A Grain of Wheat Ministries

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 10. VIVENDO EM AMOR


Quando Jesus estava caminhando fisicamente aqui na
Terra, Ele deu a Seus seguidores um novo mandamento. Ele os
instruiu: “...assim como eu vos amei, que também vos ameis uns
aos outros” (Jo 13:34). Já tocamos brevemente nesse tema num
capítulo anterior, mas agora vamos discutir detalhadamente o
que significa essa admoestação. Embora possa parecer um mandamento
direto e razoavelmente simples, na prática é algo que é
impossível de ser feito.
Pode ser fácil amar os que são atraentes, interessantes ou
agradáveis a nós. É possível até que sejamos capazes de amar os
outros até um certo ponto. Mas, amar todos os nossos irmãos e
irmãs em Cristo, tanto quanto Jesus os ama, está longe, muito
longe de nossa capacidade humana.
Parte do problema é que Deus parece acolher a muitos que
não se encaixam bem com a nossa opinião sobre quem é digno
de ser amado. No mínimo, todos aqueles a quem Jesus ama são
pecadores. Além disso, muitos deles têm sérios problemas e
deficiências. Outros possuem personalidades e disposições que
são desagradáveis e/ou ofensivas. Alguns têm áreas em suas
vidas que não foram transformadas e, então, são vulneráveis ao
inimigo da obra de Deus.
Quando desejamos andar em amor, encontramos esses e outros
inúmeros desafios para o cumprimento da simples ordem
de Jesus para nos amarmos uns aos outros. Qualquer um, que
tenha realmente tentado amar os outros, deve ter entrado em
contato com alguns cristãos que parecem impossíveis de amar.
No entanto, existe esperança. Jesus não nos deu apenas um
mandamento. Ele também nos deu um novo tipo de amor. Esta
nova variedade de amor é descrita no Novo Testamento com
uma palavra especial – ágape. Esse amor não é algo que o
homem natural possua. Não é algo que um simples ser humano
possa gerar dentro de si mesmo. É um tipo especial de amor
sobrenatural que apenas Deus possui e que enche o Seu coração.
Na verdade, Ele é tão cheio deste amor ágape, que a Bíblia diz
que “Deus é amor [ágape]” (1 Jo 4:8). Esta palavra expressa Sua
natureza essencial.
Então, quando decidimos obedecer ao mandamento de Jesus
e amar os outros, temos que receber Dele esse tipo de amor.
Nosso amor natural, humano, nunca será capaz de atingir o
objetivo. Somente o amor do próprio Deus pode atingir essa
mais alta e mais nobre exigência.
Para conseguir esse amor sobrenatural, precisamos caminhar
em contínua comunhão com nosso Salvador. Já que Ele é a
fonte desse amor, precisamos estar sempre ligados a Ele para
recebê-lo. Enquanto mantemos com Ele a nossa conexão espiritual,
um suprimento inesgotável de amor está à nossa disposição.
Já que Ele é eterno, fonte inacabável deste amor, temos
acesso à toda porção que desejamos ou necessitamos.
Receber esse amor não é uma coisa que acontece uma vez.
Nem é algo que conseguimos através de uma série de experiências
“espirituais” e depois o possuímos para sempre. Para que
nós, meros seres humanos, possamos caminhar em amor, precisamos
também andar em intimidade diária com a Fonte deste
amor, que é o próprio Deus.
Esse fato é tão essencial, que a Palavra de Deus nos conta
que, se amarmos nossos irmãos em Cristo, essa é a prova de que
realmente conhecemos a Deus. Lemos em 1 João 4:7,8: “Amados,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e
todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus [intimamente].
Aquele que não ama, não conhece a Deus [intimamente],
pois Deus é amor”.
Acrescentei a palavra “intimamente” para ajudar o leitor a
compreender o que está sendo comunicado aqui. A palavra
grega para “conhecer” pode ser usada para significar as relações
mais íntimas, inclusive aquelas entre um homem e uma mulher
(Mt 1:25; Lc 1:34). O amor sobrenatural de que necessitamos é
algo que flui de uma comunhão íntima, pessoal e constante com
o nosso Salvador.
É óbvio que há muitos crentes – pessoas que verdadeiramente
nasceram de novo – que não amam os outros. É dolorosamente
visível que uma grande parte dos cristãos seja egoísta,
egocêntrica, infantil, rude, áspera, irritável e muitas outras
coisas que demonstram a falta do amor divino por seus irmãos.
Infelizmente, é essa a condição de uma grande parte da Igreja no
mundo atual.
Embora alguns possam insistir em que tais pessoas não
podem ser realmente “salvas”, uma análise honesta e cuidadosa
da situação nos leva a acreditar que essa não é realmente a raiz
do problema. Muitos já encontraram Jesus. Eles verdadeiramente
nasceram de novo. Mas, tristemente, não estão caminhando
em intimidade com Ele. Não andam diariamente no Espírito.
Não compreendem como comungar com Ele continuamente.
Eles deixam de aproveitar a disponibilidade de Sua constante
presença.
Devido a essa falha, eles não exibem o amor sobrenatural de
Jesus uns pelos outros. Esses crentes são simplesmente bebês.
Não amadureceram espiritualmente o suficiente para ter o
suprimento contínuo do amor de que necessitam. Crianças
pequenas sempre são egocêntricas. Elas raramente pensam nos
outros, mas apenas em si mesmas. É quase impossível para uma
criança exibir um amor cuidadoso pelos outros, por terem elas
mesmas tantas necessidades. Portanto, cristãos infantes não
expressam muito esse amor.
A evidência da verdadeira maturidade espiritual – a prova
de que conhecemos a Deus intimamente e que estamos caminhando
em comunhão com Ele – é o amor. A exibição do amor é
um sinal seguro, uma evidência perceptível de que nós temos
um relacionamento pessoal com Jesus.
Este amor é tão poderoso, que podemos amar não somente
crentes que são amigáveis ou amáveis, mas também os que são
difíceis de gostar. Quando nos encontramos cheios do amor de
Deus, conseguimos amar aqueles que não são bondosos
conosco, aqueles que tiram vantagem de nós e que abusam de
nossos esforços.
Podemos amar aqueles que não concordam conosco; se
opõem a nós; e aqueles que pecam contra nós de várias maneiras:
nos ofendem; nos tomam emprestado e nunca trazem de
volta; nos desapontam; nos rejeitam; nos maltratam. Podemos
amar as pessoas mais indesejáveis, se há em nós o amor de
Deus. Esse amor, cuja fonte é Deus, é tão poderoso e sobrehumano
que, estando cheios dele, podemos até mesmo amar os
nossos inimigos (Mt 5:44).

O AMOR NA IGREJA

Aqui nesse livro estamos falando sobre a experiência da
única Igreja verdadeira. A chave para esta experiência é andar
em intimidade com Deus e ser conduzido por nossa verdadeira
Cabeça, Jesus Cristo. Por ser a comunhão com Deus a fonte da
verdadeira Igreja, é lógico admitir que aqueles que estão conseguindo
viver a real experiência da Igreja estarão também
cheios de amor.
Agora descobrimos um fato importante: aqueles que estão
realmente aproveitando a realidade espiritual da Igreja são
homens e mulheres cheios do amor divino. Então podemos concluir
que a manifestação do amor é o teste de autenticidade da
nossa experiência como Igreja. Quando estamos cheios de amor
uns pelos outros, isso demonstra que estamos tendo sucesso em
desfrutar a única verdadeira Igreja. A evidente expressão do
amor de Deus é o testemunho de que o que estamos fazendo é
obra de Deus.
Todos os crentes bem sucedidos em caminhar em comunhão
com Deus e junto uns com os outros irão manifestar esse amor.
Este é um sinal seguro de que eles estão aproveitando a única
Igreja verdadeira. É uma indicação verdadeira de que o que
estão vivendo é genuíno. Esse amor não é algo que o homem
possa produzir. Sua origem é somente divina. Portanto, quando
ele está em evidência, você pode confiar que Deus está fazendo
a Sua obra entre aqueles que estão manifestando esse amor.

VERSÍCULOS DO NOVO TESTAMENTO

O Novo Testamento está cheio de admoestações para que
caminhemos em amor. Pode ser a exortação mais comum da
Nova Aliança. Já afirmamos que a ordem de Jesus foi que nos
amássemos uns aos outros. À medida que vamos lendo, encontramos
muitas outras admoestações, exortações e exemplos.
Lemos: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12:10).
“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com
que vos ameis uns aos outros, pois quem ama o próximo tem
cumprido a lei” (Rm 13:8). “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo” (Rm 13:9). “O amor não pratica o mal contra o próximo,
de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rom 13:10).
“Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, ...” (1 Co
14:1).
Também aprendemos: “Todos os vossos atos sejam feitos
com amor” (1 Co 16:14). “Porque vós, irmãos, fostes chamados à
liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à
carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5:13).
“...com toda humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4:2). “...todo o
corpo efetua o seu próprio aumento, para a edificação de si
mesmo, em amor” (Ef 4:16). “... e andai em amor, como também
Cristo vos amou...”(Ef 5:2).
E, mais adiante, somos exortados: “E também faço esta
oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento
e toda a percepção” (Fp 1:9); “...completai a minha
alegria, de modo que...tenhais o mesmo amor, sejais unidos de
alma, tendo o mesmo sentimento” (Fp 2:2); “... para que o
coração deles seja confortado e vinculado juntamente em
amor...” (Cl 2:2); “...acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que
é o vínculo da perfeição” (Cl 3:14); “...e o Senhor vos faça crescer
e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos...”
(1 Ts 3:12).
E ainda somos admoestados: “No tocante ao amor fraternal,
não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos
estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros”
(1 Ts 4:9). “Ora, o intuito da presente admoestação visa o
amor que procede de coração puro, e de consciência boa e de fé
sem hipocrisia” (1 Tm 1:5). “Consideremo-nos também uns aos
outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb
10:24). “Seja constante o amor fraternal” (Hb 13:1). “Tendo
purificado a vossa alma pela vossa obediência à verdade, tendo
em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns
aos outros ardentemente...” (1 Pe 1:22).
Resumindo, somos ensinados: “Finalmente, sede todos de
igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos,
humildes...”(1 Pe 3:8). “Acima de tudo, porém, tende
amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidões
de pecados” (1 Pe 4:8). “Amados, amemo-nos uns aos
outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama
é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 Jo 4:7).
Os parágrafos acima não são, de maneira alguma, uma lista
completa de todos os versículos do Novo Testamento que nos
encorajam a praticar o amor ágape. No entanto, certamente são
suficientes para mostrar que a manifestação do amor divino está
bem no centro da mensagem do Evangelho. É uma expressão do
coração de Deus.
Nos capítulos anteriores, estudamos diferentes métodos usados
pelos homens para manter uma “igreja” unida. Há
inúmeros artifícios que as pessoas usam para fazer com que os
cristãos se dediquem uns aos outros ou a um grupo. Quando
qualquer trabalho para formar um grupo de crentes é iniciado
pelo homem, é sempre necessário usar métodos humanos para
manter o grupo unido.
Mas, como também já vimos, a verdadeira cola que mantém
unido o corpo de Cristo é o amor sobrenatural. O verdadeiro
vínculo da cristandade é o amor (Cl 3:14). É o amor de Deus que
enche os nossos corações e nos faz servir aos irmãos, ter
comunhão e nos reunir com outros crentes.
Quando estamos caminhando “na luz”, temos genuína
“comunhão uns com os outros” (1 Jo 1:7). Estar “na luz” implica
ter uma intimidade constante e transparente com Deus. Esta
intimidade, então, produz o fruto do amor em nossas vidas. O
resultado desse fruto é a expressão da Igreja viva, a habitação do
Deus Altíssimo.

MUITOS DESAFIOS

Quando decidimos caminhar em amor, encontramos muitos
desafios. O mandamento para amar será testado muitas vezes,
de muitos modos diferentes, durante muitos anos. À medida
que andamos com o Senhor, iremos experimentar uma variedade
de circunstâncias e encontrar um grande número de
cristãos, com todo tipo de personalidade, pecado, fraqueza e
problema.
Esses queridos irmãos irão impactar nossas vidas de
maneira tal que sequer pensamos sonhar. Alguns cristãos
podem aproveitar-se financeiramente de nós; podem nos
extorquir algum dinheiro; podem nos roubar; podem nos tomar
emprestado e nunca pagar; podem até mesmo pedir algum
dinheiro “para a obra de Deus” e gastá-lo em seu próprio benefício.
Alguns irmãos podem tirar vantagens emocionais de outros,
talvez capturando romanticamente seus corações, saindo com
eles e, em seguida, os abandonando. Alguns podem se casar
com eles e, em seguida, enganá-los, quebrando a aliança do
casamento e levando-os à experiência do divórcio. Outros
podem caluniar, maltratar e espalhar boatos a respeito de outros
crentes.
Enquanto está tentando servir a Deus, você e seus motivos
podem ser mal compreendidos por outras pessoas. Você pode
ser criticado, ridicularizado e até mesmo odiado. Irmãos com os
quais você pensava ter um relacionamento muito bom podem
voltar-se contra você. E eles podem ainda levar outras pessoas a
se voltarem contra você também.
Líderes cristãos a quem você respeita podem levá-lo à
escravidão em seus programas e em suas obras. Podem até
seduzir você a um relacionamento sexual ilícito ou induzir você
a fazer algo ilegal para ajudá-los. Alguns podem rejeitar e até
expulsar você do grupo deles se, por acaso, você não mais concorda
com eles em algumas doutrinas ou práticas.
Os meios que os cristãos têm para pecar contra você são
infinitos. Esses foram apenas uns exemplos do que pode ocorrer
quando nos relacionamos com outras pessoas.
Então, como é que podemos continuar a viver em amor?
Como podemos superar o trauma emocional e a dor causados
por esses crentes com os quais nos relacionamos em nossas
vidas? Qual é a solução de Deus para a angústia, a dor no
coração, a mágoa e o sofrimento que nos acomete, quando tentamos
andar em comunhão com outros? Como podemos continuar
a viver em amor?

O REMÉDIO MAIS PODEROSO

Na batalha para superar os ferimentos e os desapontamentos,
que inevitavelmente iremos encontrar em nossos relacionamentos
com outros cristãos, Deus nos proporciona um remédio
muito poderoso. É um remédio tão poderoso, que é capaz de
tratar o pior tipo de dor emocional. É um fortificante que pode
curar nosso homem interior, de um modo que consideramos
impossível.
Esse remédio é chamado “perdão”. Quando somos feridos
por outros, seja lá pelo que for, freqüentemente experimentamos
várias reações emocionais. Primeiro, sentimos dor. Depois, a
tendência é se irar. É natural começar a desejar agredir aquela
pessoa física ou verbalmente ou até tentar feri-la de uma
maneira indireta.
Uma técnica bastante comum é querer contar aos outros
como aquela pessoa nos feriu ou abusou de nós, tentando leválos
a se posicionar contra o ofensor para, desse modo, obter
algum tipo de retaliação ou extrair alguma simpatia.
É comum que a ferida continue em nossos corações por um
longo tempo, até mesmo por muitos anos. Isso dá lugar ao
ressentimento, à amargura e, freqüentemente, ao desejo de vingança.
Quantas vezes os cristãos têm orado ao seu Pai Celestial
para julgar, castigar, ferir e até mesmo matar um outro cristão
pelo que este fez a eles? Obviamente, isso não é o que se conhece
por “caminhar em amor”.
Asolução para todas essas reações humanas é o perdão. Está
certo: temos que perdoar ao ofensor. Nosso perdão irá curar o
nosso homem interior; irá medicar nossas emoções; irá retirar a
amargura, a ira e a contenda. A nossa liberação de perdão para
a pessoa que nos ofendeu irá realmente se tornar a melhor ajuda
que podemos obter. Isso fará por nós mais do que jamais
pudemos imaginar.
Perdoar alguém pode parecer que fazemos algo pela outra
pessoa, mas, na realidade, isso fará muito mais por nós: nos
trará a cura emocional de uma maneira que nada mais poderá
fazê-lo.
O perdão genuíno nos liberta: da escravidão do nosso ego à
nossa velha natureza; dos nossos sentimentos preciosos; dos
nossos “direitos dados por Deus”; e da nossa disposição natural.
Ele renovará nosso amor por Deus e por outras pessoas; irá trazer
um bálsamo sobrenatural que tratará nossas feridas, de
maneira que nem nos lembraremos delas; irá nos libertar do
“eu”, que é realmente parte da velha criatura e necessita desesperadamente
ser negada, precisa morrer!
O perdão é um dos grandes segredos do cristianismo. Sem
ele, nunca seremos bem sucedidos em caminhar em contínua
intimidade com Jesus. Veja você, Deus ama o perdão. É parte da
natureza Dele. Ele enviou Seu único Filho para morrer em nosso
lugar, a fim de nos perdoar e depois nos salvar. Portanto, para
permanecer em doce comunhão com Ele, precisamos nos tornar
também perdoadores.
Jesus nos ensina: “E, quando estiverdes orando, se tendes
alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai
Celestial vos perdoe as vossas ofensas” (Mt 11:25). A expressão
“quando estiverdes orando” indica que estamos tentando entrar
na presença de Deus. Naquele momento, não podemos estar
mantendo um rancor ou a falta de perdão para com o nosso
irmão. Se mantemos, isto impedirá nosso relacionamento com o
nosso clemente Salvador. Acharemos difícil entrar e permanecer
na presença de Jesus. Já que Ele morreu para perdoar àquela
pessoa, nós também devemos perdoá-la. Viver nessa atitude de
perdão irá nos ajudar em nossa procura de viver na única Igreja
verdadeira, que está na presença do Deus perdoador.
Também aprendemos que nosso perdão aos outros é um requisito
para sermos perdoados. Jesus diz: “Mas, se não perdoardes,
também o vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas
ofensas” (Mc 11:26). Se continuarmos a clamar por “justiça”,
recusando-nos a perdoar aos outros, então nós também receberemos
a verdadeira justiça.
Entretanto, ninguém que tenha compreensão de seu próprio
pecado irá realmente desejar tal justiça para si. Se queremos que
os outros tenham aquilo que merecem, também receberemos
aquilo que verdadeiramente merecemos. Pelo seu próprio bem,
eu o advirto: não procure por isso!
Além disso, somos ensinados que, se não perdoarmos, isso
se transformara em um tormento pessoal, que nos levara a uma
prisão emocional ou até mesmo física. Talvez valha a pena rever
agora a parábola que Jesus ensinou, em resposta à uma questão
de Pedro, que trata dessa verdade:
Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou:
Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu
lhe hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te
digo que até sete; mas até setenta vezes sete.
Por isso o reino dos céus é comparado a um rei que quis
tomar contas a seus servos; e, tendo começado a tomá-las, foilhe
apresentado um que lhe devia dez mil talentos; mas não
tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem vendidos,
ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se
pagasse a dívida. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava,
dizendo: Senhor, tem paciência comigo, que tudo te
pagarei. O senhor daquele servo, pois, movido de compaixão,
soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.
Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus
conservos, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, o sufocava,
dizendo: Paga o que me deves. Então o seu companheiro,
caindo-lhe aos pés, rogava-lhe, dizendo: Tem paciência
comigo, que te pagarei. Ele, porém, não quis; antes foi encerrá-
lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus
conservos o que acontecera, contristaram-se grandemente, e
foram revelar tudo isso ao seu senhor.
Veja só, a falta de perdão traz problemas com Deus. Se não
perdoarmos, Ele promete nos entregar aos “torturadores” para
que nos levem à prisão. Isso significa que, à medida que o tempo
passa, nos encontramos em prisão espiritual e também em
intensas dores emocionais ou até físicas.
Perdoar aos outros nos dará alívio, não apenas do sofrimento
emocional, mas também de muitos outros sofrimentos, até
mesmo físicos, que nos venham escravizar. Trará cura emocional
e física. Também nos libertará daquilo que somos e nos transformará
à imagem de Cristo. Restaurará nosso relacionamento com
Deus.
É interessante notar que não é o “ofensor” que será disciplinado
por Deus. Ao contrário, é a vítima, a que se recusa a perdoar.
Na nossa maneira de pensar, aquele que provoca a ofensa
é o que merece o castigo, mas no coração do Pai, a recusa do
perdão parece ser ainda mais digna de julgamento.
Quando não conseguimos perdoar aos nossos irmãos que
pecaram contra nós, não apenas sofremos individualmente, mas
provocamos uma ruptura na unidade do corpo. É uma mancha
feia nas vestes da Noiva de Cristo. A falta de perdão destrói a
comunhão inerente à experiência da verdadeira Igreja. Tal falha
poderá rapidamente se espalhar para outros, se nós “compartilharmos”
nossos problemas com eles, quando “desabafamos”,
tentando fazer com que fiquem do nosso lado em qualquer dificuldade.
Então o seu senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe:
Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me
suplicaste; não devias tu também ter compaixão do teu companheiro,
assim como eu tive compaixão de ti? E, indignado,
o seu senhor o entregou aos verdugos [torturadores], até que
pagasse tudo o que lhe devia. Assim vos fará meu Pai celestial,
se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão.
(Mt 18:21-35-VR).
O ensinamento bíblico é muito claro. Quando os irmãos
pecam contra nós, temos que ir até eles e confrontá-los sobre sua
ofensa (Mt 18:15). Isso significa que não temos que falar com
outras pessoas. Não devemos compartilhar nossos problemas
com os outros em primeiro lugar. A ofensa deve permanecer
entre os envolvidos.
Se a pessoa se recusa a ouvir nossa reclamação, então temos
permissão para procurar mais alguém para nos ajudar a explicar
o problema ao ofensor. Se ele ainda se recusa a ouvir, então, e
somente então, temos permissão para “contar à igreja o que
aconteceu” (Mt 18:17), para que o corpo como um todo possa
auxiliar a resolver o conflito.
Somente se ele rejeitar o testemunho da igreja coletivamente
é que temos permissão de limitar nosso contato com aquela pessoa.
Entretanto, isso não significa que não devemos perdoá-la.
Mesmo que ela não esteja desejosa de reconhecer seu pecado,
nunca deveríamos ser escravizados pela falta de perdão.
A falha em perdoar irá envenenar nossas próprias almas e
retardar nosso progresso espiritual. Embora possamos não
gozar a mesma comunhão espiritual com a pessoa que nos
ofendeu como tínhamos anteriormente, nunca podemos permitir
que a falta de perdão impeça nosso relacionamento com Jesus
e nosso desenvolvimento espiritual.
Você saberá se verdadeiramente perdoou alguém quando
puder falar sobre tal pessoa sem expressar ira ou amargura.
Saberá que está livre, quando puder conversar amorosamente
sobre alguém ou sobre uma situação do passado, sem certa
quantidade de cólera insinuando-se em seu falar e em sua atitude.
Terá certeza de que está livre, quando puder amar aquela
pessoa com um coração puro.
O perdão é algo que pode não vir facilmente. Você pode não
experimentar uma imensa onda de emoção lhe impelindo a perdoar.
No entanto, o perdão é baseado em uma simples decisão.
Precisamos decidir obedecer a Deus e perdoar. Uma vez que
voltamos nossa vontade nesta direção, o suprimento sobrena-
tural de Deus virá. Sua graça irá nos assistir, uma vez que escolhemos
o Seu caminho.
Talvez tenhamos que perdoar a alguém inúmeras vezes.
Pode ser que apenas pouco a pouco abriremos mão dos nossos
sentimentos feridos. Pode ser muito difícil abrir o coração e
deixar nossa dor sair. Mas, à medida que tomamos essa
decisão, cada vez mais profundamente o amor de Deus irá
preencher a lacuna, que era antes apenas “carne moída” emocional.
Freqüentemente, as pessoas se apegam aos seus ferimentos,
usando-os para fortalecer uma frágil barreira emocional, que
erigiram para se proteger de uma futura injúria. Elas mantém
seus sentimentos feridos, esperando que a outra pessoa se sinta
mal e seja punida desta maneira; por permanecem fechadas
emocionalmente, acreditando que estão mais seguras assim.
Tudo isso é simples tolice humana. Tal ginástica emocional não
irá, de maneira alguma, nos proteger ou solucionar o problema.
A única solução está em Jesus. Precisamos perdoar aos outros
como Ele nos perdoou. Essa é a única e maravilhosa cura para
toda dor emocional, amargura e ira. Você será muito feliz quando
obedecer a Ele.
Uma parte desse quadro que muitos parecem perder é que
Deus usa as coisas que nos acontecem para o nosso próprio bem.
Ele permite que algumas coisas aconteçam em nossas vidas.
Talvez elas nos pareçam muito terríveis. Mas, de Seu ponto de
vista, Ele vê áreas em nossas almas que necessitam de transformação.
Talvez seja o nosso temperamento ou o nosso egoísmo e egocentrismo.
Talvez tenhamos áreas de pecado que pensamos conseguir
esconder de Deus. Nem posso imaginar todas as diferentes
possibilidades em jogo. Mas há uma coisa que é abundantemente
verdadeira: Deus usa todas as nossas circunstâncias
para o nosso bem (Rm 8:28)!
Quando aprendemos a obedecer a Ele, ao enfrentar as situações
e dores, ganhamos tremendamente. Não somos mais as
mesmas pessoas que éramos antes. Quando aprendemos a perdoar
todas as coisas em nome de Jesus, algum dia iremos louvá-
Lo pela obra que Ele fez em nossas vidas através desses eventos
que, em determinado momento, pareciam vir do inferno. Iremos
agradecê-Lo por ser misericordioso o bastante para nos permitir
passar por tais experiências, vendo o quanto de Sua natureza
ganhamos através delas.

O OUTRO LADO

Há também o outro lado da questão do perdão. Como ficam
aqueles que cometeram um pecado ou uma ofensa? Quando
estamos caminhando à luz de Deus, vamos nos tornando mais
sensíveis aos momentos em que ofendemos os outros. Quando
uma palavra ou uma ação nossa não é feita em amor, deveríamos
ter a convicção do pecado em nossas consciências.
Devido à nossa intimidade com Jesus, Seu Espírito irá incomodar
nossa consciência até que admitamos nossa culpa e nos
arrependamos diante de Deus e daqueles a quem ferimos.
O desejo de responder à sensação de ter agido mal em nossas
consciências é um elemento essencial para uma caminhada
verdadeiramente espiritual. Quando nos recusamos a reconhecer
nosso erro; quando resistimos ao Espírito Santo falando
em nosso espírito; quando endurecemos os nossos corações
quanto à necessidade de arrependimento; então começamos a
danificar nosso relacionamento com nosso Senhor.
Para admitir o pecado, precisamos nos humilhar. Precisamos
nos arrepender diante de nossos irmãos a quem ofendemos e
isso requer a revelação de nossas fraquezas e de nossos erros.
Quando somos muito orgulhosos ou teimosos para fazer isso;
quando, pelo contrário, insistimos em ver nossa própria justiça
em qualquer situação; então começamos a perder nossa intimidade
com Deus. Quando apenas nos justificamos e inventamos
desculpas por nossas atitudes e por nossas palavras, isso revela
uma falta de humildade e de brandura.
As atitudes de orgulho e autojustificação trabalham para nos
excluir da presença de Deus. Ele irá se afastar das pessoas que
se inclinam para essas disposições e que as expressam. “Deus
resiste aos soberbos...” (Tg 4:6). Isso significa que, se recusarmos
nos humilhar, Ele irá resistir aos nossos esforços para entrar em
Sua presença. Vai se tornar difícil encontrá-Lo e também será
difícil encontrar Suas respostas para nossas necessidades. Sua
graça para enfrentar muitas situações irá se tornar rara e nossas
vidas se tornarão mais e mais difíceis de suportar.
Essa perda de comunhão com Ele significa que não mais O
encontraremos facilmente para caminhar no Espírito. Sem esse
elemento essencial, então começaremos a perder a experiência
da Igreja genuína, que somente é encontrada no Espírito. O
resultado inevitável de tal endurecimento de nossos corações é
que começaremos a caminhar na alma, sendo motivados pelo
homem natural. Autojustificação, em qualquer situação onde
outra pessoa foi ferida, irá nos fazer perder a nossa alegria e
comunhão.
Em muitas situações, ambas as partes, ligadas a qualquer
pecado, disputa ou equívoco, podem estar erradas. Pode ser que
todos os envolvidos não tenham agido completamente em amor.
Conseqüentemente, todos necessitam de arrependimento e de
pedir o perdão do outro. O fato de que um outro pecou contra
você não alivia você de sua culpa de ter pecado contra ele também.
Talvez você também tenha que pedir perdão em determinada
situação.
Muitas vezes as pessoas se desculpam pelos seus pecados,
apontando os erros dos outros. Tais desculpas podem servir
para nos desculpar aos nossos próprios olhos, mas não funcionam
para nos justificar diante de Deus. Pode ser que em uma
ou outra situação, alguém tenha pecado contra você, e você
tenha reagido pecando contra ele. Possivelmente ele se recusou
a admitir o erro dele. Isso não livra você de sua culpa. Você não
tem permissão para esperar até que o outro veja as faltas dele.
Para manter o seu relacionamento espiritual com Cristo, você
precisa se humilhar e se arrepender diante de Deus e da outra
pessoa, mesmo que ela insista em dizer que está com toda a
razão. O pecado dela contra você nunca irá desculpar o seu erro
contra ela. É mesmo possível que o ato de você se humilhar
diante dela fará com que ela proceda da mesma maneira.
Estas duas coisas: a falha em perdoar e a falha em admitir
culpa e pedir perdão irão impactar sua alegria e a sua participação
na única Igreja verdadeira. Se esses pecados não forem
tratados, irão interromper sua comunhão com Deus e com os
outros crentes. Com o passar do tempo, sua falha em obedecer
irá relegar você a uma posição de fora da intimidade da Igreja
verdadeira e a uma vida que é, em boa parte, governada pela
alma, em vez do Espírito.

SERVINDO OS OUTROS

Quando Jesus veio a esta Terra, Ele tinha um propósito
específico. Ele veio para servir os outros. Seu objetivo não era
servir-Se, nem mesmo ser servido pelos outros, mas dedicar Sua
vida para ministrar sobre as necessidades dos outros. Seu
grande amor pela humanidade o impeliu a esse estilo de vida.
Depois que Jesus iniciou o Seu ministério, todas as horas em
que estava acordado foram envolvidas nesse serviço. Aonde Ele
ia; a quem Ele falava; o assunto de Suas orações; se Ele comia ou
dormia; Sua vida inteira foi comprometida com o encontro das
necessidades alheias. Portanto, é evidente que, quando estamos
caminhando no Seu amor, também as nossas vidas sejam inteiramente
dedicadas a servir os outros.
Esse é um ponto muito importante. É onde “o pneu encontra
a pista” em nossa vida cristã. Se estamos caminhando em
amor, haverá alguma evidência disso em nossas atividades. Será
óbvio para todos que estiverem ao nosso redor que nós temos o
compromisso de servir a Jesus, servindo o Seu corpo.
O serviço ao corpo de Cristo pode tomar muitas formas.
Usualmente se relaciona ao exercício de nossos dons espirituais.
De fato, Deus deu a todos os crentes um ou vários dons, com
este propósito: servir uns aos outros. Temos que usar as habilidades
espirituais que Jesus nos deu para beneficiar outros
cristãos e até mesmo as pessoas que ainda não O conhecem.
Pode ser que passemos muito tempo em oração pelas necessidades
de outros; ou que Deus nos tenha chamado para manter
o nosso foco nas necessidades materias de alguém; ou sejamos
ungidos para ensinar, para aconselhar ou para profetizar; ou
tenhamos o dom de cura ou de milagres; ou que o nosso foco
primário seja ofertar financeiramente. É infindável a variedade
de maneiras pelas quais Deus pode nos usar. É impossível enumerar
todas elas.
Mas, uma coisa está muito clara: ninguém é chamado para
não fazer nada. Ninguém do corpo de Cristo é livre para simplesmente
servir a si mesmo e a sua própria família. Cada um é
requisitado por Deus para usar seu tempo e talento a fim de
servir os outros. Do mesmo modo que Jesus colocou o serviço ao
próximo como Seu objetivo, Sua meta e ambição de vida, assim
também devemos nos dedicar a ministrar aos outros. Essa é a
verdadeira expressão do amor divino, o amor ágape.

O AMOR E A CRUZ

Tal devoção aos outros não é natural. Não é algo com que a
alma caída se delicie. Então, quando começamos a falar sobre o
amor e sobre servir, a cruz de Cristo salta aos olhos. Para viver
uma vida de serviço, precisamos negar a nós mesmos.
Precisamos morrer para os nossos próprios desejos, prazeres e
necessidades. Isso requer a morte de nossa velha vida e
natureza, de maneira que a Vida e a natureza de Cristo possam
predominar.
Quando Jesus andou por esta Terra, Ele tinha um destino
final: a cruz. Ele veio para nos servir, e Sua dedicação a esse
serviço foi tão extrema, que Ele estava pronto para morrer por
nós. Esta prontidão para morrer foi a expressão máxima de Seu
amor. Então, quando estamos dispostos a viver Sua Vida e a
servir o Seu corpo, esse também irá se tornar o nosso destino.
Em 1 João 3:16, lemos: “Nisto conhecemos o amor: que
Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos
irmãos”. Você vê, para amar com o amor de Jesus, também precisamos
renunciar às nossas próprias vidas. Precisamos morrer
para nós mesmos. Precisamos abdicar de nossos direitos de
viver para nós e de servir somente a nós mesmos. Pelo contrário,
precisamos usar o nosso tempo, energia, dinheiro, dons e
atenção para ministrar Jesus Cristo aos outros.
Esse é o verdadeiro Cristianismo. Na verdade, é o único
Cristianismo. A negação de nosso ego, a renúncia aos nossos
“direitos”, e um estilo de vida não egoísta são resultados do
amor divino. O amor de Deus em nós irá nos impelir a colocar
de lado os nossos interesses e prazeres e a usar as nossas habilidades
e energia para abençoar outras pessoas.
Seu amor irá nos fazer usar tudo o que Ele gratuitamente nos
deu, não para satisfazer nossos desejos carnais, mas como ferramentas
para servir. Mais uma vez, não devemos usar a liberdade
que Deus nos deu para servir a nós mesmos, mas, em vez disso,
servir uns aos outros em amor (Gl 5:13).
Aqueles que estão caminhando em amor irão procurar oportunidades
para servir os outros. Estarão atentos ao Espírito
Santo, às outras pessoas, procurando maneiras de serem usados
por Deus para ajudar os outros. Já que suas vidas são dedicadas
a isso e também suas metas e seus objetivos, eles estarão ainda
mais sensíveis aos impulsos do Espírito Santo para estar a
serviço de Seu reino.
Precisamos esclarecer bem que o serviço é algo conduzido
pela nossa Cabeça espiritual. Isso não é simplesmente uma
exigência legalista. Conforme acontece com outros aspectos do
corpo de Cristo, essa parte também deve ser espiritual. Isso significa
que nosso serviço precisa ser dirigido e cumprido pelo
Espírito Santo. Simplesmente se esforçar para ser um tipo de
servo não é o suficiente. Precisamos aprender a viver no Espírito
e a ser dirigidos por Ele, de maneira que nossas vidas e nosso
serviço tenham valor eterno.
Claro que o serviço não é algo que se espera de bebês. De
fato, a falta de dedicação ao serviço em prol dos outros revela
que a pessoa ainda está na infância espiritual. Quando nosso
foco e nosso deleite não é servir os outros, mostramos que não
fizemos progresso espiritual. À medida que amadurecemos em
Cristo, cada vez mais nossos desejos refletem os Dele. Nosso
coração irá mais e mais expressar o Seu coração. Então, qualquer
falta de devoção ao corpo de Cristo, simplesmente demonstra
que também existe uma grande falta de maturidade espiritual.
Naturalmente, nosso “ministério” irá crescer junto com o
nosso homem espiritual. Quanto mais crescemos, nosso serviço
será mais eficaz. Quando amadurecemos, sentimos mais facilmente
como e quando Jesus quer que nós sirvamos. Além disso,
nosso serviço se torna mais eficaz, à medida que está mais e
mais sintonizado com a vontade do Pai Celestial.
É bom notar que nossos dons espirituais não nos foram
dados para impressionar os outros e não nos foram concedidos
a fim de que pudéssemos ser vistos e ouvidos. Não recebemos
dons para atrair seguidores; para nos mostrar mais espirituais;
ou para nos levantar na Igreja de maneira a exigir que outros nos
sirvam. Nossos “ministérios” não nos foram dados para usá-los
como um meio de nos exaltar.
Um servo ou um escravo ocupa, em qualquer casa, um lugar
humilde. Sua função é tornar mais fácil e melhor a vida dos outros.
Sempre que alguém usa o que Deus lhe deu em benefício
próprio, mostra um claro sinal de imaturidade espiritual. É uma
indicação segura de que a pessoa não está andando em intimidade
com Jesus, o qual veio para ser servo dos outros. O ego
dessa pessoa está ainda dominando sua vida.
Certa vez, um irmão disse: “Todo ministério foi dado para
atender uma necessidade. Mas não é a necessidade do ‘ministro’,
de ser visto e ouvido”.

O AMOR É ...

O amor é a natureza de Deus. Portanto, a genuína expressão
desse amor tem certas características que refletem a natureza
divina. Há um certo “sabor” ou “aroma” em alguém que esteja
caminhando no amor sobrenatural, que talvez seja muito difícil
definir, embora seja muito real. Há sobre uma pessoa assim algo
que é uma exibição da divindade de Cristo.
Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, detalha muitas
dessas características, de maneira que podemos ser capazes de
identificá-las. Não apenas podemos reconhecê-las nos outros,
mas também usar tais detalhes para avaliar nossas próprias
vidas. Naqueles versículos, podemos examinar nossas vidas e
ver se exibimos muito ou pouco da natureza de Deus. Cada uma
dessas características define um aspecto da natureza de Cristo,
que deveria ser evidente em nós.
Para começar, lemos que: “...o amor é paciente, é benigno...”
(1 Co 13:4). Na caminhada com o Senhor, encontraremos muitas
situações que nos farão sofrer, algumas vezes muito duramente.
Muitas dessas ocasiões são provocadas por outras pessoas. É
muito fácil, quando alguém nos provoca dor, termos uma reação
maldosa. Isso é especialmente verdadeiro quando o sofrimento
dura um longo tempo. Talvez o tempo seja de um, dois, dez ou
mesmo trinta anos.
Em tais situações, o amor de Deus sofre pacientemente e
continua a ser bondoso com a outra pessoa que está nos causando
dor. O amor humano nunca pode fazer isso. Ele desaponta e,
freqüentemente, desaponta rapidamente. Mas o amor sobrenatural
de Deus continua a amar e a ser bondoso, mesmo quando
se depara com um sofrimento prolongado. O amor Dele é o
único amor que se comporta desta maneira.
Pode ser que o seu sofrimento não seja provocado por uma
outra pessoa. Talvez você esteja doente ou sentindo dores. Mas
a expressão de bondade ainda deve ser sua. Se nos tornarmos
ranzinzas, impacientes e difíceis por causa de nossa dor, isso
será uma evidência de que precisamos de muito mais intimidade
com a fonte do amor real, que é Jesus.
Somos também ensinados que: “...o amor não arde em
ciúmes...” (1 Co 13:4). Já que Jesus é muito humilde, Sua natureza
em nós não deve ser invejosa em relação aqueles que têm mais
do que nós. Os que são cheios de Sua Vida não se preocupam se
alguém tem mais dinheiro ou bens mundanos. Eles não se frustram
quando outros são bem sucedidos e eles, não. Não estão lutando
para possuir tanto quanto ou até mais do que outros possuem.
Não se preocupam quando outra pessoa é mais notada, mais
usada por Deus, mais elogiada ou mais reconhecida. Não se tornam
amargos quando outros são beneficiados e eles, não. Têm
alegria em ver que alguém está sendo abençoado, porque seus
corações estão batendo em harmonia com o seu Criador.
Aprendemos ainda que “o amor não se ensoberbece...” e que
não é orgulhoso (1 Co 13:4). Isso mostra que os que estão caminhando
no amor de Deus não estão à procura de reconhecimento.
Não são orgulhosos do que possuem, em termos de bens
materiais; não são cheios de si por causa de sua inteligência,
beleza pessoal ou qualquer outra vantagem humana; não são
arrogantes por causa dos seus dons espirituais ou pela maneira
como Deus os está usando. Essas pessoas não estão procurando
oportunidades de serem vistas ou ouvidas e não querem, de
maneira alguma, impressionar outras pessoas. Ao contrário, o
sabor da verdadeira humildade permeia a vida deles e o seu
ministério.
O amor também “...não se conduz inconvenientemente, não
procura os seus interesses...” (1 Co 13:5). O amor divino não é
agressivo. Não demanda “seus direitos”, em determinadas situações.
Aqueles que estão cheios de tal amor não ofendem os outros,
insistindo em que seus métodos e desejos estejam corretos
e devam ser cumpridos; não pleiteiam suas idéias e opiniões
como as únicas corretas; não usam o próximo em benefício
próprio; não procuram a sua própria satisfação em qualquer
situação; mas preferem assegurar-se de que os outros estão
sendo abençoados.
Aqueles que caminham em amor não se exasperam (1 Co
13:5). Não se ofendem facilmente. Quando são tratados miseravelmente;
quando são ignorados; quando são mal compreendidos;
quando alguém peca contra eles; não ficam instantaneamente
irritados e irados. Por serem humildes, seu orgulho não é
ferido.
Tais pessoas verdadeiramente amorosas não reagem de
forma natural à provocação; não tentam retaliar quando outros
as machucam ou ferem; não “dão o troco”. Ao contrário, com os
olhos do Espírito, essas pessoas enxergam além da situação
aparente e sentem o coração amoroso de Deus para com as pessoas
que abusam delas. As pessoas cheias do amor de Deus são
muito inocentes e sem malícia.
Pessoas assim vivem um amor que “...não se ressente do
mal...” (1 Co 13:5). Não são rápidas em imputar aos outros
motivos errados; não gastam tempo julgando pensamentos e
intenções alheios; não perdem tempo imaginando que os outros
pensam mal deles nem lhes imputando vários pecados.
Realmente existe uma atitude pura, um tipo de “santa inocência”
para com o mal, que permeia a vida daqueles que andam
em amor.
Obviamente, o amor “...não se alegra com a injustiça, mas
regozija-se com a verdade...” (1 Co 13:6). Pessoas realmente
amorosas não ficam felizes quando alguém cai em pecado.
Quando coisas ruins acontecem com aqueles que se opuseram a
elas e lhes fizeram feridas, isso não as fazem felizes. Não se
agradam em ver que aquelas pessoas “finalmente” estão
recebendo o que merecem.
Em vez disso, oram por seus inimigos. Seu amor não permite
que elas gostem de ver as dores, dificuldades e falhas
daqueles que as maltrataram e abusaram delas. Elas se alegram
quando os vêem crescendo espiritualmente e se regozijam quando
os outros são instruídos e abençoados. Sentem-se alegres
porque a obra de Deus segue adiante e a escuridão é derrotada.
Aalegria delas não acontece quando o mal sucede a outros, mas
quando estes são trazidos para uma maior intimidade com Deus.
O amor “...tudo sofre...” (1 Co 13:7). Crentes que são cheios
do amor de Deus terão uma tolerância sobrenatural. Não renunciam
facilmente às outras pessoas. Uma coisa se tornou muito
clara para mim depois de muitos anos. É que, do ponto de vista
de Deus, as pessoas não são descartáveis. Nós não somos livres
para simplesmente nos livrarmos das pessoas de que não gostamos
ou que nos ofenderam.
É inevitável que ocorram muitos problemas em nossa caminhada
com o Senhor e em nosso contato com os outros. As
pessoas irão pecar, errarão, poderão dizer ou fazer coisas que
nos ferirão, possivelmente, de maneira muito profunda. No
entanto, apesar de tudo isso, não somos livres para simplesmente
descartá-las. O amor suporta todas as coisas.
É muito fácil perder a fé no que se refere à nossa situação e
à condição dos outros. No entanto, Paulo nos ensina que o amor
“...tudo crê...” (1 Co 13:7). Podemos estar certos de que, quando
Deus começa um projeto, Ele tem intenção de acabá-lo. Quando
Ele entra na vida de uma pessoa, já sabe o que vai fazer para
cumprir os Seus propósitos. Portanto, quando estivermos
andando em intimidade com Deus, iremos sentir Sua eterna persistência.
Iremos receber Dele fé para acreditar que Sua vontade
será cumprida.
Essa fé que Deus nos dá gera esperança dentro de nós (1 Co
13:7). Essa esperança é que a glória de Deus será reproduzida
em nós através de todas as dificuldades e tribulações pelas quais
passamos (Rm 5:2). Aqueles que andam em comunhão com
Deus têm a esperança de serem transformados em Sua gloriosa
imagem. Sabemos que, algum dia, nosso “pote de barro” será
quebrado e a obra gloriosa que Deus fez dentro de nós irá resplandecer
como o sol (Mt 13:43).
Por meio de nossa fé, vemos o futuro. Vislumbramos o que
é a verdadeira glória e somos capturados e mantidos cativos por
essa visão. É a nossa intimidade com o nosso Criador que nos dá
essa esperança. A esperança não só existe em relação a nós mesmos,
mas aos outros crentes também.
O amor “...jamais acaba...” (1 Co 13:8). É a nossa confiança
no amor de Deus que nos motiva a perseverar. Somos capacitados
por Seu amor a tolerar toda e qualquer necessidade e acontecimento.
Apenas através de nossa comunhão com Ele
podemos desenvolver essa tolerância.
Sem tal intimidade, a força humana nos decepciona.
Sentimos que não podemos aguentar mais. Mas quando nos saímos
bem ao entrar na presença de Deus, então encontramos o
suprimento para suportar até o final (Mt 10:22). Em Deus existe
um suprimento infindável do Seu amor, simplesmente ilimitado.
Ele “...jamais acaba...”.
Simplesmente não há uma maneira do ser humano viver do
modo descrito acima. Somente a Vida e a Natureza de Deus
podem cumprir tal meta, de modo tão sublime. Assim, para
viver dessa maneira, precisamos estar continuamente conectados
à fonte eterna. Se queremos transmitir Sua natureza; se desejamos
exalar o doce perfume de Seu caráter; se gememos por ser
uma acurada demonstração de Seus sentimentos e pensamentos;
precisamos cultivar e manter uma comunhão íntima e
amorosa com Jesus Cristo.
Aqueles que andam em amor se tornarão exibições da
Natureza de Cristo. Serão cheios de bondade, gentileza, paciência
e doçura. Os outros sentirão neles algo tão atraente, que
desejarão também uma maior intimidade com o seu Salvador. A
exibição de Cristo é algo que o Espírito Santo faz dentro de nós.
Todo esse processo não é resultado de dedicação ou esforços
humanos. Simplesmente decidir tentar mais arduamente será
insuficiente. Não há nada no homem natural que possa imitar
isso adequadamente. Portanto, para exibir essa maravilhosa
natureza, precisamos andar em uma intimidade cada vez maior
com Deus. Precisamos persistir Nele, recebendo continuamente
o fluir da Vida Divina, que irá nos transformar à Sua imagem.

A CASA DE DEUS

Se você fosse solicitado a viver numa casa com algumas pessoas
estranhas, onde você escolheria viver? Você gostaria de
estar com aqueles que constantemente discutem e lutam entre
si? Gostaria de um ambiente onde houvesse sempre uma
propensão ao ódio, tensão, animosidade ou medo? Será que
uma atmosfera de orgulho, inveja, disputas e brigas o atrairia?
Claro que não!
Você, é claro, iria escolher um lugar onde as pessoas se
amassem. Procuraria uma casa onde houvesse paz e harmonia,
e iria procurar um lugar onde fosse aceito e calorosamente bemvindo.
Isso também é verdadeiro para com Deus. Onde Ele Se
agradaria de morar? Entre quais pessoas Ele estaria satisfeito em
viver? Com que grupo de pessoas Ele estabeleceria Sua morada
eterna? Sem dúvida, será entre aqueles que amam uns aos outros.
Um ambiente de amor, que reflete Sua própria Natureza,
irá certamente agradá-Lo. Ele será atraído por pessoas que
vivem em amor e unidade.
Esse, certamente, é o lugar onde Ele vai morar. Essa é a Sua
verdadeira casa, onde Ele planejou viver eternamente. Todos
nós fazemos bem em ocupar nosso tempo construindo tal casa
para Ele. Mais uma vez, lemos: “Oh! Como é bom e agradável
viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a
cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para
a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce
sobre os montes de Sião. Ali, o Senhor ordena a sua bênção e a
vida para sempre” (Sl 133).
Essa atmosfera de união amorosa é “boa e agradável” para
nós e também para o próprio Deus. Aqui, neste capítulo, tentamos
definir, de um modo simples, o que é o amor divino. Talvez,
para muitos leitores, esse padrão pareça muito alto e inatingível.
Eles podem imaginar que irão freqüentemente se decep-
cionar com tão alto padrão. No entanto, não devemos nos desencorajar
e simplesmente nos contentar com o pouco que
temos.
De novo, precisamos lembrar que o próprio Deus é a fonte
desse amor. Não é algo que possamos produzir por nós mesmos.
Então, nosso trabalho é simplesmente permanecer Nele.
Precisamos estabelecer e manter uma intimidade com Jesus.
Precisamos aprender a entrar em Sua presença. Então iremos
encontrar um suprimento ilimitado de amor de uns para com os
outros.

UMA SÉRIA CONSIDERAÇÃO

Finalmente, chegamos a uma consideração muito séria. Se
não andamos em amor; se a manifestação do amor divino não é
vista em nós; se não amamos nossos irmãos; então essa é uma
indicação de que nosso cristianismo está falido. Quando não
amamos, isso é prova de que perdemos contato com Deus. Se
não demonstramos amor, estamos andando em trevas e
perdemos o rumo espiritual (1 Jo 2:9).
Nós lemos: “...aquele que não ama a seu irmão, a quem vê,
não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo 4:20). Muitos
crentes não estão andando em intimidade com Deus hoje em
dia. Seu progresso espiritual está paralisado ou é interrompido
por muitos fatores.
Talvez eles não estejam perdoando os irmãos que os têm
ofendido. Possivelmente não se arrependeram de coisas que fizeram
no passado. Isso inclui não apenas o arrependimento
diante de Deus, mas também diante daqueles contra os quais
tenham pecado. Inclui também a restituição de qualquer coisa
roubada ou tirada erradamente de alguém. Um completo
arrependimento diante de outros e a restauração de tudo é um
ingrediente essencial para o progresso espiritual.
É possível que alguns estejam parados espiritualmente,
porque ainda amam este mundo. Estão correndo atrás do suces-
so e do dinheiro. Seus corações estão divididos, não estando
completamente fixados em Jesus. Nessa situação, eles têm dificuldade
de receber algo do Senhor (Tg 1:6,7). Sua vida espiritual
é fracassada devido à divisão de suas atenções e afetos.
O número de causas possíveis para a falha ou a interrupção
da vida espiritual é muito grande. Mas, a evidência que expõe
essa condição é a mesma: qualquer um que não ame seus irmãos
está com um sério problema espiritual. Está longe de Deus; não
caminha em intimidade com Ele. Seu cristianismo é realmente
uma farsa. Qualquer suposto “andar com o Senhor” que não
manifesta o Seu amor, é apenas um show vazio – uma falsa
aparência. Quando não amamos, estamos desviados, longe do
caminho.
Não podemos olhar para os que estão ao nosso redor e nos
basear no padrão deles. O fato de que muitos outros cristãos não
amem; não expressem a Natureza de Deus; sejam apenas assistentes
regulares da igreja; ainda caminhem na carne; não pode
ser modelo para nossa vida espiritual.
O único parâmetro para mostrar se estamos ou não verdadeiramente
caminhando com Deus é se amamos ou não os
nossos irmãos. A expressão deste amor sobrenatural é a evidência
de uma correta posição diante de Deus.

DONS ESPIRITUAIS NÃO SÃO A PROVA

Nunca devemos julgar nossa condição espiritual pelo fato de
manifestarmos dons espirituais, termos unção para pregar ou
ensinar ou termos muitas revelações. Todas essas coisas, embora
sejam dons dados por Deus, não estão diretamente relacionadas
com o nosso crescimento espiritual diante Dele.
Apenas a evidência do amor divino é o verdadeiro teste de
nossa condição espiritual.
Muitos confundem o fato de experimentarem uma unção,
um dom ou uma revelação, com a indicação de que Deus está
satisfeito com eles. Em vez do amor verdadeiro e divino ser o
padrão, eles confiam no fato de que possuem e usam dons espirituais,
para provar que estão retos diante de Deus. Entretanto,
esse não é o teste verdadeiro .
Em 1 Coríntios 13, aprendemos que, ainda que tenhamos
dons extraordinários (por exemplo, curar os enfermos, levantar
os mortos e mesmo mover montanhas), sem amor, tudo isso é
vão. No mesmo capítulo, lemos que podemos compreender
coisas maravilhosas da Bíblia, as quais nos permitem pregar de
uma maneira impressionante. Possivelmente, muitos tenham
grande respeito pelo nosso ministério. Mas, sem o amor de
Deus, todos os dons e ministérios são simplesmente como o som
de um instrumento musical, que é ouvido por um momento e
depois desaparece, ou como o vento que passa.
Hoje há muitos homens e mulheres que se afastaram da
intimidade com Jesus e até mesmo caíram em pecado, tal como
o do adultério etc. Entretanto, seus dons ou ministérios ainda
“funcionam”. Assim, eles se iludem, pensando que Deus está
satisfeito com eles. Já que há alguma “unção” sobre eles, não
podem estar errados. No entanto, o único teste verdadeiro,
capaz de mostrar se estamos na posição correta diante de Deus,
é manifestar a todos o Seu amor, altruisticamente. Esta virtude
somente pode ser obtida por um contínuo relacionamento íntimo
com Jesus.
Portanto, precisamos: procurar por isso com todo o nosso
coração; pedir ao nosso Salvador para nos mostrar o que existe
dentro de nós que impede o fluir do amor divino; e, se
necessário, orar e jejuar para que Deus possa limpar nossa vida
de todos os impedimentos que estão atrapalhando o fluir do Seu
amor. À medida que caminhamos em progressiva transparência
e intimidade com Jesus, Seu amor irá se expressar por meio de
nós para a Igreja e para o mundo.