eles tenham ou não tido um
compromisso com o Senhor. O Corpo de Cristo seria edificado muito
mais rápida e eficientemente. O poder de Deus seria visto em Sua igreja.
Até mais do que isto, Ele viria e faria morada entre nós.
Pelo lado negativo, haveria erros cometidos. Alguns iriam pecar.
Outros iriam se desviar. Outros ainda iriam apostatar. Sem dúvida,
haveria algum erro e/ou heresia. Certamente, nos tempos do Novo
Testamento, tais coisas também ocorriam. Mas, tais pecados e erros não
eram diferentes dos que temos hoje. As coisas negativas que poderiam
acontecer já estão acontecendo em grande abundância na igreja de
nossos tempos. Então, não há realmente riscos. O único risco é não
fazer o que Deus está nos dirigindo a fazer. O único perigo está na
desobediência. Dois mil anos de controle humano na igreja não nos
levaram à meta. Então, vamos tirar nossas mãos do controle e deixar
Jesus Cristo reinar supremo sobre nós.
Se, subitamente, todos os crentes fossem libertos da autoridade
humana, então eles teriam que afundar ou nadar. Seriam confrontados
com a necessidade de procurar a Deus por si mesmos. Teriam que
aprender como ouvi-Lo e como segui-Lo. Seriam pressionados a
conhecer Sua palavra e a ser capazes de sentir Sua presença.
Muitos devem supor que a maioria iria afundar. Eu acredito que
nos surpreenderíamos com tantas pessoas que conseguiriam nadar. Não
é como se não houvesse ajuda para os fracos. Deus nunca deixaria
perecer alguém cujo coração estivesse aberto para Ele. Além disso, no
Corpo de Cristo existem muitos membros cheios de dons que
ministrariam àqueles que estivessem em dificuldades. Entretanto, esta
ministração não deve ser para trazer de volta à escravidão da liderança
humana, mas uma ajuda aos fracos para que conheçam Jesus por si
mesmos. Através do poder do Espírito Santo e de Seu ministério, eu
acredito que cada um que realmente tenha um coração puro para seguir
Jesus, iria certamente aprender a nadar.

O PERIGO DA ORGANIZAÇÃO

No Novo Testamento, quase nada era organizado. Lá nós temos
pouquíssimos exemplos de “planejamento”. De fato, é impressionante
como eles tinham pouca organização. Todavia, este autor não está
insistindo que é antibíblico organizar alguma coisa. Verdadeiramente, é
impossível viver sem qualquer forma de pré-planejamento. Por exemplo,
se telefono para um amigo e o convido para jantar, eu organizei algo
antes. Se concordo em me encontrar com alguém em um tempo e um
lugar determinado, nosso encontro foi organizado anteriormente, de
alguma forma. Conforme vivemos, sempre necessitaremos ter alguma
forma de organização.
O perigo da organização é este: uma vez que é colocada em
movimento, pode facilmente permanecer em movimento. Pode adquirir
uma vida própria. Uma vez que os elementos essenciais de qualquer
obra ou esforço são estabelecidos, torna-se fácil as coisas seguirem em
frente. A Companhia FORD é um bom exemplo disto. Henry Ford está
morto. Ele morreu há bastante tempo. Entretanto, a Cia. que ele
organizou, continua existindo até hoje.
Muitas obras para o Senhor também estão nesta categoria.
Podemos admitir, como argumento, que uma ou outra obra foi iniciada
por Jesus. Talvez Ele tenha levado algum filho Seu a trabalhar para Ele,
de algum modo específico. Mas, e hoje? Esta ainda é a Sua vontade? Ele
ainda está no comando de tudo? Ou será que o Espírito Santo se mudou
e alguém ainda está tentando fazer funcionar o que agora é realmente
uma forma vazia?
Parte do perigo é que as pessoas tendem a gostar de coisas bem
organizadas. Querem coisas previsíveis. Sentem-se confortáveis com
algo bem estruturado e bem dirigido. Eles têm pouca necessidade de
buscar sozinhos o Senhor. Sua carne pode relaxar e acreditar que tudo
estará sendo cuidado. A intimidade se sente salva e segura e muitas
pessoas realmente gostam deste sentimento.
Quando as coisas são organizadas, os crentes não têm que estar
em um constante e vivo contacto com Jesus. Não precisam se exercitar
para procurá-Lo a cada momento. Não precisam estar prontos para
obedecer. Não precisam desejar dizer ou fazer algo para Ele. Com uma
organização, eles não precisavam estar preparados para mudar suas
atividades, seus empregos ou mesmo o lugar onde elas vivem. Eles
podem simplesmente se sentar e deixar a organização dirigir seus
encontros e suas vidas.
Mas, Nosso Senhor é “novo a cada manhã” (Lm 3:23). Enquanto
Ele estava na Terra, estava constantemente fazendo algo diferente. Sua
vida estava bem distante da rotina. A cada dia, os discípulos eram
surpreendidos pelo que Ele fazia, pelos lugares onde Ele ia, e pelas
coisa que Ele dizia. Portanto, podemos estar certos que a sua liderança
na igreja e em nossas vidas individuais será deste jeito também.
Precisamos ter a flexibilidade para nos mover e nos transformar com Ele
a qualquer momento.
A experiência dos filhos de Israel no deserto é um excelente
exemplo disso. Eles seguiam o Deus vivo que se manifestava na coluna
de fogo e na nuvem. Quando Ele se movia, eles tinham que estar prontos
para se moverem também. A nuvem ou a coluna de fogo podia se mover
a qualquer momento do dia ou da noite. Eles tinham que estar sempre
prontos (Ex 13:21,22 e Ex 40:36,37).
Talvez eles ficassem num lugar por uma hora, uma semana, meses
ou mesmo um ano. Mas, a qualquer momento, Deus podia se mover e
eles tinham que estar prontos para embrulhar tudo em um instante e
partir. Até mesmo o Tabernáculo que Deus instruiu Moisés a construir, foi
feito com esta intenção. Ele era portátil. Era facilmente desmontável e
pronto para se mover. Esta prontidão para abandonar nossas práticas e
comportamentos estabelecidos, horários e lugares de encontros, todos
os hábitos religiosos arraigados devem também ser a nossa atitude.
Desta forma, a chave para qualquer organização de qualquer
encontro, ministério ou obra para Deus, é que precisamos ser
conduzidos pelo Espírito Santo. É a Sua direção que precisa iniciar
qualquer coisa. É Ele quem precisa estar nos liderando em tudo o que é
feito. Além disso, precisamos ser intensamente sensíveis a Ele para
desmantelar qualquer coisa que tenhamos organizado previamente.
Precisamos estar constantemente sintonizados com Ele para qualquer
coisa que tenha sido colocada em movimento.
É essencial que preservemos Sua soberania sobre todas as
coisas, especialmente sobre qualquer coisa que tenha a tendência a se
tornar organizada e, portanto, rotineira e previsível. De outro modo, logo
seremos deixados com uma concha vazia. Teremos apenas algo que
Deus usou e abençoou em algum momento no passado, mas hoje é um
simples modelo ou fórmula.
Um dos poucos exemplos de algo sendo organizado que
encontramos no Novo Testamento foi a escolha dos diáconos em
Jerusalém (At 6:1-7). Lá surgiu um problema. Algumas viúvas estavam
sendo negligenciadas quando a comida era distribuída. Evidentemente,
isto era feito de uma maneira esporádica e acidental e alguns membros
não judeus estavam sendo negligenciados. Então, elegeu-se alguns
homens para tomar conta deste trabalho.
Mas, por favor, preste atenção ao tipo de homens que eles
escolheram. Qualquer um pode distribuir comida. Até mesmo um ímpio
poderia tomar conta de um trabalho assim e tudo correr muito bem.
Entretanto, eles foram cuidadosos em selecionar homens com uma certa
virtude. Eles eram especialmente “cheios do Espírito Santo” (vs 3). Os
apóstolos e os outros estavam preocupados que este trabalho fosse
algo dirigido por Deus. Não era suficiente simplesmente suprir as
necessidades. Eles queriam estar certos que o que estava sendo feito
fora iniciado, conduzido e, se necessário, terminado pelo Senhor. Então,
selecionaram homens que sabiam como segui-Lo.

LIBERDADE GLORIOSA PARA OS FILHOS DE DEUS

Somos chamados para “a gloriosa liberdade dos filhos de Deus”
(Rm 8:21). Fomos libertos do pecado. Fomos libertos da lei.
Conforme entendemos mais perfeitamente os caminhos de Deus,
estaremos libertos da escravidão de estar “debaixo” de autoridades
religiosas também. Os filhos de Deus não devem estar sujeitos a qualquer
variedade de servidão terrena. Paulo vai mais longe e diz que, devido a
esta tremenda liberdade, “todas as coisas são lícitas” (1 Co 6:12, 10:23)
para o crente. Um cristão é livre para fazer tudo aquilo que ele escolher.
No princípio, Deus deu a Adão e a Eva, o livre arbítrio. Eles
podiam fazer tudo aquilo que quisessem. Somente uma coisa era
proibida. Mas, mesmo isso estava disponível para eles. A árvore do
conhecimento do bem e do mal estava bem diante dos olhos deles. Seu
Senhor lhes dera até mesmo o direito de fazer a escolha errada. Ele
nunca interferiu, mas deixou-os tomar sua própria decisão.
Do mesmo modo, hoje qualquer cristão tem total liberdade de
escolher o seu próprio caminho sem ser impedido por qualquer
autoridade religiosa. Será que devemos dar uns aos outros menos
liberdade do que Deus nos dá? Será que estamos em uma posição
capaz de restringir a completa liberdade dos outros, de um modo que
nem o Senhor o faz? A resposta é clara: não! Assim como nossos
ancestrais no jardim tiveram liberdade para escolher, assim também hoje
cada crente deve ter completa liberdade de escolha.
Todavia, esta grande liberdade se torna um teste para nós. Nossas
escolhas irão nos expor. O que exatamente está em nossos corações?
Estamos realmente procurando por Jesus e por Seu Reino de todo o
nosso coração ou há outras coisas emboscadas em nossas almas? Nós
desejamos verdadeiramente agradá-Lo em todas as coisas ou estamos
brincando com o Seu perdão e a Sua graça? Como estamos usando
nossa liberdade?
A completa liberdade irá expor onde realmente está o seu
coração no relacionamento com Jesus Cristo. O que você faz, diz ou
pensa quando não há uma autoridade humana observando você, revela
o que realmente existe em seu interior.
Se, quando você considera sua verdadeira posição de liberdade,
você para de orar muito, isto diz algo. Se você não medita mais
diariamente na Palavra de Deus, procurando Sua vontade e revelação,
isto também fala. Se você abandona seu hábito de diariamente procurar
seus irmãos para comunhão e oração, isto também está revelando algo.
Se encontrar outros crentes para louvar o Senhor e compartilhar
não alegra o seu coração, isto expõe onde está realmente o seu
coração. Se andar lado a lado com Jesus e ser “agradáveis em tudo”
(Col 1:10) a Ele em cada aspecto e detalhe de sua vida não é o seu foco
e deleite, então isto certamente fala muito alto. Se existe alguém que não
está realmente comprometido com o Senhor, se por acaso há alguns
cuja participação na comunidade cristã não é baseada em submissão e
amor a Jesus, a verdadeira liberdade irá mostrar o que é realmente isto.
Você vê, estas falhas não podem ser sanadas pela submissão ao
homem. Elas não podem ser consertadas pela insistência na obediência
à autoridade posicional. De fato, é somente quando tal autoridade é
removida que as atitudes reais do coração são expostas. Muitas vezes a
submissão à autoridade humana só serve para encobrir estes e muitos
outros problemas. Facilmente começamos a fazer “serviço de
fiscalização” e nos preocupamos em agradar homens em vez de “fazer a
vontade de Deus de todo o coração” (Ef 6:6).
As metas dos cristãos podem facilmente passar a ser tentar
satisfazer as demandas de nosso líder humano e de algum grupo
religioso em particular, enquanto realmente negligenciam as de nosso
Senhor. Se nossa figura de autoridade fica satisfeita com nossa conduta,
naturalmente achamos que Jesus também ficou. Quando os padrões de
nosso grupo religioso são atingidos, fica fácil supor que estamos bem
com Deus. Desta forma, tal submissão trabalha para esconder o pecado
em vez de expô-lo.
Mas Deus vê as profundezas de nosso coração. Ele sabe o que
está lá, mesmo que esteja escondido. Nenhum conselheiro ou pastor
pode fazer tal coisa. No entanto, “todas as coisas estão descobertas aos
olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4:13). Deus sabe
todas as coisas. Você pode esconder algo dos outros. Você pode até
mesmo tentar esconder de si própria, mas Jesus “sonda as mentes e os
corações” (Ap 2:23).

EXPONDO O PECADO

Uma grande parte da obra de Deus em nossas vidas é expor tal
pecado. Seu propósito é que nos vejamos como realmente somos, nos
arrependamos de todos os nossos pecados e sejamos transformados
pela obra do Espírito Santo. O trabalho do Consolador que Jesus
enviou foi justamente este: convencer o mundo do pecado (Jo 16:8).
Talvez esta seja uma razão pela qual recebemos tão grande liberdade.
Ela expõe justamente quem e o quê nós realmente somos.
O modo como você usa a sua liberdade mostra o que vai em seu
coração. Ele revela se você está realmente bem com Deus e caminhando
em intimidade com Ele. Portanto, liberdade total é uma experiência
absolutamente essencial para cada crente. Se nunca a experimentou,
então deve procurar fazê-lo. Conforme você anda nela, começará a se
enxergar à luz de Deus. Suas escolhas e ações revelarão quem e o quê
você realmente é.
Se o seu coração está realmente procurando pela justiça de Deus
e pelo Seu Reino, isto lhe será mostrado. Se há outras prioridades
dentro de você, isto também será exposto. Foi o Senhor Jesus Cristo
quem deu a você esta liberdade. É vontade Dele que você a experimente.
Somente deste modo você pode se ver à Sua luz e ser transformado
naquilo que Ele é. Sem tal liberdade, a obra de Deus não pode se
completar em sua vida.
Sim, em qualquer lugar em que haja liberdade, existe um perigo. É
o perigo do povo usá-la de maneira errada. A liberdade nos dá a opção
de simplesmente agradar a nós mesmos. Também é possível que um
cristão abuse da bondade de Deus e a use como um meio para
satisfazer a carne e pecar. Paulo nos exorta a sermos cuidadosos e a
não usarmos nossa liberdade para “dar ocasião à carne, para satisfazer
seus desejos pecadores” (Gl 5:13). Ele ensina que, ao contrário,
devemos usar nossa liberdade para nos tornar servos de outros irmãos
e irmãs. Devemos nos entregar por Seu amor a ajudá-los a crescer na
plenitude de Deus. Além disso, ele nos exorta que, por causa de nossa
liberdade, há o perigo de nos tornarmos envolvidos de novo no jugo da
escravidão do pecado ou da lei (Gl 5:1).
A instrução de Paulo é que sejamos libertos da lei “para que
pertencêssemos a outro, àquele que ressuscitou dentre os mortos” (Rm
7:4). Assim, vemos que a meta não é viver sem restrição ou autoridade,
mas a se submeter voluntariamente a Jesus. O objetivo de nossa
liberdade não é nos tornarmos um tipo de “espíritos livres” circulando por
aí a fazer tudo o que nos dá vontade, mas escolher sujeitar nosso corpo,
alma e espírito a Ele.
Dando-nos completa liberdade, Deus está nos testando. Nossa
liberdade total se torna uma espécie de papel de tornassol para ver o
que realmente está em nossos corações. Nesta era da graça, nosso
Senhor não está impondo Sua autoridade a ninguém. Ele nunca
pressiona nosso desejo de submissão. Qualquer pequena resistência de
nossa parte interrompe Sua obra em nossas vidas.
Com a liberdade vem a responsabilidade. Tornamo-nos
responsáveis por nossas escolhas diante de Deus. Quando uma outra
pessoa está dirigindo a nossa vida, é fácil imaginar que ela seja
responsável pelos resultados. Mas, quando temos a liberdade de
escolha, então somos nós que temos que suportar a responsabilidade
das conseqüências. Algum dia, quando Jesus voltar, Ele nos julgará por
aquilo que fizemos com a liberdade que Ele gratuitamente nos deu. Cada
um de nós deveria estar vivendo com este julgamento vindouro em
mente.