DEIXE O MEU POVO IR!CAP 1 - UMA VISÃO CELESTIAL
As instruções que Deus deu a Moisés, Ele também está falando hoje a cada um de nós. Não somente no Velho Testamento, mas também no Novo, encontramos a seguinte advertência: “Vê, pois, que tudo faças segundo o modo que te foi mostrado no monte” (Ex 25:40 e Hb 8:5). Isso é uma admoestação que precisamos contemplar seriamente. Moisés foi um homem chamado por Deus para liderar Seu povo e para construir um lugar para Sua morada. Moisés compreendeu muito bem esta excelente chamada e estava pronto para responder a ela com todo o seu coração. Entretanto, ele não era livre para fazer o que quisesse. Não tinha liberdade de inventar coisa alguma, de planejar o que quer que fosse ou de fazer qualquer coisa de acordo com os seus próprios gostos ou desejos. Ele foi instruído a fazer tudo estritamente de acordo com a visão celestial que havia recebido pessoalmente enquanto estava com Deus na montanha. Veja, Moisés havia subido ao monte santo. Lá, ele passou um tempo (40 dias e 40 noites, para ser exato), na real presença do Deus Todo Poderoso. Ele conheceu o temor a Deus. Havia experimentado Sua terrível majestade e poder. Além disso, havia olhado no coração de Deus e começado a compreender algo sobre o que o Seu Criador estava desejando. Então, quando desceu daquela montanha, tinha, queimando dentro de si, uma visão celestial, uma revelação espiritual que passou a governar a sua obra, enquanto ele estava construindo uma morada para o Altíssimo. Estas coisas nos deveriam falar hoje bem claramente. Quando nos convertemos e começamos a desejar nos envolver na obra de Deus, esta é uma coisa que devemos considerar seriamente. Se desejamos ser colaboradores de Deus e auxiliá-Lo na construção de Sua eterna morada, este é um aspecto importante a ser considerado. Antes de começarmos, precisamos ter entrado profundamente na presença de Deus. Não apenas ter entrado, mas ter gasto um tempo - um bom tempo - ouvindo, vendo e compreendendo o que é que Deus deseja. Antes de darmos este primeiro passo, é de suma importância que tenhamos recebido uma revelação celestial, de maneira que o nosso trabalho seja feito com substância divina e não meramente com madeira, feno ou palha (1ª Cor 3:12). Precisamos ter visto o santo plano de Deus e, então, construir de acordo com a planta. Queridos irmãos e irmãs, isto não é uma consideração sem importância. Não é algo com que possamos lidar superficialmente. Quando começamos a nos envolver em construir juntamente com Deus, tomamos parte em uma construção que é eterna. O que Deus constrói através de nós será Sua habitação eterna. Portanto, não pode e não deve ser algo feito sem muita revelação e oração e até mesmo temor e tremor. Todos nós deveríamos ter uma dose saudável de respeito e temor a Deus quando começamos a construir algo em Seu nome. O Senhor Nosso Deus não habita e nem nunca irá habitar em um templo construído por mãos humanas (Atos 7:48). Portanto, se não construirmos de acordo com o Seu desenho, o que construirmos não irá satisfazê-Lo e Ele não irá morar ali. Não será o lugar de Sua morada. Muitos cristãos hoje já ficaram iludidos porque Deus ocasionalmente visita suas obras em construção. Já que Sua presença vem de vez em quando, eles imaginam que Ele está aprovando o que estão fazendo. O que precisamos estar construindo urgentemente, não é um lugar que Deus venha visitar uma vez ou outra, mas um lugar onde Ele se agrade em morar. Precisamos estar construindo a eterna casa espiritual de Deus, onde Ele irá residir permanentemente, por toda a eternidade. Para fazer assim, precisamos ter recebido uma profunda visão celestial. Tudo o que fizermos deverá ser guiado por esta revelação. OUTROS PADRÕES Milhões de crentes, homens e mulheres de Deus, estão construindo hoje. Há muita atividade cristã. A cada dia que passa literalmente centenas de igrejas brotam ao redor do mundo. Eu gosto de acreditar que a maioria destes queridos irmãos está fazendo o seu trabalho com o coração puro e um sincero desejo de agradar a Deus. Entretanto, muitos deles parecem estar construindo sem muita compreensão do plano celestial. Eles estão simplesmente copiando o que vêem os outros fazendo. Estão construindo de acordo com a visão que viram na esquina de baixo e não na santa montanha de Deus. Em vez de receber uma visão de Deus, eles estão confiando no homem. Em lugar de uma revelação celestial, eles ouvem de um grupo ou de outro o que está fazendo sucesso e atraindo um grande número de pessoas e então correm a copiar o que estes outros estão fazendo. Talvez alguns estejam meramente fazendo o que sua denominação fez no passado. Possivelmente a tradição os inclinou a certo padrão de construção. Outros podem estar fazendo o que aprenderam na Escola Bíblica ou no Seminário. Outros ainda confiam em sua própria popularidade, dons ou carisma, para atrair e conservar muitas pessoas em seu rebanho. Há, de fato, muitos métodos e padrões sendo usados nas construções hoje. Mas talvez todos nós devêssemos parar por um momento e considerar cuidadosamente o que estamos fazendo. Este é um assunto muito sério. As coisas que fazemos têm conseqüências eternas. Portanto, não pode nos ferir tomar alguns minutos e, em oração, contemplarmos nosso trabalho para Deus. Vamos entrar em Sua presença e derramar nossos planos e projetos diante Dele. Vamos com reverência abrir nossos corações para ouvir a opinião Dele. Vamos perguntar honestamente a nós mesmos e a Deus: todas estas coisas que estamos fazendo são realmente à prova de fogo? O que estamos construindo é realmente a casa de Deus? Será que é mesmo um lugar onde Ele se alegrará em morar eternamente? Em 1ª Cor 3:10-17, Paulo nos faz algumas admoestações e nos dá algumas instruções sobre como construir a casa de Deus e que materiais devemos usar. Ele nos persuade a tomar muito cuidado com o que estamos fazendo. Ele diz: “Mas cada um veja como edifica (a fundação) (vers 10). Não é suficiente construirmos algo que achamos bom ou algo que os outros aprovem. É essencial construirmos de acordo com o desenho de Deus e com materiais aprovados. Então, queridos irmãos, sejam cuidadosos! Estejam bem seguros se o que vocês estão fazendo está em harmonia com a mente de Deus. Não tenham pressa em sair por aí fazendo algo para Deus. É extremamente importante ouvir a Deus e ver a Sua habitação eterna primeiro, antes de começarmos a construir. Se começarmos com uma visão celestial, então todo o nosso trabalho será aprovado. Desta forma, não seremos envergonhados quando Ele vier e examinar as coisas que temos feito. Ao prosseguirmos com este livro, estaremos examinando detalhadamente que tipo de materiais devemos usar, mas por enquanto precisamos ver claramente que há dois tipos disponíveis. Há materiais sobrenaturais que são tipificados por “ouro, prata e pedras preciosas” e os materiais terrenos, representados por “madeira, feno e palha” (vers. 12). O primeiro tipo tem sua origem em Deus, sendo celestial em qualidade. O segundo tipo é algo meramente humano e natural. No mundo atual, os dois tipos de materiais podem ser usados para fazer construções impressionantes. Muitas mansões multimilionárias têm a madeira como sua estrutura básica, mas no Reino de Deus, apenas usando os Seus materiais e seguindo os Seus planos, nós poderemos satisfazê-Lo. O SUCESSO NÃO É O PADRÃO Em nosso empenho para sermos agradáveis a Deus, uma coisa precisa ficar muito clara para nós: a medida de julgamento para nossas obras não é o sucesso. Deixe-me repetir isso. A medida que decide se Deus se agrada ou não com o que estamos fazendo, não é se muitas pessoas estão comparecendo aos nossos encontros. Não é o quão popular nós e nossa mensagem se tornaram. Não é o fato de muitos na comunidade cristã estarem aplaudindo e admirando nosso trabalho. Não é porque nosso trabalho está crescendo e se espalhando de tal maneira que a nação inteira ou mesmo o mundo todo está ouvindo falar de nós. Honestamente, até mesmo um vírus pode se espalhar rapidamente e se tornar mundialmente famoso. Hoje em dia parece haver um critério que as pessoas admiram. Quando outras pessoas olham para nosso trabalho, normalmente estão tentando ver uma coisa. Eles querem ver se somos bem sucedidos ou não. O padrão mundial é este, normalmente: Há um sucesso visível? A obra está se expandindo? Há alguma evidência concreta de êxito? Se houver, nossa obra é admirada e aprovada. Se não houver, então o que estamos fazendo é negligenciado ou mesmo desprezado. Este é o padrão do mundo. Mas o padrão de Deus é completamente diferente. Seu padrão é a obediência. Sua medida é se estamos trabalhando de acordo com os seus planos ou não. O que fazemos em obediência a Ele pode parecer um sucesso aos olhos humanos. Entretanto, também é possível que não pareça. Os caminhos de Deus frequentemente são misteriosos. Ele não usa os meios e os métodos do mundo. Sua sabedoria é algo que o mundo e as pessoas que vivem nele não conseguem compreender (Veja 1ª Cor 1:18-25). Frequentemente suas obras são ocultas, pequenas e inesperadas. Entretanto, com o passar do tempo, elas produzem os resultados mais excelentes. Para esclarecer um pouco este ponto, vamos dar uma olhada em alguns dos homens de Deus que foram poderosamente usados por Ele, mas ainda assim foram desprezados e rejeitados. Eles eram bem sucedidos aos olhos de Deus, mas desconsiderados pelo mundo e alguns até mesmo pelas comunidades religiosas de seus dias. Noé era obediente, mas certamente não era popular. Eu imagino que a maioria das pessoas o considerava louco. Lá estava ele construindo um imenso barco em terra seca, sem nenhum modo de conseguir levá-lo à água. Não há dúvida que ele era o motivo do riso da vizinhança. Mas ele foi obediente a Deus. Jeremias foi um profeta ungido e usado por Deus. Dois livros inteiros do Velho Testamento são suas obras e profecias. Cada simples palavra era inspirada e ungida pelo Deus do Universo. Cada profecia que ele falou estava correta e veio (ou ainda virá) a se cumprir. Entretanto, ele não tinha grupos de seguidores. Quase ninguém prestou alguma atenção a ele e nem obedeceu as suas palavras. A nação para a qual ele profetizava nunca se arrependeu e eventualmente teve que ser julgada por Deus. Seu “ministério” foi um desastre do ponto de vista humano. Muitos outros profetas também se encaixam nesta categoria. Embora nós possamos imaginar uma situação diferente, o Apóstolo Paulo também parecia um fracasso no final de seu ministério. Ele foi preso, de maneira que “a esfera de seu ministério” encolheu de ser um obreiro viajante pelo mundo a alguém que tinha contacto apenas com umas poucas pessoas que o visitavam na prisão. Então, todas as Igrejas da Ásia, muitas das quais ele havia fundado, o rejeitaram e se desviaram. (2ª Tim 1:15) Ele administrou para escrever umas poucas cartas da prisão, mas isto certamente não tomava todo o seu tempo. Entretanto, quem poderia ter imaginado o fruto que este período de sua vida iria produzir? Jesus, o Filho primogênito de Deus, também foi desprezado e rejeitado pela maioria (Is 53:3). Embora Ele gozasse alguns períodos de popularidade, Ele sabia que os homens frequentemente estavam se congregando com Ele por razões erradas. Então, frequentemente Ele lhes falava uma palavra de justiça, o que fazia com que muitos deles se virassem e o deixassem. No final de seu ministério terreno, Jesus estava sozinho. No auge de Seu trabalho sobrenatural, todos os seus seguidores O abandonaram. Muito embora hoje se veja a obra de Jesus como um sucesso, já que o Cristianismo se espalhou por todo o globo, se olhássemos para as coisas como se estivéssemos lá naquele tempo, Sua obra provavelmente iria parecer falha ou até mesmo um desastre. Ele, o líder, foi morto e todos os seus seguidores foram dispersos. O sucesso aparente não é e nunca poderá ser a medida de nosso trabalho para Deus. NOSSAS OBRAS SERÃO JULGADAS Quando Jesus voltar, o que nós fizemos em Seu nome será julgado. De novo em 1ª Cor 3:13 lemos que nossas obras serão testadas pelo fogo sobrenatural. Se nossas obras foram feitas com materiais combustíveis, isto é, algo humano, natural e terreno, elas serão queimadas. Se nossas obras foram feitas com materiais celestiais, elas sobreviverão ao teste. Deus nos assegura aqui que, mesmo que as obras de alguns sejam destruídas, eles próprios serão salvos (vers.15). Entretanto, é mostrado que haverá um severo julgamento para aqueles que construíram erradamente. Não apenas suas obras se perderão junto com as recompensas por tais obras, mas também haverá um tipo de julgamento para eles próprios. Talvez se refira a este julgamento um alerta expresso em 1ª Cor 3:17, onde lemos: “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá.” O contexto deste versículo é muito importante. O assunto aqui é a construção do templo de Deus. Neste trabalho de construção, somos ensinados que “se destruirmos” o templo de Deus, sofreremos severo julgamento. De acordo com R N Champlin, Ph D, em seu comentário sobre o Novo Testamento, esta palavra “destruir” também pode ser traduzida por “arruinar”, “destruir”, “corromper”, “danificar” e/ou “adulterar”. A palavra traduzida “destruir” (vers. 17) referindo-se ao que Deus fará à pessoa ofensora, é exatamente a mesma palavra grega traduzida por “destruir” na primeira parte do versículo. Assim, vemos que Deus irá punir aqueles que poluem Sua morada eterna, de acordo com o que ele ou ela fez. As obras destruidoras que alguém pratica se tornam o seu próprio julgamento. O que então significa “destruir” Sua casa? Significa que usando materiais incorretos é que nós podemos poluir ou danificar o verdadeiro lugar de residência de Deus - Seu templo. É inteiramente possível para nós, trabalhando sem revelação sobrenatural, construir coisas dentro do Templo de Deus, que vão poluindo, danificando e adulterando-o. Além disso, se fizermos tais coisas, sofreremos severas conseqüências quando Jesus vier para julgar-nos pelas nossas obras. Queridos irmãos e irmãs, este versículo deveria ser muito sério. Não estamos tratando aqui com algum tipo de construção temporária. Estamos construindo a morada eterna do Deus Todo Poderoso. Portanto, nós devemos ser muito cuidadosos com o que fazemos. Se nós, por meio de nossa ignorância e motivos carnais, corrompemos a casa de Deus, nós seremos corrompidos da mesma maneira quando Ele vier. ALGUNS EXEMPLOS DO VELHO TESTAMENTO No Velho Testamento, vemos alguns exemplos deste tipo de poluição. No livro de Levítico cap. 10 vers. 1, lemos a história de 2 sacerdotes: Nadabe e Abiu, que eram filhos de Arão. Eles pareciam gostar de suas obrigações religiosas e se tornaram orgulhosos de sua posição entre as pessoas. Então, eles pensaram que podiam aperfeiçoar um pouco os desígnios de Deus. Um dia, em vez de seguir os mandamentos de Deus, eles pegaram seus incensórios, puseram um pouco de incenso neles e marcharam para o tabernáculo para fazer o seu próprio tipo de oferenda. Eles vieram com um novo e moderno jeito de adorar. Do ponto de vista de Deus era “fogo profano” (Lv 10:1). Esta invenção deles lhes custou as vidas. Profanaram a casa de Deus e então veio fogo da presença de Deus e os consumiu. Em 2ª Reis cap. 16 temos a história de Acaz, que foi um dos reis que reinou sobre Judá. Infelizmente, este homem não temia a Deus e nem compreendia os seus caminhos. Um dia, ele viajou para Damasco para encontrar o rei da Assíria, a quem ele acabara de pagar tributos com o ouro e a prata que ele havia roubado do Templo. Então, la ele viu um altar pagão. Era realmente comovente. Evidentemente, era grande, enfeitado e espetacularmente bonito. Parecia muito melhor aos seus olhos do que o razoavelmente simples e bem menor altar de bronze que Salomão havia feito. Então ele mandou ao sacerdote Urias algumas medidas e a planta do altar. Antes mesmo de Acaz voltar para casa, Urias edificou uma réplica do altar pagão. Em seguida Acaz e Urias arrastaram o altar de bronze do Senhor e colocaram no Templo o seu novo e impressionante altar. Então ele instruiu os sacerdotes a usar o extravagante altar para todos os sacrifícios e ofertas. O velho altar de bronze seria usado apenas para “buscar orientação”, querendo dizer para procurar a direção de Deus. Provavelmente este altar de bronze foi muito pouco usado por ele. Este novo altar era grande e impressionante, mas não foi planejado por Deus. Era um grande obra humana. Era atraente de muitas maneiras terrenas e carnais. Mas era uma poluição para a habitação simbólica de Deus, o Templo. Há muitas coisas que os homens apreciam com os seus sentidos naturais. Ambientes bonitos, mensagens eloqüentes, música agitada e muitas outras coisas nos são agradáveis. Portanto, há uma grande tentação de instituir estas coisas em nosso trabalho para o Senhor. Enquanto estamos construindo Sua morada, é tentador adicionar um pouco de nossas idéias ou decorações. É muito difícil para nós não incorporar algo de nossos próprios desígnios e direções. Mas vamos nos lembrar sempre: “pois aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus”. (Lc 16:15) MUITOS TIPOS DE TRABALHADORES Há muitos tipos de obreiros hoje no projeto de construção de Deus. Assim como o projeto de construção terrena requer diferentes tipos de trabalhadores, incluindo eletricistas, encanadores, carpinteiros, pedreiros, etc., assim também a construção de Deus requer pessoas para desempenhar diferentes funções. Lemos no Novo Testamento sobre Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. Além disso, aprendemos sobre diversos tipos de dons e ministérios. Este livro não tem o objetivo de delinear e discutir cada uma dessas diferentes funções, mas apenas dizer que elas são muitas e variadas. Um importante ministério que tem uma relação direta com nossa atual investigação, é o trabalho de um apóstolo. Deus é o Arquiteto de Sua construção. Ele mesmo desenhou a planta. Mas também há aqueles que são chamados “mestres de construção” (1ª Co 3:10). São um tipo de supervisores da construção. São indivíduos que passaram um tempo na montanha de Deus. Olharam profundamente dentro do Seu coração. Eles viram o Seu plano e entenderam como construir aquilo que viram. Este é o trabalho de um apóstolo. Portanto, um apóstolo é alguém que tem uma visão ampla dos desejos de Deus e uma clara compreensão espiritual de como construir aquilo que Deus revelou a ele. Os apóstolos são aqueles a quem Deus revelou “Seus mistérios”. Paulo escreve: “pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério”. (Ef 3:3). Tendo recebido estas revelações, então eles se tornam “despenseiros dos mistérios de Deus”. (1ª Co 4:1). Eles obtiveram algo de supremo valor e são responsáveis perante Deus pela administração disto. Isto significa que os apóstolos devem ser humildes servos, compartilhando fielmente com o resto do corpo de Cristo as coisas preciosas que Deus lhes revelou. Eles precisam trabalhar para que os outros membros sejam guiados pela mesma revelação celestial. É claro que cada tipo de ministério necessita de alguma revelação divina para operar. Cada membro do corpo deve seguir a liderança sobrenatural para ser efetivo. Entretanto, é aqui que encontramos um problema comum na Igreja hoje. Para explicar melhor, vamos falar sobre o encanador. Vamos admitir que ele saiba lidar com os canos. Ele é bom naquilo que faz e sabe que é uma parte essencial do plano. Mas, se ele começar a pensar que o que vê e sabe é o plano completo, então começam a surgir problemas. Talvez pudéssemos pensar em nosso “encanador” como um evangelista. Ele é bom naquilo que faz. Ele sabe que a sua parte é importante. Em toda parte que ele olha na Bíblia, ele vê evangelismo. Já que esse é o seu dom e a sua função, isto é o que Deus revela a ele pela Sua Palavra. Mas também é muito possível e até mesmo comum para este evangelista começar a imaginar que viu o plano completo. Ele começa a pensar que a sua parte é a mais importante, que o seu trabalho é o trabalho que Deus quer que seja feito. Já que é isto que ele vê quando olha a Palavra de Deus, ele supõe que isto é tudo o que está ali para ser visto. Entretanto, já que este(a) irmão(ã) não é um apóstolo, sua visão é limitada porque Deus não revela a ele(a) o Seu plano completo. A menos que ele tenha a humildade de imaginar isto e compreender a sua necessidade do resto do corpo, ele indubitavelmente irá encontrar dificuldades e também causar muitos problemas na Igreja através do seu trabalho. Em vez de trabalhar em harmonia com as outras partes ele ou ela podem se tornar independentes e até mesmo lutar contra o que os outros estão fazendo, já que é diferente daquilo que ele viu. A propósito, não queremos perseguir os evangelistas. Este mesmo problema também é evidente em outros membros do corpo de Cristo, ainda que cheios de dons. Hoje na Igreja de Cristo nós vemos muitos irmãos e irmãs construindo dessa maneira imprevidente. Pensando que o seu ministério é o mais importante ou mesmo o único caminho, eles começam a “construir uma Igreja” em torno do seu ministério. Em vez de simplesmente fazer a parte deles na construção do corpo, eles se retiram para um canto e congregam com outros que concordam com eles, ou a quem eles convenceram da importância de seu ministério. O resultado é que vemos grupos tentando construir a casa de Deus exclusivamente com canos e encaixes (que seria o evangelismo). Outros estão construindo somente com fios, tomadas e pontos de luz (que corresponderiam à profecia ou ensino). Cada um enfatiza a sua compreensão e o seu dom sem a humildade de ver que a parte deles é apenas uma parte do plano. Assim nós compreendemos parte da importância do ministério apostólico. Parte da função deles é servir a várias partes do corpo ajudando-os a compreender o plano integral de Deus e a mostrar-lhes como podem executar a sua parte em harmonia com o resto. Já que viram a construção completa, eles podem ser úteis aos outros, ajudandoos a utilizar seus dons e ministérios para construir a eterna morada de Deus. A visão apostólica é um elemento necessário à construção da casa de Deus. Então é importante para todos os trabalhadores da construção que eles ouçam e compreendam a visão celestial daqueles que genuinamente a receberam. A revelação divina é absolutamente essencial quando estamos construindo a Igreja de Deus. Não podemos nem mesmo começar sem ela. Assim como construtor de um grande edifício ou até mesmo uma casa bem menor não pensaria em começar sem uma planta, assim também nós precisamos receber revelação de Deus. Precisamos ver o que está em Seu coração. Então precisamos ser cuidadosos para construir exatamente de acordo com esta visão que tivemos enquanto estávamos com Ele na montanha. David W Dyer 09/abril/2005 |