A Grain of Wheat Ministries

A Grain of Wheat Ministries


Início Sobre Nós Publicações MP3 Contato

DEIXE O MEU POVO IR!

CAP IV – ONDE DEUS MORA
 
O Senhor Nosso Deus não mora em uma casa construída por
mãos humanas. Isto está muito claro em Sua Palavra, onde lemos: “Deus,
que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo Ele Senhor do céu e da
Terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas” (At 17:24).
Claro que muitos crentes compreendem que isto significa que Deus não
reside em algum tipo de templo ou catedral de construção terrena.
Não importa o quanto sejam ornados, bonitos ou elaborados, Deus
não é atraído por templos terrenos e não mora neles. Embora algumas
pessoas se sintam admiradas por construções religiosas extravagantes e
confundam este sentimento da alma com uma bênção espiritual, a
verdade é que Deus não mora e nem nunca irá morar em algum tipo de
edificio físico. Muito menos Ele habita em uma caixinha dourada na frente
da catedral, ou em qualquer tipo de imagens, sejam elas feitas de
porcelana, plástico, madeira ou metais preciosos. A maioria dos crentes
verdadeiros hoje compreende esta verdade.
Mas o que muitos falham em ver é que Deus também não vive em
organizações humanas. Estou querendo dizer com isto que Ele não
habita em grupos cristãos que se tenham unido por esforços meramente
humanos. Este é um ponto que talvez seja muito difícil para alguns
compreenderem. Embora a maioria saiba que Deus não mora em uma
casa de tijolos ou pedras, muitos têm um conceito fortemente arraigado
de que Ele, na verdade, mora em qualquer grupo cristão que se intitula de
“igreja”. Nós facilmente imaginamos que Deus vive em nossa organização
particular.
Contudo, conforme recebemos uma revelação celestial,
começamos a compreender que a casa de Deus é uma coisa viva. Não é
uma estrutura estática, mas algo que é cheio de Sua Vida. O corpo de
Cristo – o lugar onde Ele realmente vive – é um organismo vivo. Não é
uma organização. Tal residência viva não é um produto do esforço ou da
vontade humanos. Não é algo que o homem possa reunir sozinho. É
resultado de Sua Vida sobrenatural. É algo que cresceu e tomou a forma
que Ele deseja como um resultado de Sua própria Vida eterna.
Portanto, podemos facilmente entender que Nosso Senhor não irá
morar em qualquer grupo cristão, a menos que este seja um produto de
Sua própria Vida. Não é suficiente que a nossa igreja seja “bíblica”. Não é
bastante que um grupo cristão pareça se conformar aos padrões do
Novo Testamento. É apenas a Sua noiva viva, Seu Corpo, que O atrai e
no qual Ele deseja viver por toda a eternidade. Somente aquilo que é
produto de Sua Vida sobrenatural servirá para ser a Sua habitação.
Ao começamos a ver com mais clareza a casa de Deus, somos
levados a concluir que, se o nosso grupo é resultado de capacidade
humana, Deus não irá morar nele. Se nossa igreja é o resultado da
capacidade organizacional, do esforço terreno, da liderança especial
(não importa o quanto ela possa ser carismática), da habilidade
administrativa ou de atrações populares, ela realmente não é a casa de
Deus. Simplesmente colocar o nome de “igreja” em nosso grupo não irá
qualificá-lo para ser a Sua habitação eterna. Simplesmente organizar
algo que parece bom e é visto como religioso do ponto de vista humano,
não será aprovado. Qualquer coisa que seja feita por mãos humanas
não se adapta para ser o lugar da morada de Deus.

OS BLOCOS FUNDAMENTAIS DA CONSTRUÇÃO

Os materias, os blocos fundamentais para a construção da casa de
Deus, são individuais e não grupais. Ele habita pessoalmente homens e
mulheres, individualmente. Nós lemos que nós somos o templo do Deus
vivo e que Ele irá morar em nós (2ª Co 6:16). Também lemos que nossos
corpos são o templo do Espírito Santo (1ª Co 6:19). Então, são homens
e mulheres, individualmente, que são o alicerce da casa de Deus.
Portanto, para que a casa de Deus seja edificada, os crentes, que
são esta casa, precisam crescer em Sua Vida. É necessário que eles
amadureçam e se tornem aquilo que Deus deseja que eles sejam. Este
crescimento individual de cada membro é o que faz com que Sua casa
seja edificada. Não é simplesmente juntar um grande número de pessoas
que irá fazer a obra, mas o crescimento dos indivíduos que faz com que
o todo se torne vivo.
Vamos analisar um pouco melhor este pensamento. Se nós
desejarmos construir a casa de Deus, precisamos concentrar nosso
trabalho nos materias, os blocos básicos, que são os indivíduos.
Precisamos centralizar nossos esforços em ajudar cada pessoa a
crescer em Cristo. Precisamos aprender como ministrar Cristo uns aos
outros, de modo que eles possam amadurecer espiritualmente. Deste
modo, a casa de Deus será edificada.
Se desejarmos construir o templo do Espírito Santo, só há um
modo de fazê-lo. Precisamos encher-nos com a Vida sobrenatural de
Deus diariamente. Precisamos cultivar uma intimidade com Jesus,
comendo e bebendo Dele, para nos enchermos “daquilo que Ele é”. A
seguir, podemos "ministrar" ou servir esta Vida a outros crentes (ou
mesmo aos ímpios) com os quais temos contacto. Ao compartilharmos
Jesus com os outros, eles também irão crescer até a estatura Dele.
Isto não sempre tem acontecido hoje. Muitos estão trabalhando
para juntar algum tipo de grupo. Seu foco é a aparência do conjunto total.
Eles estão tentando montar um tipo de estrutura, na qual os crentes se
ajustem. Estão organizando, administrando, planejando e fazendo. Estão
ocupados construindo o madeiramento da maneira como eles pensam
que a Igreja deveria ser. Estão trabalhando para manter um grupo unido,
o que para eles parece ser "uma igreja".
Mas, muito deste esforço não faz com que os membros cresçam na
Vida. Muito frequentemente, esta coleção de indivíduos é exatamente isto
– um grupo de crentes cujas vidas não são realmente transformadas à
imagem de Cristo. Geralmente muitos destes crentes são mantidos por
uma estrutura que alguém fez e não estão realmente crescendo
espiritualmente. Consequentemente, o grupo não se torna um lugar em
que a presença de Deus venha e faça morada.
Já que Deus mora em indivíduos cristãos, quando eles estão juntos
há uma manifestação da Sua presença. Mas esta manifestação – o poder
de Sua presença – é inteiramente dependente do grau de intimidade de
cada indivíduo com Ele. Quanto maior for o espaço dado a Ele por cada
um em sua vida, mais poderosamente Ele será expresso no grupo e
através do grupo. Quanto mais maturidade espiritual e mais amor por
Jesus tiver cada membro, mais o grupo será verdadeiramente o Seu
Templo.
A ênfase dos ensinamentos de Jesus e do Novo Testamento em
geral é nos materiais individuais, os blocos de construção, por assim
dizer, e não na aparência do conjunto. Não é desejo de Deus
simplesmente colocar junto um número impressionante de crentes. Não
faz parte de Seus planos que a Igreja seja um tipo de organização bem
sucedida. Ele não é atraído por isto. Ele fará seu lar entre nós somente à
medida que cada um de nós permita que Ele more dentro de nós. Seu
desejo é que cada um de nós seja santificado, transformado e pronto
para recebê-lo como morador, para que Ele possa se mover através de
nós.
Talvez uma analogia possa ajudar aqui. Vamos supor que uma
pessoa muito rica tenha contratado um construtor para lhe fazer uma
casa de blocos de granito. Vamos imaginar que o construtor tenha
empregado outros materiais no lugar do granito. Ele queria construir mais
rapidamente e de maneira mais barata. Então ele usou tabuas e madeira
compensada. Então, para que parecesse granito, ele passou um tipo da
massa plástica no exterior, o que fez com que parecesse com a rocha
genuína. É até possível que, no final, ele tenha conseguido chegar a algo
que se assemelhava ao plano original.
Quando o dono da casa chegar para ver o trabalho, ele se
agradará com ele? Ficará satisfeito com a obra? Ou ele se recusará a
morar em uma casa feita com materiais inferiores e mais baratos? Não há
dúvida que ele não pagará pela obra e não se mudará para esta casa de
imitação. Quanto mais irá o Deus do Universo morar em algo que não é
feito com os materiais corretos e que não foi construído de acordo com
os Seus planos? Neste caso, assim como é com a Igreja, é o material
individual que é essencial, não simplesmente a aparência do conjunto.
Esta distinção é muito importante. Se formos colaborar com Deus
construindo a Sua casa, precisamos compreender como é o lugar em
que Ele vive. Ele não vive em organizações cristãs que foram formadas
por esforços humanos para que tais membros se juntassem e para que
se mantivessem juntos por métodos terrenos. Todavia, nós muitas vezes
encontramos servos de Deus bem intencionados trabalhando para
conseguir um grande número de crentes juntos, debaixo do mesmo teto.
Eles estão usando sua personalidade e talentos para agrupar as
pessoas em volta deles ou do ministério deles, supondo que ali seja a
casa de Deus.
Muitas pessoas hoje comentam sobre maneiras de fazer "a igreja
delas" crescer. A idéia principal parece ser a de conseguir aumentar o
número de pessoas que assistem aos cultos. Vários métodos estão
sendo empregados com este intuito, incluindo novos edifícios, novos
programas, ênfase em alguns dons, experiências, etc. Mas simplesmente
aumentar o número de membros nada faz para construir a casa de Deus.
(A não ser que este aumento seja de ímpios que verdadeiramente tenham
nascido de novo.) A casa de Deus não é construída desta maneira.
Construir uma organização religiosa não é a mesma coisa que construir
o templo do Deus vivo.
A idéia de Deus não é construir um grupo, mas sim edificar cada
homem e cada mulher que formam os grupos. Sua intenção é que nós
edifiquemos uns aos outros. É assim que iremos nos ajudar para
crescermos espiritualmente. Conforme crescemos, damos mais “espaço”
para Ele viver e se mover dentro de nós e através de nós. Conforme
edificamos uns aos outros em nossa fé santíssima (Judas 1:20), estamos
construindo o lugar de residência de Deus. Esta é a nossa tarefa. Jesus
nos instruiu a irmos e a fazermos discípulos. Isto significa auxiliar ou
outros a virem para Jesus e a se submeterem a Ele. Deus então toma
estes materiais e os ajunta conforme agrada a Ele (1ª Co 12:24).
A manifestação de Sua presença em qualquer reunião de crentes
depende dos corações dos indivíduos que ali estão reunidos. Não tem
nada a ver com o bom funcionamento da organização. Não depende do
número de pessoas presentes. Deus não é atraído por nossos
programas ou “ministérios”. Então, o que estamos construindo? Se a Sua
presença é atraída por homens e mulheres que estão abertos para Ele e
não por nossa superestrutura, onde deveríamos estar investindo nosso
tempo?
Agora, alguns podem argüir: “Mas a Bíblia diz que onde dois ou
três se reunirem em nome dele, Ele aí estará no meio deles”. Sim, Jesus
visita nossos encontros. Mas, quero repetir, a intensidade de Sua
presença vai estar diretamente relacionada com a abertura dos corações
das pessoas envolvidas. Quando os corações das pessoas presentes
estiverem fechados, elas não poderão sentir a Sua presença.
A visitação de Deus não depende da posição doutrinal do grupo. E
nem está baseada em aparência exterior ou qualquer outro fator
superficial. Deus olha para os corações dos indivíduos. Além disso, a
qualidade do ministério que recebemos Dele, a profundidade de nossas
experiências em tais circunstâncias, está diretamente relacionada com a
fome espiritual e a abertura daqueles que estão envolvidos. Tudo isto é
para dizer que a experiência espiritual do grupo depende dos indivíduos
nos quais a obra de Deus está sendo feita.

DEUS NUNCA NOS DISSE PARA ORGANIZARMOS GRUPOS

Em nenhum lugar no Novo Testamento somos instruídos a tentar
edificar um tipo de grupo de igreja ou de organização religiosa. Isto é
muito importante. Nunca nos falaram para tentar ajuntar um grande
número de crentes e organizá-los em algum tipo de grupo. Nunca fomos
ensinados que deveríamos construir “uma” igreja. Nunca fomos
exortados a formar alguma organização cristã.
É nosso trabalho, sendo dirigidos pelo Espírito Santo, edificarmos
uns aos outros. Essa é a nossa parte da obra. Então é trabalho do
próprio Deus nos colocar juntos. Esta união não é um trabalho que o
homem possa fazer, nem uma obra que tenhamos sido instruídos a fazer.
Uma leitura cuidadosa do livro de Efésios ajudará o leitor a ver isto mais
claramente. É Deus quem “nos ressuscitou” “e nos fez sentar juntamente
com Ele nos lugares celestiais” (Ef 2:6).
Jesus disse explicitamente: “Eu construirei a minha igreja” (Mt
16:18). Lemos que “O Senhor acrescentava à igreja, diariamente, aqueles
que iam sendo salvos” (At 2:47). Foi o próprio Deus quem colocou junto
este grupo. Os primeiros cristãos não trabalhavam para convencer as
pessoas a se juntar ao seu grupo, mas para apresentá-las a Cristo. Eles
não estavam tentando formar um novo tipo de sociedade, mas sim viver
pelo Espírito Santo e compartilhar Jesus com o mundo. A igreja ou as
igrejas que surgiram foram um resultado espontâneo da ministração de
Jesus. Elas eram o fruto automático da pregação do Evangelho. Estes
resultados não foram conseguidos por crentes tentando organizar
grupos eficientes, mas um produto da vida de Jesus sendo vivida entre
eles.
Lemos em Zacarias 6:12,13 que o trabalho do Filho de Deus é
edificar o templo do Senhor. Ali lemos: “Assim diz o Senhor dos
Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo. Ele brotará do seu
lugar e edificará o Templo do Senhor. Ele mesmo edificará o Templo do
Senhor e será revestido de glória, assentar-se-á no Seu trono e
dominará e será sacerdote no Seu Trono...”
Deus também diz: “O céu é o Meu Trono. A Terra é meu escabelo,
onde está a casa que você irá edificar para mim?” ( Is 66:1) A resposta é
que não existe casa que possamos edificar para Ele. Nada que
possamos construir irá agradá-lo. Nenhuma de nossas organizações
humanas e terrenas funcionará. Não importa o que possamos construir,
não importa o quanto seja bom ou quão bíblico possa parecer, não
podemos, nunca, construir algo onde Deus possa morar. Somente Ele
pode fazer isto.
Não podemos construir a casa de Deus. O melhor que podemos
fazer é trabalhar em colaboração com Ele. Esta cooperação é feita
ajudando a preparar os materiais. É Ele, então, quem os coloca juntos, da
maneira como Lhe agrada.
A Igreja primitiva que nós julgávamos ser um tipo especial de era
obra de Deus e não de homens. Era o resultado natural e espontâneo da
obra de Jesus Cristo nos corações dos homens e das mulheres,
individualmente. Foi Ele quem os reuniu. Também era Sua a
responsabilidade de mantê-los juntos, se assim o desejasse. Em nenhum
lugar do Novo Testamento nós encontramos os apóstolos correndo atrás
de ajuntar crentes a fim de agrupá-los em grupos separados.
Demasiados crentes estão tentando montar algum tipo de estrutura
ou madeiramento para a Igreja. Por ex., eles acham que, se podem
providenciar encontros, orações, louvores, vários ministérios como a
Escola Dominical, grupos de adolescentes, etc., então os crentes podem
se encaixar nesta organização. Eles podem usar esta estrutura para
“pendurar” nela as suas vidas espirituais. Os membros, então, são
levados adiante passivamente pelas atividades e ministérios desta
organização.
Infelizmente, isto é exatamente o tipo de obra da qual falamos no
capítulo anterior. É tentar fabricar uma estrutura e esperar que ela se
encha de Vida. É tentar fazer talos, pétalas, flores e folhas de seda e
arame e não deixar simplesmente que a vida da planta cresça. Qualquer
tipo de estrutura ou madeiramento organizacional que possa ser
fabricado por seres humanos, nunca se tornará a casa eterna de Deus.
Nossa meta, nossa única meta, é ministrar Jesus uns aos outros e
ao mundo. Nossa chamada é para edificarmos indivíduos. Nosso
trabalho é edificar o Templo de Deus que é constituído por homens e
mulheres.
Deus então irá usar estes materiais de construção, irá colocá-los
juntos em um arranjo divino, que somente Ele pode fazer. Ele irá construir
a Sua Igreja. Ele fará o edifício juntando as partes separadas. Nossa
parte é ministrar Jesus Cristo uns aos outros e deixar os resultados com
Ele.

COMO FUNCIONA

Quando somos bem sucedidos ao ministrar Vida a outras pessoas,
elas amarão mais a Deus. Elas aprenderão a andar em intimidade com
Ele. Aprenderão a ouvir a Sua Voz e a Lhe obedecer.
Consequentemente, desejarão estar junto com os outros que sentem este
mesmo amor. Então irão procurar companheirismo. Ela irão naturalmente
procurar por chances de se juntar a outros para orar, louvar e
compartilhar. Assim, a casa de Deus irá crescer e será edificada.
Conforme cada um segue a liderança do Cabeça e compartilha sua
porção de Vida com o resto, a casa de Deus começa a aparecer. Todos
os aspectos da Igreja que vemos no Novo Testamento, incluindo
encontros, ministérios, dons, etc., começarão a se manifestar
automaticamente entre qualquer grupo de crentes que seguem amando e
seguindo a Jesus. Sua Vida irá produzir isto. Sua Vida irá sempre
produzir tão somente a Igreja. Ele os conduzirá a tudo o que Ele tem
preparado para eles.
Este conceito é muito simples, embora muito profundo. Se nós,
como criancinhas, simplesmente amarmos e seguirmos a Jesus a cada
dia, a Igreja brotará. A casa de Deus aparecerá como resultado de Sua
Vida. Este edifício será o produto de um trabalho sobrenatural. Será algo
edificado por Jesus. Aqui não há lugar para mãos humanas. Não há
necessidade de planos e esquemas dos homens. Não há necessidade
de madeiramentos organizacionais e de estruturas humanas. Conforme
simplesmente vivemos Jesus, Sua Vida irá produzir a Igreja. De fato, não
há outro modo de se atingir este objetivo.
Por favor, preste cuidadosa atenção nisto. Não há outro modo de
construir o Templo do Senhor além de permitir que a Vida do Senhor o
faça. Somente Ele é capaz fazer a obra. Ao viver Jesus em nós e através
de nós, haverá uma estrutura sobrenatural sendo construída. Conforme
O seguimos a cada dia, ministrando-O aos outros, Sua morada
aparecerá. A ministração da Vida eterna resultará na edificação da casa
de Deus. A Vida de Deus sempre irá crescer na forma da Igreja que Ele
deseja. Qualquer coisa que passe disso é apenas uma substituição
humana.
Este modo de edificar nunca será impressionante. Aqueles que
escolherem edificar com a Vida, nunca ficarão famosos, muito procurados
ou populares. Suas obras nunca irão competir em termos de grandeza e
número com os esquemas dos homens. O modo de Deus tem sido
sempre um caminho modesto e humilde.
Precisamos preparar nossa mente para isso. Precisamos imaginar,
antes de começarmos, que nossa obra não vai massagear nosso ego ou
causar subir a nossa popularidade. Nossos corações precisam estar
preparados para simplesmente obedecer a Jesus e nunca procurar por
resultados que o mundo considera impressionantes. É apenas nos
humilhando e nos tornando como criancinhas que seremos bem
sucedidos em entrar no Reino de Deus (Mt 18:3).
Quando o primeiro broto de uma planta irrompe da terra, nunca é
algo pomposo. Não parece ser grande coisa. Contudo, é a coisa real.
Portanto, nunca deveríamos julgar nossa obra ou qualquer outra obra
em termos seculares. Nunca deveríamos procurar por sucesso, números
grandiosos, fama, etc., para ver se o que estamos fazendo agrada a
Deus. O único padrão para nossa obra é se estamos ou não
obedecendo a Deus. Se O estamos seguindo fielmente em tudo o que
estamos fazendo, então nossa obra será aprovada. Por outro lado, se
ambicionamos o sucesso e toda a pompa que o acompanha, então
teremos muitos problemas ao tentar construir a casa de Deus a Seu
modo.

A NECESSIDADE DE FÉ

Construir à maneira simples da Vida requer fé. Exige que cada um
tenha um relacionamento de fé com Jesus Cristo. Precisamos acreditar
que, se apenas O seguirmos a cada dia, fazendo o que Ele nos conduz
a fazer, Ele irá produzir os resultados. Isto requer muita fé. Precisamos
crer que Jesus fará o que Ele disse que faria – construir a Sua Igreja.
Precisamos confiar que, enquanto fazemos nossa pequena parte no
plano de Deus, Ele cuidará do resto.
Se não tivermos tal fé, então começaremos a fazer coisas por nós
mesmos. Por ser o modo da Vida frequentemente vagaroso e nada
impressionante, sempre haverá uma grande tentação para que o homem
ajude um pouquinho a Deus. Muitas vezes haverá coisas que
imaginamos que precisam ser feitas para acelerar um pouco o processo.
Haverá frequentemente a oportunidade de estender as mãos humanas e
tentar fazer a obra de Deus no lugar Dele.
Edificar em Vida é caminhar por fé e não por vista. Mas este tipo de
caminhada é muito difícil para o homem natural. É muito normal para os
seres humanos dependerem apenas de coisas tangíveis. Eles confiam
facilmente naquilo que podem ver, ouvir e sentir. Consequentemente, os
homens tendem a buscar algo exterior e terreno. Qualquer homem ou
mulher de Deus que quiser construir com Sua Vida, precisa
continuamente estar alerta contra esta tendência humana.
As estruturas religiosas fornecem tais escoras tangíveis para a alma
humana. A organização humana frequentemente atrai bastante o homem
natural. É sempre muito mais fácil que homens e mulheres se sintam
confortáveis com algo mental, regularmente esquematizado, visível e
provável. Tais sistemas religiosos não requerem muita fé. Não demandam
uma completa submissão a Deus por parte dos participantes. Eles
oferecem espaço de sobra para que crentes sejam consumidos pelas
suas muitas atividades, entretenimentos e programas, estejam eles
verdadeiramente procurando a Jesus com todo o seu coração ou não.
Esta é a razão pela qual organizações humanas parecem
prosperar enquanto que o modo de uma simples fé infantil é
negligenciado. Tais sistemas têm o nome de ser cristão, mas fornecem
também muito espaço para o homem natural. Frequentemente tais
estruturas humanas fornecem apenas religião suficiente para satisfazer a
consciência dos assistentes, junto com uma boa dose de funções sociais
e outras atividades para manter o homem natural feliz.
Uma caminhada de fé genuína demanda contacto contínuo e
obediência a Alguém invisível. Esta caminhada em espírito não acontece
com o uso de nossos sentidos naturais. Isto significa que precisamos
manter um relacionamento íntimo com nosso Salvador, o qual é
intangível ao homem natural. É somente através desta comunhão
espiritual com Deus que nos saímos bem em viver em obediência a Ele e
em construir Sua casa eterna. É assim, recebendo Dele o fluxo de Vida,
que podemos ministrá-lo a outros também e construir algo que O agrade.

NÃO DESISTA DE CONGREGAR

Há uma importante admoestação nas Escrituras que nos incita “a
não desistir de congregar” (Hb 10:25). Esta é uma palavra essencial para
todos os crentes. Se amamos Jesus e O seguimos, naturalmente
desejamos estar com outros cristãos tanto quanto possível. Nossa
“congregação” com eles será um grande desejo de nossos corações. Um
cristão obediente sempre estará procurando isto. Portanto, encontrar-se
com outros crentes para louvar, orar e fazer edificação mútua, será um
notável aspecto da experiência de uma igreja viva. Na verdade, este
desejo ou a ausência dele, é um bom teste para ver se realmente
estamos andando em intimidade com Jesus.
Todavia, este versículo não pode, de maneira alguma, ser
considerado como uma ordem para tentar reunir um grupo ou uma
estrutura humana. Isto não é o que dizem as Escrituras. Esta exortação
visa a estimular os crentes a obedecer à liderança do Espírito Santo e a
procurar companheirismo com os outros. Pelo fato de nossa carne
natural não desejar estar na presença de Deus, seja quando estamos
sozinhos, seja em comunhão com outros crentes, existe uma tendência a
evitar encontros e camaradagem. Portanto, somos instruídos a não
permitir que a carne domine sobre nós e a fazer um esforço para
continuar a procurar comunhão com os outros.
Conforme servimos uns aos outros através do Espírito Santo, nós
e eles iremos crescer e a casa de Deus irá se expandir. Quando usamos
nossos dons e ministérios para edificar indivíduos, o Templo de Deus
estará sendo construído. O próprio Deus juntará as peças para a
edificação da casa, conforme lhe agrada (1ª Co 12:18). Então é ali que
Ele irá morar eternamente: “Dentro” dos homens e mulheres
espiritualmente edificados e “entre” eles.
Vamos, juntos, pensar nisto. Quando aparecermos diante do
Senhor, o que apresentaremos a Ele? Demonstraremos a Ele a nossa
maneira de conduzir os nossos encontros? Exibiremos as novas danças
ou as peças de teatro? E os nossos grupos especiais para os jovens,
para os casais jovens, para os solteiros, etc.? Nossos padrões, nossas
práticas e nossos planos serão de interesse para Ele? Não!
O que Deus estará interessado em ver é como este trabalho de
transformação foi ocorrendo em cada indivíduo. Sua atenção estará
focalizada no crescimento espiritual de cada um. O que Ele desejará
examinar é como cada um de nós tem sido transformado à imagem Dele.
O interesse Dele não será quantas pessoas nos consiguirmos reunir,
mas o nivel de maturdade espiritual de cada uma.
Então, já que estas coisas são o objetivo Dele, não deveriam ser
também o nosso foco? Não deveríamos também usar nosso tempo e
energia para construir o que está no coração do Senhor? Não
deveríamos deixar para trás coisas que não irão permanecer e nos
concentrarmos naquelas que irão? Vamos nos perguntar honestamente:
Nossa organização passará no teste do Dia do Julgamento? Nossos
grupos e nossas atividades brilharão como a claridade do sol no dia do
Senhor? Então, quanto do nosso esforço é simplesmente inútil e
desperdíçio, quando poderíamos estar construindo aquilo que irá
perdurar por toda a eternidade?
Na Igreja de Cristo hoje, muitos têm outro objetivo. Estão se
esforçando para edificar uma organização grande, bem sucedida e que
cresça rapidamente. Para ser totalmente justo, eu creio que preciso dizer
que a maioria destas organizações acredita que o crescimento espiritual
é uma de suas metas. Eles imaginam que a maturidade será o resultado
de seus esforços. Talvez alguns pensem que irão juntar um grupo de
pessoas ou “igreja” e que irão usar esta organização como um meio
para edificar pessoas. Supõem que irão usar o seu grupo para levar
adiante a obra de Deus. Talvez os motivos deles sejam bons, mesmo que
as suas práticas sejam deficientes.
O problema com este método é que juntar este grupo e mantê-lo
unido, precisa ser feito por meios humanos, naturais. Em vez de
simplesmente ministrar Cristo, somos levados a encarar a tarefa de
fornecer amparo e várias atividades para atrair pessoas, enquanto
tentamos trabalhar no estado espiritual delas. Precisamos tentar mantê-las
interessadas em algo diferente da pessoa de Jesus Cristo, enquanto
tentamos ajudá-las espiritualmente. Isto é realmente um caminho
inadequado para fazer a obra de Deus. Também, como iremos ver
depois, não é fazer a obra de Deus à maneira de Deus.

QUAIS SÃO OS NOSSOS MOTIVOS?

Uma outra questão importante que temos que considerar
cuidadosamente diante do Senhor, é: quais são os nossos motivos?
Precisamos examinar honestamente os nossos corações. Quando
estamos tentando colocar junto um grupo, os nossos motivos se tornam
divididos. Sim, queremos servir aos outros em nome de Jesus, mas
também queremos que eles se juntem a nós em nosso grupo. Sem
dúvida, cremos que o nosso grupo é obra de Deus, então fica difícil para
nós ver que edificar a nossa organização não é o mesmo que edificar a
casa de Deus. Mas não é.
Ter a motivação de querer edificar nosso grupo particular ou “igreja”
então, torna impossível não ter um tipo de teia de aranha escondida atrás
de nós. Falamos de Jesus e das coisas de Deus, mas queremos que as
pessoas se juntem a nós. Secretamente, queremos prendê-las em nossa
teia.
Mas, quando estamos somente e sinceramente interessados em
edificar alguém em Cristo, todos os motivos dúbios desaparecem. Então
nos tornamos livres para simplesmente edificar a casa de Deus. Temos
então a grande liberdade de servir aos outros sem agenda secreta. Se
eles se juntam a nós ou não, nem tem que ser considerado.
Com este tipo de atitude, podemos servir a outros que não
concordam conosco. Podemos compartilhar Jesus com outros, em
outras “igrejas”, sem tentar, secretamente, persuadi-los a deixar o que
estavam seguindo para se unir a nós. Podemos ministrar sem motivos
dissimulados. Podemos simplesmente falar o que o Espírito Santo está
falando no momento e podemos amar aos outros sem empecilhos.
Podemos viver Jesus Cristo em grande simplicidade entre outros crentes
e também entre os do mundo.
Quando o nosso único motivo é edificar a casa de Deus, nós
podemos servir e edificar aos outros livremente. Este tipo de propósito
nos permite viver em um tipo de inocência infantil e também em grande
liberdade. Quando a nossa meta é edificar indivíduos, podemos
permanecer servos humildes. Mas, quando o nosso motivo é reunir um
grupo, então muitos fatores entram em cena.
Vamos raciocinar juntos sobre isto. Se desejamos formar juntos um
grupo ou uma “igreja”, isto deve ficar apartado da igreja como um todo.
Se não, ela não tem sua própria identificação e, portanto, não pode ser
reconhecida como um grupo. Portanto, precisamos ter alguns métodos
para separar homens e mulheres do resto do corpo de Cristo e
convencê-los a aderir a nós, às nossas práticas ou aos nossos ensinos.
Estes métodos incluem, mas não se limitam a: persuasão emocional
e mental, manobras políticas, uso de forte personalidade, uma boa
maneira “vender” seu produto e exibição de dons espirituais. Usando
vários destes métodos, convencemos um grande número de pessoas de
que nossas idéias, práticas e doutrinas são melhores e que eles devem
aderir a nós, assim formando um grupo identificável ou “igreja”. Isto,
queridos irmãos e irmãs, é algo feito por mãos humanas. É um lugar
onde Deus não mora e nem nunca irá morar. Não é algo feito de acordo
com a visão celestial. É simplesmente, maderia, fena e palha.

COMO A IGREJA DE DEUS FUNCIONA

Conforme vivemos e trabalhamos com o foco de edificarmos uns
aos outros, é provável que Ele coloque juntos os corações de algumas
pessoas. Certamente acontecerá que o amor de uns pelos outros irá
crescer. Não há dúvida que a comunhão de uns com os outros se
tornará tão agradável que eles gastarão um bom tempo um na presença
do outro. Conforme eles edificam uns aos outros, Deus irá entrelaçá-los
em amor (Col 2:2). Naturalmente, eles se reunirão para louvar, orar e se
edificar. Isto é algo que Deus coloca junto, não o resultado de um esforço
humano, natural.
Alguém de fora, que olhe para isto, pode pensar que isto é uma
organização. Mas, na verdade é algo orgânico, algo vivo, algo feito por
Deus e não por homens. Esta “forma” é resultado da vida de Deus
crescendo e vivendo através dos indivíduos. Este grupo não tem
paredes. Não é separado do resto do corpo de Jesus. Aqueles que
participam desta comunhão não são mantidos por algum tipo de artifício,
doutrina, líder ou práticas humanas. Eles estão simplesmente vivendo
pela Vida de Cristo e servindo uns aos outros.
O resultado disto é a manifestação do Santo Espírito conforme Ele
enche o Templo que, é claro, é formado por estas pessoas que têm sido
edificadas por Ele. A Igreja primitiva era resultado deste tipo de
ministração. Os discípulos estavam pregando e ensinando sobre Jesus
Cristo. Eles O estavam compartilhando com o mundo e ministrando-O
uns aos outros.
Automaticamente, eles queriam estar junto com outros que amavam
a Jesus. O Senhor então, os entrelaçava, de maneira que eles podiam
ser vistos como um grupo. Mas, isto não era resultado de esforço
humano. Não era Pedro, Tiago ou João usando seus dons e ministérios
para tentar atrair seguidores. Não era resultado de um esforço para
organizar o que quer que seja. Era o resultado espontâneo da
ministração do Espírito Santo aos indivíduos.
Verdadeiramente o Senhor Nosso Deus não vive em uma casa feita
por mãos humanas. Se o que estamos fazendo é resultado de nossos
próprios planos, energia e esforços, então Deus não irá morar lá. Se
nosso grupo é um produto de talento administrativo ou habilidade
organizacional, podemos estar certos que Ele não chamará a isto de Sua
casa. Se o que estamos fazendo é realmente algo natural e terreno,
mesmo se for decorado com rótulos espirituais, ele será queimado no dia
do julgamento. Não importa que pareça muito bom, não importa o que os
outros pensem de nossa obra, qualquer coisa feita por mãos humanas,
nunca será a casa de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, esta é uma consideração extremamente
séria. Embora já tenhamos pensado em várias “igrejas” ou grupos
religiosos como sendo santos ou algo muito especial aos olhos de Deus,
está na hora, não, até já passou da hora de olharmos para eles através
dos olhos de Deus. Com a Sua santa Palavra aberta diante de nós,
vamos cuidadosamente e com muita oração, examinar à Sua luz aquilo
que estamos fazendo. As tradições dos homens junto com todos os
rituais, práticas e “serviços” que os acompanham, não são e nem nunca
serão o Templo do Deus vivo.
Nestes últimos dias, com a vinda do Senhor parecendo cada vez
mais próxima, seria sábio que nós examinássemos nossas vidas diante
de Deus. Á Sua luz, vamos honestamente considerar a obra de nossas
mãos e vamos deixá-Lo expor ou mudar qualquer coisa que não seja de
autoria Dele. Que nós possamos, pela Sua misericórdia, ser
considerados por Ele como construtores de obras de ouro, prata e
pedras preciosas.
Como precisamos de uma visão celestial! Como precisamos subir à
montanha de Deus e olhar em Seu coração! Como precisamos construir
de acordo com Seu plano celestial e não de acordo com idéias e
conceitos terrenos! Sem esta revelação sobrenatural, nossa obra para
Deus não será vital, penetrante e genuinamente frutífera. Além disso, ela
não realizará coisa alguma que seja de valor eterno.