DEIXE O MEU POVO IR!CAP IV
– ONDE DEUS MORA
O Senhor Nosso Deus não mora em uma casa construída por mãos humanas. Isto está muito claro em Sua Palavra, onde lemos: “Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo Ele Senhor do céu e da Terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas” (At 17:24). Claro que muitos crentes compreendem que isto significa que Deus não reside em algum tipo de templo ou catedral de construção terrena. Não importa o quanto sejam ornados, bonitos ou elaborados, Deus não é atraído por templos terrenos e não mora neles. Embora algumas pessoas se sintam admiradas por construções religiosas extravagantes e confundam este sentimento da alma com uma bênção espiritual, a verdade é que Deus não mora e nem nunca irá morar em algum tipo de edificio físico. Muito menos Ele habita em uma caixinha dourada na frente da catedral, ou em qualquer tipo de imagens, sejam elas feitas de porcelana, plástico, madeira ou metais preciosos. A maioria dos crentes verdadeiros hoje compreende esta verdade. Mas o que muitos falham em ver é que Deus também não vive em organizações humanas. Estou querendo dizer com isto que Ele não habita em grupos cristãos que se tenham unido por esforços meramente humanos. Este é um ponto que talvez seja muito difícil para alguns compreenderem. Embora a maioria saiba que Deus não mora em uma casa de tijolos ou pedras, muitos têm um conceito fortemente arraigado de que Ele, na verdade, mora em qualquer grupo cristão que se intitula de “igreja”. Nós facilmente imaginamos que Deus vive em nossa organização particular. Contudo, conforme recebemos uma revelação celestial, começamos a compreender que a casa de Deus é uma coisa viva. Não é uma estrutura estática, mas algo que é cheio de Sua Vida. O corpo de Cristo – o lugar onde Ele realmente vive – é um organismo vivo. Não é uma organização. Tal residência viva não é um produto do esforço ou da vontade humanos. Não é algo que o homem possa reunir sozinho. É resultado de Sua Vida sobrenatural. É algo que cresceu e tomou a forma que Ele deseja como um resultado de Sua própria Vida eterna. Portanto, podemos facilmente entender que Nosso Senhor não irá morar em qualquer grupo cristão, a menos que este seja um produto de Sua própria Vida. Não é suficiente que a nossa igreja seja “bíblica”. Não é bastante que um grupo cristão pareça se conformar aos padrões do Novo Testamento. É apenas a Sua noiva viva, Seu Corpo, que O atrai e no qual Ele deseja viver por toda a eternidade. Somente aquilo que é produto de Sua Vida sobrenatural servirá para ser a Sua habitação. Ao começamos a ver com mais clareza a casa de Deus, somos levados a concluir que, se o nosso grupo é resultado de capacidade humana, Deus não irá morar nele. Se nossa igreja é o resultado da capacidade organizacional, do esforço terreno, da liderança especial (não importa o quanto ela possa ser carismática), da habilidade administrativa ou de atrações populares, ela realmente não é a casa de Deus. Simplesmente colocar o nome de “igreja” em nosso grupo não irá qualificá-lo para ser a Sua habitação eterna. Simplesmente organizar algo que parece bom e é visto como religioso do ponto de vista humano, não será aprovado. Qualquer coisa que seja feita por mãos humanas não se adapta para ser o lugar da morada de Deus. OS BLOCOS FUNDAMENTAIS DA CONSTRUÇÃO Os materias, os blocos fundamentais para a construção da casa de Deus, são individuais e não grupais. Ele habita pessoalmente homens e mulheres, individualmente. Nós lemos que nós somos o templo do Deus vivo e que Ele irá morar em nós (2ª Co 6:16). Também lemos que nossos corpos são o templo do Espírito Santo (1ª Co 6:19). Então, são homens e mulheres, individualmente, que são o alicerce da casa de Deus. Portanto, para que a casa de Deus seja edificada, os crentes, que são esta casa, precisam crescer em Sua Vida. É necessário que eles amadureçam e se tornem aquilo que Deus deseja que eles sejam. Este crescimento individual de cada membro é o que faz com que Sua casa seja edificada. Não é simplesmente juntar um grande número de pessoas que irá fazer a obra, mas o crescimento dos indivíduos que faz com que o todo se torne vivo. Vamos analisar um pouco melhor este pensamento. Se nós desejarmos construir a casa de Deus, precisamos concentrar nosso trabalho nos materias, os blocos básicos, que são os indivíduos. Precisamos centralizar nossos esforços em ajudar cada pessoa a crescer em Cristo. Precisamos aprender como ministrar Cristo uns aos outros, de modo que eles possam amadurecer espiritualmente. Deste modo, a casa de Deus será edificada. Se desejarmos construir o templo do Espírito Santo, só há um modo de fazê-lo. Precisamos encher-nos com a Vida sobrenatural de Deus diariamente. Precisamos cultivar uma intimidade com Jesus, comendo e bebendo Dele, para nos enchermos “daquilo que Ele é”. A seguir, podemos "ministrar" ou servir esta Vida a outros crentes (ou mesmo aos ímpios) com os quais temos contacto. Ao compartilharmos Jesus com os outros, eles também irão crescer até a estatura Dele. Isto não sempre tem acontecido hoje. Muitos estão trabalhando para juntar algum tipo de grupo. Seu foco é a aparência do conjunto total. Eles estão tentando montar um tipo de estrutura, na qual os crentes se ajustem. Estão organizando, administrando, planejando e fazendo. Estão ocupados construindo o madeiramento da maneira como eles pensam que a Igreja deveria ser. Estão trabalhando para manter um grupo unido, o que para eles parece ser "uma igreja". Mas, muito deste esforço não faz com que os membros cresçam na Vida. Muito frequentemente, esta coleção de indivíduos é exatamente isto – um grupo de crentes cujas vidas não são realmente transformadas à imagem de Cristo. Geralmente muitos destes crentes são mantidos por uma estrutura que alguém fez e não estão realmente crescendo espiritualmente. Consequentemente, o grupo não se torna um lugar em que a presença de Deus venha e faça morada. Já que Deus mora em indivíduos cristãos, quando eles estão juntos há uma manifestação da Sua presença. Mas esta manifestação – o poder de Sua presença – é inteiramente dependente do grau de intimidade de cada indivíduo com Ele. Quanto maior for o espaço dado a Ele por cada um em sua vida, mais poderosamente Ele será expresso no grupo e através do grupo. Quanto mais maturidade espiritual e mais amor por Jesus tiver cada membro, mais o grupo será verdadeiramente o Seu Templo. A ênfase dos ensinamentos de Jesus e do Novo Testamento em geral é nos materiais individuais, os blocos de construção, por assim dizer, e não na aparência do conjunto. Não é desejo de Deus simplesmente colocar junto um número impressionante de crentes. Não faz parte de Seus planos que a Igreja seja um tipo de organização bem sucedida. Ele não é atraído por isto. Ele fará seu lar entre nós somente à medida que cada um de nós permita que Ele more dentro de nós. Seu desejo é que cada um de nós seja santificado, transformado e pronto para recebê-lo como morador, para que Ele possa se mover através de nós. Talvez uma analogia possa ajudar aqui. Vamos supor que uma pessoa muito rica tenha contratado um construtor para lhe fazer uma casa de blocos de granito. Vamos imaginar que o construtor tenha empregado outros materiais no lugar do granito. Ele queria construir mais rapidamente e de maneira mais barata. Então ele usou tabuas e madeira compensada. Então, para que parecesse granito, ele passou um tipo da massa plástica no exterior, o que fez com que parecesse com a rocha genuína. É até possível que, no final, ele tenha conseguido chegar a algo que se assemelhava ao plano original. Quando o dono da casa chegar para ver o trabalho, ele se agradará com ele? Ficará satisfeito com a obra? Ou ele se recusará a morar em uma casa feita com materiais inferiores e mais baratos? Não há dúvida que ele não pagará pela obra e não se mudará para esta casa de imitação. Quanto mais irá o Deus do Universo morar em algo que não é feito com os materiais corretos e que não foi construído de acordo com os Seus planos? Neste caso, assim como é com a Igreja, é o material individual que é essencial, não simplesmente a aparência do conjunto. Esta distinção é muito importante. Se formos colaborar com Deus construindo a Sua casa, precisamos compreender como é o lugar em que Ele vive. Ele não vive em organizações cristãs que foram formadas por esforços humanos para que tais membros se juntassem e para que se mantivessem juntos por métodos terrenos. Todavia, nós muitas vezes encontramos servos de Deus bem intencionados trabalhando para conseguir um grande número de crentes juntos, debaixo do mesmo teto. Eles estão usando sua personalidade e talentos para agrupar as pessoas em volta deles ou do ministério deles, supondo que ali seja a casa de Deus. Muitas pessoas hoje comentam sobre maneiras de fazer "a igreja delas" crescer. A idéia principal parece ser a de conseguir aumentar o número de pessoas que assistem aos cultos. Vários métodos estão sendo empregados com este intuito, incluindo novos edifícios, novos programas, ênfase em alguns dons, experiências, etc. Mas simplesmente aumentar o número de membros nada faz para construir a casa de Deus. (A não ser que este aumento seja de ímpios que verdadeiramente tenham nascido de novo.) A casa de Deus não é construída desta maneira. Construir uma organização religiosa não é a mesma coisa que construir o templo do Deus vivo. A idéia de Deus não é construir um grupo, mas sim edificar cada homem e cada mulher que formam os grupos. Sua intenção é que nós edifiquemos uns aos outros. É assim que iremos nos ajudar para crescermos espiritualmente. Conforme crescemos, damos mais “espaço” para Ele viver e se mover dentro de nós e através de nós. Conforme edificamos uns aos outros em nossa fé santíssima (Judas 1:20), estamos construindo o lugar de residência de Deus. Esta é a nossa tarefa. Jesus nos instruiu a irmos e a fazermos discípulos. Isto significa auxiliar ou outros a virem para Jesus e a se submeterem a Ele. Deus então toma estes materiais e os ajunta conforme agrada a Ele (1ª Co 12:24). A manifestação de Sua presença em qualquer reunião de crentes depende dos corações dos indivíduos que ali estão reunidos. Não tem nada a ver com o bom funcionamento da organização. Não depende do número de pessoas presentes. Deus não é atraído por nossos programas ou “ministérios”. Então, o que estamos construindo? Se a Sua presença é atraída por homens e mulheres que estão abertos para Ele e não por nossa superestrutura, onde deveríamos estar investindo nosso tempo? Agora, alguns podem argüir: “Mas a Bíblia diz que onde dois ou três se reunirem em nome dele, Ele aí estará no meio deles”. Sim, Jesus visita nossos encontros. Mas, quero repetir, a intensidade de Sua presença vai estar diretamente relacionada com a abertura dos corações das pessoas envolvidas. Quando os corações das pessoas presentes estiverem fechados, elas não poderão sentir a Sua presença. A visitação de Deus não depende da posição doutrinal do grupo. E nem está baseada em aparência exterior ou qualquer outro fator superficial. Deus olha para os corações dos indivíduos. Além disso, a qualidade do ministério que recebemos Dele, a profundidade de nossas experiências em tais circunstâncias, está diretamente relacionada com a fome espiritual e a abertura daqueles que estão envolvidos. Tudo isto é para dizer que a experiência espiritual do grupo depende dos indivíduos nos quais a obra de Deus está sendo feita. DEUS NUNCA NOS DISSE PARA ORGANIZARMOS GRUPOS Em nenhum lugar no Novo Testamento somos instruídos a tentar edificar um tipo de grupo de igreja ou de organização religiosa. Isto é muito importante. Nunca nos falaram para tentar ajuntar um grande número de crentes e organizá-los em algum tipo de grupo. Nunca fomos ensinados que deveríamos construir “uma” igreja. Nunca fomos exortados a formar alguma organização cristã. É nosso trabalho, sendo dirigidos pelo Espírito Santo, edificarmos uns aos outros. Essa é a nossa parte da obra. Então é trabalho do próprio Deus nos colocar juntos. Esta união não é um trabalho que o homem possa fazer, nem uma obra que tenhamos sido instruídos a fazer. Uma leitura cuidadosa do livro de Efésios ajudará o leitor a ver isto mais claramente. É Deus quem “nos ressuscitou” “e nos fez sentar juntamente com Ele nos lugares celestiais” (Ef 2:6). Jesus disse explicitamente: “Eu construirei a minha igreja” (Mt 16:18). Lemos que “O Senhor acrescentava à igreja, diariamente, aqueles que iam sendo salvos” (At 2:47). Foi o próprio Deus quem colocou junto este grupo. Os primeiros cristãos não trabalhavam para convencer as pessoas a se juntar ao seu grupo, mas para apresentá-las a Cristo. Eles não estavam tentando formar um novo tipo de sociedade, mas sim viver pelo Espírito Santo e compartilhar Jesus com o mundo. A igreja ou as igrejas que surgiram foram um resultado espontâneo da ministração de Jesus. Elas eram o fruto automático da pregação do Evangelho. Estes resultados não foram conseguidos por crentes tentando organizar grupos eficientes, mas um produto da vida de Jesus sendo vivida entre eles. Lemos em Zacarias 6:12,13 que o trabalho do Filho de Deus é edificar o templo do Senhor. Ali lemos: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo. Ele brotará do seu lugar e edificará o Templo do Senhor. Ele mesmo edificará o Templo do Senhor e será revestido de glória, assentar-se-á no Seu trono e dominará e será sacerdote no Seu Trono...” Deus também diz: “O céu é o Meu Trono. A Terra é meu escabelo, onde está a casa que você irá edificar para mim?” ( Is 66:1) A resposta é que não existe casa que possamos edificar para Ele. Nada que possamos construir irá agradá-lo. Nenhuma de nossas organizações humanas e terrenas funcionará. Não importa o que possamos construir, não importa o quanto seja bom ou quão bíblico possa parecer, não podemos, nunca, construir algo onde Deus possa morar. Somente Ele pode fazer isto. Não podemos construir a casa de Deus. O melhor que podemos fazer é trabalhar em colaboração com Ele. Esta cooperação é feita ajudando a preparar os materiais. É Ele, então, quem os coloca juntos, da maneira como Lhe agrada. A Igreja primitiva que nós julgávamos ser um tipo especial de era obra de Deus e não de homens. Era o resultado natural e espontâneo da obra de Jesus Cristo nos corações dos homens e das mulheres, individualmente. Foi Ele quem os reuniu. Também era Sua a responsabilidade de mantê-los juntos, se assim o desejasse. Em nenhum lugar do Novo Testamento nós encontramos os apóstolos correndo atrás de ajuntar crentes a fim de agrupá-los em grupos separados. Demasiados crentes estão tentando montar algum tipo de estrutura ou madeiramento para a Igreja. Por ex., eles acham que, se podem providenciar encontros, orações, louvores, vários ministérios como a Escola Dominical, grupos de adolescentes, etc., então os crentes podem se encaixar nesta organização. Eles podem usar esta estrutura para “pendurar” nela as suas vidas espirituais. Os membros, então, são levados adiante passivamente pelas atividades e ministérios desta organização. Infelizmente, isto é exatamente o tipo de obra da qual falamos no capítulo anterior. É tentar fabricar uma estrutura e esperar que ela se encha de Vida. É tentar fazer talos, pétalas, flores e folhas de seda e arame e não deixar simplesmente que a vida da planta cresça. Qualquer tipo de estrutura ou madeiramento organizacional que possa ser fabricado por seres humanos, nunca se tornará a casa eterna de Deus. Nossa meta, nossa única meta, é ministrar Jesus uns aos outros e ao mundo. Nossa chamada é para edificarmos indivíduos. Nosso trabalho é edificar o Templo de Deus que é constituído por homens e mulheres. Deus então irá usar estes materiais de construção, irá colocá-los juntos em um arranjo divino, que somente Ele pode fazer. Ele irá construir a Sua Igreja. Ele fará o edifício juntando as partes separadas. Nossa parte é ministrar Jesus Cristo uns aos outros e deixar os resultados com Ele. COMO FUNCIONA Quando somos bem sucedidos ao ministrar Vida a outras pessoas, elas amarão mais a Deus. Elas aprenderão a andar em intimidade com Ele. Aprenderão a ouvir a Sua Voz e a Lhe obedecer. Consequentemente, desejarão estar junto com os outros que sentem este mesmo amor. Então irão procurar companheirismo. Ela irão naturalmente procurar por chances de se juntar a outros para orar, louvar e compartilhar. Assim, a casa de Deus irá crescer e será edificada. Conforme cada um segue a liderança do Cabeça e compartilha sua porção de Vida com o resto, a casa de Deus começa a aparecer. Todos os aspectos da Igreja que vemos no Novo Testamento, incluindo encontros, ministérios, dons, etc., começarão a se manifestar automaticamente entre qualquer grupo de crentes que seguem amando e seguindo a Jesus. Sua Vida irá produzir isto. Sua Vida irá sempre produzir tão somente a Igreja. Ele os conduzirá a tudo o que Ele tem preparado para eles. Este conceito é muito simples, embora muito profundo. Se nós, como criancinhas, simplesmente amarmos e seguirmos a Jesus a cada dia, a Igreja brotará. A casa de Deus aparecerá como resultado de Sua Vida. Este edifício será o produto de um trabalho sobrenatural. Será algo edificado por Jesus. Aqui não há lugar para mãos humanas. Não há necessidade de planos e esquemas dos homens. Não há necessidade de madeiramentos organizacionais e de estruturas humanas. Conforme simplesmente vivemos Jesus, Sua Vida irá produzir a Igreja. De fato, não há outro modo de se atingir este objetivo. Por favor, preste cuidadosa atenção nisto. Não há outro modo de construir o Templo do Senhor além de permitir que a Vida do Senhor o faça. Somente Ele é capaz fazer a obra. Ao viver Jesus em nós e através de nós, haverá uma estrutura sobrenatural sendo construída. Conforme O seguimos a cada dia, ministrando-O aos outros, Sua morada aparecerá. A ministração da Vida eterna resultará na edificação da casa de Deus. A Vida de Deus sempre irá crescer na forma da Igreja que Ele deseja. Qualquer coisa que passe disso é apenas uma substituição humana. Este modo de edificar nunca será impressionante. Aqueles que escolherem edificar com a Vida, nunca ficarão famosos, muito procurados ou populares. Suas obras nunca irão competir em termos de grandeza e número com os esquemas dos homens. O modo de Deus tem sido sempre um caminho modesto e humilde. Precisamos preparar nossa mente para isso. Precisamos imaginar, antes de começarmos, que nossa obra não vai massagear nosso ego ou causar subir a nossa popularidade. Nossos corações precisam estar preparados para simplesmente obedecer a Jesus e nunca procurar por resultados que o mundo considera impressionantes. É apenas nos humilhando e nos tornando como criancinhas que seremos bem sucedidos em entrar no Reino de Deus (Mt 18:3). Quando o primeiro broto de uma planta irrompe da terra, nunca é algo pomposo. Não parece ser grande coisa. Contudo, é a coisa real. Portanto, nunca deveríamos julgar nossa obra ou qualquer outra obra em termos seculares. Nunca deveríamos procurar por sucesso, números grandiosos, fama, etc., para ver se o que estamos fazendo agrada a Deus. O único padrão para nossa obra é se estamos ou não obedecendo a Deus. Se O estamos seguindo fielmente em tudo o que estamos fazendo, então nossa obra será aprovada. Por outro lado, se ambicionamos o sucesso e toda a pompa que o acompanha, então teremos muitos problemas ao tentar construir a casa de Deus a Seu modo. A NECESSIDADE DE FÉ Construir à maneira simples da Vida requer fé. Exige que cada um tenha um relacionamento de fé com Jesus Cristo. Precisamos acreditar que, se apenas O seguirmos a cada dia, fazendo o que Ele nos conduz a fazer, Ele irá produzir os resultados. Isto requer muita fé. Precisamos crer que Jesus fará o que Ele disse que faria – construir a Sua Igreja. Precisamos confiar que, enquanto fazemos nossa pequena parte no plano de Deus, Ele cuidará do resto. Se não tivermos tal fé, então começaremos a fazer coisas por nós mesmos. Por ser o modo da Vida frequentemente vagaroso e nada impressionante, sempre haverá uma grande tentação para que o homem ajude um pouquinho a Deus. Muitas vezes haverá coisas que imaginamos que precisam ser feitas para acelerar um pouco o processo. Haverá frequentemente a oportunidade de estender as mãos humanas e tentar fazer a obra de Deus no lugar Dele. Edificar em Vida é caminhar por fé e não por vista. Mas este tipo de caminhada é muito difícil para o homem natural. É muito normal para os seres humanos dependerem apenas de coisas tangíveis. Eles confiam facilmente naquilo que podem ver, ouvir e sentir. Consequentemente, os homens tendem a buscar algo exterior e terreno. Qualquer homem ou mulher de Deus que quiser construir com Sua Vida, precisa continuamente estar alerta contra esta tendência humana. As estruturas religiosas fornecem tais escoras tangíveis para a alma humana. A organização humana frequentemente atrai bastante o homem natural. É sempre muito mais fácil que homens e mulheres se sintam confortáveis com algo mental, regularmente esquematizado, visível e provável. Tais sistemas religiosos não requerem muita fé. Não demandam uma completa submissão a Deus por parte dos participantes. Eles oferecem espaço de sobra para que crentes sejam consumidos pelas suas muitas atividades, entretenimentos e programas, estejam eles verdadeiramente procurando a Jesus com todo o seu coração ou não. Esta é a razão pela qual organizações humanas parecem prosperar enquanto que o modo de uma simples fé infantil é negligenciado. Tais sistemas têm o nome de ser cristão, mas fornecem também muito espaço para o homem natural. Frequentemente tais estruturas humanas fornecem apenas religião suficiente para satisfazer a consciência dos assistentes, junto com uma boa dose de funções sociais e outras atividades para manter o homem natural feliz. Uma caminhada de fé genuína demanda contacto contínuo e obediência a Alguém invisível. Esta caminhada em espírito não acontece com o uso de nossos sentidos naturais. Isto significa que precisamos manter um relacionamento íntimo com nosso Salvador, o qual é intangível ao homem natural. É somente através desta comunhão espiritual com Deus que nos saímos bem em viver em obediência a Ele e em construir Sua casa eterna. É assim, recebendo Dele o fluxo de Vida, que podemos ministrá-lo a outros também e construir algo que O agrade. NÃO DESISTA DE CONGREGAR Há uma importante admoestação nas Escrituras que nos incita “a não desistir de congregar” (Hb 10:25). Esta é uma palavra essencial para todos os crentes. Se amamos Jesus e O seguimos, naturalmente desejamos estar com outros cristãos tanto quanto possível. Nossa “congregação” com eles será um grande desejo de nossos corações. Um cristão obediente sempre estará procurando isto. Portanto, encontrar-se com outros crentes para louvar, orar e fazer edificação mútua, será um notável aspecto da experiência de uma igreja viva. Na verdade, este desejo ou a ausência dele, é um bom teste para ver se realmente estamos andando em intimidade com Jesus. Todavia, este versículo não pode, de maneira alguma, ser considerado como uma ordem para tentar reunir um grupo ou uma estrutura humana. Isto não é o que dizem as Escrituras. Esta exortação visa a estimular os crentes a obedecer à liderança do Espírito Santo e a procurar companheirismo com os outros. Pelo fato de nossa carne natural não desejar estar na presença de Deus, seja quando estamos sozinhos, seja em comunhão com outros crentes, existe uma tendência a evitar encontros e camaradagem. Portanto, somos instruídos a não permitir que a carne domine sobre nós e a fazer um esforço para continuar a procurar comunhão com os outros. Conforme servimos uns aos outros através do Espírito Santo, nós e eles iremos crescer e a casa de Deus irá se expandir. Quando usamos nossos dons e ministérios para edificar indivíduos, o Templo de Deus estará sendo construído. O próprio Deus juntará as peças para a edificação da casa, conforme lhe agrada (1ª Co 12:18). Então é ali que Ele irá morar eternamente: “Dentro” dos homens e mulheres espiritualmente edificados e “entre” eles. Vamos, juntos, pensar nisto. Quando aparecermos diante do Senhor, o que apresentaremos a Ele? Demonstraremos a Ele a nossa maneira de conduzir os nossos encontros? Exibiremos as novas danças ou as peças de teatro? E os nossos grupos especiais para os jovens, para os casais jovens, para os solteiros, etc.? Nossos padrões, nossas práticas e nossos planos serão de interesse para Ele? Não! O que Deus estará interessado em ver é como este trabalho de transformação foi ocorrendo em cada indivíduo. Sua atenção estará focalizada no crescimento espiritual de cada um. O que Ele desejará examinar é como cada um de nós tem sido transformado à imagem Dele. O interesse Dele não será quantas pessoas nos consiguirmos reunir, mas o nivel de maturdade espiritual de cada uma. Então, já que estas coisas são o objetivo Dele, não deveriam ser também o nosso foco? Não deveríamos também usar nosso tempo e energia para construir o que está no coração do Senhor? Não deveríamos deixar para trás coisas que não irão permanecer e nos concentrarmos naquelas que irão? Vamos nos perguntar honestamente: Nossa organização passará no teste do Dia do Julgamento? Nossos grupos e nossas atividades brilharão como a claridade do sol no dia do Senhor? Então, quanto do nosso esforço é simplesmente inútil e desperdíçio, quando poderíamos estar construindo aquilo que irá perdurar por toda a eternidade? Na Igreja de Cristo hoje, muitos têm outro objetivo. Estão se esforçando para edificar uma organização grande, bem sucedida e que cresça rapidamente. Para ser totalmente justo, eu creio que preciso dizer que a maioria destas organizações acredita que o crescimento espiritual é uma de suas metas. Eles imaginam que a maturidade será o resultado de seus esforços. Talvez alguns pensem que irão juntar um grupo de pessoas ou “igreja” e que irão usar esta organização como um meio para edificar pessoas. Supõem que irão usar o seu grupo para levar adiante a obra de Deus. Talvez os motivos deles sejam bons, mesmo que as suas práticas sejam deficientes. O problema com este método é que juntar este grupo e mantê-lo unido, precisa ser feito por meios humanos, naturais. Em vez de simplesmente ministrar Cristo, somos levados a encarar a tarefa de fornecer amparo e várias atividades para atrair pessoas, enquanto tentamos trabalhar no estado espiritual delas. Precisamos tentar mantê-las interessadas em algo diferente da pessoa de Jesus Cristo, enquanto tentamos ajudá-las espiritualmente. Isto é realmente um caminho inadequado para fazer a obra de Deus. Também, como iremos ver depois, não é fazer a obra de Deus à maneira de Deus. QUAIS SÃO OS NOSSOS MOTIVOS? Uma outra questão importante que temos que considerar cuidadosamente diante do Senhor, é: quais são os nossos motivos? Precisamos examinar honestamente os nossos corações. Quando estamos tentando colocar junto um grupo, os nossos motivos se tornam divididos. Sim, queremos servir aos outros em nome de Jesus, mas também queremos que eles se juntem a nós em nosso grupo. Sem dúvida, cremos que o nosso grupo é obra de Deus, então fica difícil para nós ver que edificar a nossa organização não é o mesmo que edificar a casa de Deus. Mas não é. Ter a motivação de querer edificar nosso grupo particular ou “igreja” então, torna impossível não ter um tipo de teia de aranha escondida atrás de nós. Falamos de Jesus e das coisas de Deus, mas queremos que as pessoas se juntem a nós. Secretamente, queremos prendê-las em nossa teia. Mas, quando estamos somente e sinceramente interessados em edificar alguém em Cristo, todos os motivos dúbios desaparecem. Então nos tornamos livres para simplesmente edificar a casa de Deus. Temos então a grande liberdade de servir aos outros sem agenda secreta. Se eles se juntam a nós ou não, nem tem que ser considerado. Com este tipo de atitude, podemos servir a outros que não concordam conosco. Podemos compartilhar Jesus com outros, em outras “igrejas”, sem tentar, secretamente, persuadi-los a deixar o que estavam seguindo para se unir a nós. Podemos ministrar sem motivos dissimulados. Podemos simplesmente falar o que o Espírito Santo está falando no momento e podemos amar aos outros sem empecilhos. Podemos viver Jesus Cristo em grande simplicidade entre outros crentes e também entre os do mundo. Quando o nosso único motivo é edificar a casa de Deus, nós podemos servir e edificar aos outros livremente. Este tipo de propósito nos permite viver em um tipo de inocência infantil e também em grande liberdade. Quando a nossa meta é edificar indivíduos, podemos permanecer servos humildes. Mas, quando o nosso motivo é reunir um grupo, então muitos fatores entram em cena. Vamos raciocinar juntos sobre isto. Se desejamos formar juntos um grupo ou uma “igreja”, isto deve ficar apartado da igreja como um todo. Se não, ela não tem sua própria identificação e, portanto, não pode ser reconhecida como um grupo. Portanto, precisamos ter alguns métodos para separar homens e mulheres do resto do corpo de Cristo e convencê-los a aderir a nós, às nossas práticas ou aos nossos ensinos. Estes métodos incluem, mas não se limitam a: persuasão emocional e mental, manobras políticas, uso de forte personalidade, uma boa maneira “vender” seu produto e exibição de dons espirituais. Usando vários destes métodos, convencemos um grande número de pessoas de que nossas idéias, práticas e doutrinas são melhores e que eles devem aderir a nós, assim formando um grupo identificável ou “igreja”. Isto, queridos irmãos e irmãs, é algo feito por mãos humanas. É um lugar onde Deus não mora e nem nunca irá morar. Não é algo feito de acordo com a visão celestial. É simplesmente, maderia, fena e palha. COMO A IGREJA DE DEUS FUNCIONA Conforme vivemos e trabalhamos com o foco de edificarmos uns aos outros, é provável que Ele coloque juntos os corações de algumas pessoas. Certamente acontecerá que o amor de uns pelos outros irá crescer. Não há dúvida que a comunhão de uns com os outros se tornará tão agradável que eles gastarão um bom tempo um na presença do outro. Conforme eles edificam uns aos outros, Deus irá entrelaçá-los em amor (Col 2:2). Naturalmente, eles se reunirão para louvar, orar e se edificar. Isto é algo que Deus coloca junto, não o resultado de um esforço humano, natural. Alguém de fora, que olhe para isto, pode pensar que isto é uma organização. Mas, na verdade é algo orgânico, algo vivo, algo feito por Deus e não por homens. Esta “forma” é resultado da vida de Deus crescendo e vivendo através dos indivíduos. Este grupo não tem paredes. Não é separado do resto do corpo de Jesus. Aqueles que participam desta comunhão não são mantidos por algum tipo de artifício, doutrina, líder ou práticas humanas. Eles estão simplesmente vivendo pela Vida de Cristo e servindo uns aos outros. O resultado disto é a manifestação do Santo Espírito conforme Ele enche o Templo que, é claro, é formado por estas pessoas que têm sido edificadas por Ele. A Igreja primitiva era resultado deste tipo de ministração. Os discípulos estavam pregando e ensinando sobre Jesus Cristo. Eles O estavam compartilhando com o mundo e ministrando-O uns aos outros. Automaticamente, eles queriam estar junto com outros que amavam a Jesus. O Senhor então, os entrelaçava, de maneira que eles podiam ser vistos como um grupo. Mas, isto não era resultado de esforço humano. Não era Pedro, Tiago ou João usando seus dons e ministérios para tentar atrair seguidores. Não era resultado de um esforço para organizar o que quer que seja. Era o resultado espontâneo da ministração do Espírito Santo aos indivíduos. Verdadeiramente o Senhor Nosso Deus não vive em uma casa feita por mãos humanas. Se o que estamos fazendo é resultado de nossos próprios planos, energia e esforços, então Deus não irá morar lá. Se nosso grupo é um produto de talento administrativo ou habilidade organizacional, podemos estar certos que Ele não chamará a isto de Sua casa. Se o que estamos fazendo é realmente algo natural e terreno, mesmo se for decorado com rótulos espirituais, ele será queimado no dia do julgamento. Não importa que pareça muito bom, não importa o que os outros pensem de nossa obra, qualquer coisa feita por mãos humanas, nunca será a casa de Deus. Queridos irmãos e irmãs, esta é uma consideração extremamente séria. Embora já tenhamos pensado em várias “igrejas” ou grupos religiosos como sendo santos ou algo muito especial aos olhos de Deus, está na hora, não, até já passou da hora de olharmos para eles através dos olhos de Deus. Com a Sua santa Palavra aberta diante de nós, vamos cuidadosamente e com muita oração, examinar à Sua luz aquilo que estamos fazendo. As tradições dos homens junto com todos os rituais, práticas e “serviços” que os acompanham, não são e nem nunca serão o Templo do Deus vivo. Nestes últimos dias, com a vinda do Senhor parecendo cada vez mais próxima, seria sábio que nós examinássemos nossas vidas diante de Deus. Á Sua luz, vamos honestamente considerar a obra de nossas mãos e vamos deixá-Lo expor ou mudar qualquer coisa que não seja de autoria Dele. Que nós possamos, pela Sua misericórdia, ser considerados por Ele como construtores de obras de ouro, prata e pedras preciosas. Como precisamos de uma visão celestial! Como precisamos subir à montanha de Deus e olhar em Seu coração! Como precisamos construir de acordo com Seu plano celestial e não de acordo com idéias e conceitos terrenos! Sem esta revelação sobrenatural, nossa obra para Deus não será vital, penetrante e genuinamente frutífera. Além disso, ela não realizará coisa alguma que seja de valor eterno. |